Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Academia "abraçou" mais quase dois mil caloiros


O primeiro dia da Universidade tem mais encanto. Que o digam os cerca de dois mil novos universitários da Universidade do Minho (UM) que, ontem, no campus de Gualtar, Braga, cumpriram o primeiro ritual da vida académica. A recepção ao caloiro, agora com a terminologia "acolhimento" - há quem diga que soa melhor -, mostrou muita alegria, caras novas, sorrisos, gritos até histéricos e a sempre irreverência da academia. Os estudantes, em grupos (por curso) entoavam os seus cânticos e as palavras de ordem. Todos rivalizavam de forma saudável, sentindo, pela primeira vez, a sensação de estudante com estatuto universitário.
Tal estatuto mereceu, da parte do reitor da UM, Guimarães Rodrigues, palavras de recomendação aos novos alunos que entraram naquela que considerou "a melhor academia do país". "É necessário utilizar este tempo de forma participativa e responsável. Ele representa a vossa opção, o esforço das vossas famílias e um investimento do país na vossa qualificação", disse.
Por outro lado, aludiu à responsabilidade da UM no acolhimento dos novos alunos, destacando o seu papel de "fazer cumprir as expectativas dos estudantes", facultando as oportunidades para que possam adquirir um nível de qualificação que os habilite para uma actividade profissional.
"O percurso que agora se inicia apresenta desafios acrescidos. Que este seja um tempo enriquecedor que venham a recordar mais tarde como o melhor tempo das vossas vidas", acrescentou.
Na abertura do ano lectivo, Guimarães Rodrigues passou ao lado dos problemas que afligem o Ensino Superior, preferindo centrar a sua curta intervenção com um discurso para "dentro de casa", apelando aos valores da cultura e da tradição da Academia.
Também Roque Teixeira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) deixou palavras de estímulo aos novos colegas, alertando os "caloiros" para os novos desafios e até contrariedades no percurso académico. "Pretendemos que com metodologias activas de educação não formal, vocês façam parte de um projecto que diminua o abandono e promova o vosso sucesso escolar. Somos parte integrante deste processo e seremos todos responsáveis por ele", disse.
Na oportunidade, chamou a atenção para a responsabilidade do estudante no seu percurso académico, sem deixar passar, ao mesmo, a entrada em funcionamento do "modelo de Bolonha" na maioria dos cursos universitários. "Vocês são, na maior parte dos casos, o primeiro ano de uma nova metodologia de ensino-aprendizagem que se está a implementar no Ensino Superior", observou.
Neste ano lectivo, a UM regista 44 cursos, menos sete relativamente ao ano transacto, mas, por curiosidade, o número de vagas subiu para as 2224 (2212 em 2005/2006), das quais faltam apenas preencher 443, após a primeira fase de concurso.
Para o ano académico em curso, a UM contabiliza 14 mil estudantes, 1250 estudantes de mestrado e 720 alunos de doutoramento.

É a face mais escondida da violência doméstica: as agressões de filhos contra pais continuam a aumentar em Portugal, com o primeiro semestre de 2006 a registar 295 ocorrências, quase o mesmo número (314) das verificadas durante todo o ano anterior. Estes dados pertencem apenas à Polícia de Segurança Pública (PSP), restringindo-se por isso às zonas urbanas. Para o presidente da Associação de Apoio à Vítima (APAV), "a sociedade começa a ter cada vez mais consciência deste fenómeno", e o acréscimo de registos pode dever-se mais à frequência com que as vítimas se queixam do que a um aumento de casos propriamente dito.
Segundo os números da PSP, a que o DN teve acesso, nos primeiros seis meses do ano foram registados 5501 casos de violência doméstica, dos quais 4217 foram contra o cônjuge ou companheiro, 148 contra menores de 16 anos, 238 contra filhos e 603 contra outros familiares. Tendo em conta que no ano de 2005 se contabilizaram 9816 queixas de violência, verifica-se no total, sem discriminação por tipologia de agressores e vítimas, uma tendência de subida.
A PSP atribui o facto a "uma maior consciencialização das vítimas para os seus direitos", devido às campanhas nacionais entretanto criadas. Segundo a mesma fonte, os números também reflectem a "maior formação das forças de segurança, a criação de salas de atendimento de vítimas de crime nas esquadras e uma maior interacção entre entidades públicas e privadas".
"As pessoas têm cada vez mais consciência de que este tipo de violência também é crime. Antes, era menosprezada", refere o presidente da APAV. As agressões caladas pelas mulheres e menores, comuns há uma década, estão a acabar - mas manteve-se uma barreira de silêncio no que se refere à violência de filhos contra pais, que só agora começa a ser quebrada. "A visibilidade que está a ser dada a estes casos só pode ser comparada à que denunciou a extensão da violência contra cônjuges e crianças no nosso país", explica ainda João Lázaro.
Existe uma tendência marcada para a agressão ser efectuada por um filho adolescente ou já adulto, embora também existam casos registados de descendentes mais novos. A vítima, na maior parte dos casos, é idosa e tem grandes dificuldades em defender-se - e também em queixar-se, não só por vergonha e medo como por desconhecimento dos mecanismos que estão ao seu dispor para efectuar as denúncias. Ou mesmo dificuldade em deslocar-se (ver entrevista em baixo).
Em termos mais práticos, durante o primeiro semestre do ano a PSP efectuou 125 detenções por crimes de violência doméstica - em 2005 foram presos 249 indivíduos, entre Janeiro e Dezembro.

Autarquia dedica semana à Educação

A "Semana da Educação" promovida pela Câmara de Santo Tirso arrancou, ontem, com uma visita a alguns estabelecimentos de ensino do concelho que foram alvo de intervenções para estarem aptas a receber as refeições escolares.
O investimento que a autarquia fez em escolas e jardins de infância vão permitir que cerca de 98% dos alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo possam usufruir, já este ano lectivo, das refeições escolares. As intervenções nos estabelecimentos de ensino totalizaram quase 200 mil euros.
Neste ano lectivo, mais quatro escolas passam a ter refeições. Cerca de 90 alunos de três escolas vão ser transportados para a sede da Associação do Infantário de S. Tomé de Negrelos, ao abrigo de um protocolo a assinar, amanhã, entre a colectividade e a autarquia. No âmbito do apoio a alunos carenciados, mil crianças terão refeições gratuitas.
Na semana dedicada à educação, que termina na sexta-feira, vai falar-se também de escola a tempo inteiro.
Todas as escolas do primeiro ciclo do ensino básico vão passar a funcionar até às 17,30, disponibilizando pelo menos duas horas diárias de actividades extra-curriculares e envolvendo três mil alunos. Educação musical e artes plásticas juntam-se ao inglês e à educação física.
Ao longo de cinco dias a autarquia vai também promover formação para adultos e crianças. Hoje, o dia é dedicado à poupança de água.

Escola do Vinhal tem auxiliares

O problema de falta de pessoal na Escola EB1 do Vinhal, em S. Cosme, Gondomar, já está resolvido. Ontem, foram colocadas as duas auxiliares em falta, uma pela Junta e outra pelo Agrupamento de Escolas, que disponibilizou uma funcionária.
Os pais, que exigiram a resolução do problema até ontem, manifestaram-se satisfeitos com a solução encontrada, esperando agora pelos professores de actividades extracurriculares que ainda não foram colocados em Gondomar, disse Cândido Xavier, presidente da Associação de Pais.
Na semana passada, recorde-se, os pais insurgiram-se contra a falta de condições na escola, com cinco mães a ajudarem nas funções de vigilância e limpeza da escola a única profissional destacada para o efeito.
Um dia depois, foi aprovada uma medida segundo a qual os estabelecimentos de Ensino Pré-escolar, Básico e Secundário poderão ter mais 1237 funcionários não-docentes até final de 2007. A medida, noticiou o JN, iria permitir ao Ministério da Educação responder à falta de pessoal verificada em escolas como a EB1 do Vinhal. Ao JN, o secretário de Estado da Educação garantiu, na ocasião, que o caso concreto de S. Cosme já havia sido resolvido.

Já se come na escola de Vilar


A Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Vilar, em Vila do Conde, passou, este ano, a ter refeitório e a albergar as duas salas do jardim-de-infância, até agora a funcionar no edifício local dos CTT. As obras de adaptação e ampliação do edifício, orçadas em 150 mil euros e ontem inauguradas, incluíram a construção do novo refeitório e cozinha, com capacidade para servir 80 refeições por dia, uma sala do 1.º ciclo, gabinete, arquivo e instalações sanitárias, bem como a adaptação de duas salas para jardim-de-infância.
"Penso que são obras muito importantes. Até agora as crianças tinham de ir comer a casa", explicou, ao JN, a coordenadora da escola, Isabel Machado, acrescentando que, dos 60 alunos do 1.º Ciclo, 48 almoçaram no refeitório, ontem, no seu primeiro dia de funcionamento.
O jardim-de-infância, com duas salas e 36 crianças dos três aos seis anos, abre hoje, depois da mudança de instalações. Isabel Machado salientou ainda a importância da integração do infantário na escola EB1.
"Facilita a integração das crianças na escola primária", salientou ainda a coordenadora, para quem o único problema é agora a existência de apenas duas auxiliares para três salas do 1.º ciclo e duas de jardim-de-infância e a falta de professores para as actividades extracurriculares. "Os alunos terão Inglês, Música, Expressão Plástica e Educação Física, mas estamos à espera da colocação dos professores", finalizou.
"O jardim- de-infância funcionava com uma sala no primeiro andar. Não era o melhor espaço", frisou a vereadora da Educação da Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, acrescentando que a intervenção efectuada, durante este Verão, é apenas a primeira parte de uma intervenção mais ampla, já prevista da Carta Educativa do concelho e a ser efectuada, provavelmente, com recurso a apoios comunitários.
"O projecto passa pela ampliação das instalações o local onde agora foi construída mais uma sala deverá passar a ter as duas salas de jardim-de-infância, que por agora ficaram no edifício principal", explicou ainda a vereadora.

Universidade do Minho recebe caloiros

O primeiro dia da Universidade tem mais encanto. Que o digam os cerca de dois mil novos universitários da Universidade do Minho (UM) que, ontem, no campus de Gualtar, Braga, cumpriram o primeiro ritual da vida académica. A recepção ao caloiro, agora com a terminologia "acolhimento" mostrou muita alegria, caras novas. Os estudantes, em grupos, entoavam cânticos e palavras de ordem. Todos rivalizavam de forma saudável, tendo, pela primeira vez, a sensação de estudante universitário.
Tal estatuto mereceu, da parte do reitor da UM, Guimarães Rodrigues, palavras de recomendação aos novos alunos que entraram naquela que considerou "a melhor academia do país". "É necessário utilizar este tempo de forma participativa e responsável. Ele representa a vossa opção, o esforço das vossas famílias e um investimento do país na vossa qualificação", disse.
Por outro lado, aludiu à responsabilidade da UM no acolhimento dos novos alunos, destacando o seu papel de "fazer cumprir as expectativas", facultando oportunidades para que possam adquirir um nível de qualificação que os habilite a uma actividade profissional.
Neste ano lectivo, a UM regista 44 cursos, menos sete do que no ano transacto, mas o número de vagas subiu para as 2224 (2212 em 2005/2006), das quais faltam apenas preencher 443, após a primeira fase de concurso.

A Universidade do Minho e a congénere galega de Vigo criaram o primeiro centro europeu de excelência transfronteiriço da Península Ibérica, com o objectivo de espoletar energias entre ambos os lados da fronteira e amplificar o debate sobre questões europeias. O centro foi ontem apresentado na UM, pelos dois professores com a cátedra "Jean Monnet", uma das exigências para a criação do centro. As primeiras iniciativas passam pela criação de um mestrado, um curso de Verão e a publicação de um livro pelo "Eixo Atlântico".
Luís Filipe Lobo Fernandes, pró-reitor da UM, salienta que o centro de excelência tem três objectivos "Conferir visibilidade a recursos científicos e materiais sobre a integração europeia; desenvolver sinergias dos recursos disponíveis e ter repercussões local e regional através de um debate sobre a construção europeia".
Aliás, a questão da sociedade civil foi um dos pontos mais focados pelo pró-reitor da UM "Há um diferente desempenho entre as duas regiões, bastando para isso olhar para o PIB: na Galiza é de 80%, no Norte de Portugal é de 59%. Por isso é que digo que a Espanha, e mais concretamente a Galiza, é um teste à capacidade dos portugueses".
O mestrado em políticas comunitárias, desenvolvimento e cooperação transfronteiriça é, segundo o professor da Universidade de Vigo, Luis Dominguez, "único na Península Ibérica e vai servir para consolidar o conhecimento de problemáticas europeias comuns e já estava incluído na candidatura apresentada à União Europeia para a criação do centro de excelência". Para o docente galego, "é assim que se caminha para tornar as duas regiões mais competitivas e que deixem de fazer parte das regiões de convergência já em 2007". As inscrições estão abertas até 10 de Outubro através da internet e o curso vai realizar-se na Universidade de Vigo. Também o ensino on-line está a ser organizado para arrancar em breve.


Os cinco alunos da escola EB 1 de Juncais, que durante uma semana recusaram frequentar a escola de acolhimento na vila de Fornos de Algodres, apresentaram-se ontem de manhã no estabelecimento de ensino, mas prometem prosseguir o protesto.
Numa reunião realizada no domingo entre os pais dos alunos e a Junta de Freguesia, foi decidido o regresso dos alunos à escola "para não prejudicar os estudos", disse à Agência Lusa o autarca local, Manuel Paraíso.
Apesar da decisão, os pais e a Junta de Freguesia vão prosseguir com um "protesto simbólico" enviando diariamente cartas em branco para o presidente da Câmara Municipal de Fornos de Algodres, José Miranda.
"As cartas serão enviadas todos os dias até ao final do ano lectivo", garantiu, acrescentando que as missivas são remetidas em nome da escola e os custos suportados pelos pais e pela própria Junta de Freguesia. O transporte dos alunos de Juncais em autocarro para a sede de concelho - numa distância de sete quilómetros - está também a preocupar os pais dos meninos e a própria Junta que prometem continuar a fazer diligências para que os alunos sejam levados para a escola num "transporte diferenciado".

A Câmara Municipal de Aveiro pondera a hipótese de estabelecer uma parceria público-privada para a concretização da Carta Educativa de Aveiro, um documento que está pronto desde Abril, mas que continua dependente de financiamento para a sua concretização. A Carta Educativa vai custar cerca de 25 milhões de euros e prevê a construção de 24 escolas de raiz, o encerramento de outras e a ampliação de alguns centros educativos do concelho.
"Estamos a tentar arranjar parceiros, para não pensarmos numa carta que só estará pronta daqui a 20 ou 30 anos em termos de edificado. Queremos uma coisa que esteja pronta num prazo útil de cinco ou seis anos", disse Pedro Ferreira, vereador responsável pelo pelouro das finanças, explicando o adiamento da aprovação do documento em sede de reunião de câmara e Assembleia Municipal.
"Precisamos de saber se de facto há dinheiros públicos, que percentagem de apoio é que os projectos irão receber, e o que fazer com as escolas que não fazem parte da carta educativa. E por isso estamos a pensar na hipótese, que ainda não está definida, de fazer uma parceria público-privado. Há empresas que fazem a construção dos edifícios e a manutenção e a câmara pagará uma renda. É uma possibilidade que estamos a estudar", acrescentou Pedro Ferreira.
A questão da Carta Educativa foi levantada pelo vereador do PS, Marques Pereira, durante a reunião de câmara que ontem se realizou na Escola Preparatória João Afonso. O socialista quis saber se "dez meses não é tempo suficiente para reavaliar o documento", uma vez que "este executivo recebeu um documento praticamente completo". Marques Pereira chegou mesmo a acusar a actual autarquia de "nada ter feito em relação a este assunto" e de "não se aproveitar as candidaturas aos fundos comunitários para ajudar a concretizar a carta educativa".
Em resposta Pedro Ferreira disse que se "fala que se vai apostar muito na formação, mas no que toca a verbas zero. Não posso dizer que no próximo ano vamos avançar com duas escolas se depois não há dinheiro para isso. As coisas têm de ser feitas com pés e cabeça".

Politécnico prepara festa dos caloiros

Quatro escolas que integram o Instituto Politécnico de Coimbra (institutos superiores de Técnicas de Saúde, Contabilidade e Administração, Agrária e de Engenharia) uniram-se para promover a festa de recepção aos caloiros. De fora ficou a Escola Superior de Educação de Coimbra e a de Gestão de Oliveira dos Hospital, mas "foram convidadas", como referiu Ricardo Beirão, aluno do Instituto Superior de Engenharia.
Ao todo, nestas quatro escolas, entraram 835 novos alunos. Chega, agora, a vez dos mais velhos acolherem os caloiros, em festa, que vai decorrer de 11 a 13 de Outubro. Do "menu" das festividades fazem parte actividades desportivas, com futsal e voleibol, envolvendo actuais e antigos alunos, mas também um programa nocturno de animação, a decorrer no Queimódromo.
Na primeira noite, vão actuar DJ e na segunda haverá música pimba, tão ao gosto dos estudantes. A festa termina com a actuação de bandas, mas o programa só será divulgado na próxima semana. A organização promete "preços baixos", com a noite mais cara a não ultrapassar os dez euros. Não haverá discriminação nos preços entre estudantes do Superior e outros, mesmo de fora de Coimbra.

A Escola Secundária D. Dinis, na antiga estrada de Eiras, em Coimbra, foi considerada, num recente estudo da Deco Proteste, como sendo um dos estabelecimentos de ensino com um nível de segurança "preocupante". Uma análise que não deixa "alarmado" o Conselho Executivo da escola, ao referir que os problemas "não surpreendem e acabam por ser normais".
Ao JN, Augusto Nogueira, presidente do Conselho Executivo, explicou que o estudo em causa "permite avaliar a percepção de segurança sentida por alunos e professores". "Nesta escola temos problemas como em todas as outras. Cada escola tem os seus problemas", adiantou.
No entanto, fez questão de salientar que, no concelho de Coimbra, a Secundária D. Dinis "é a única escola que está situada num ermo habitacional". Por isso, reconhece que "no exterior da escola haverá problemas também devido à sua localização". "Trata-se de uma zona problemática, que envolve contextos sociais carenciados", referiu. Por outro lado, Augusto Nogueira não esqueceu a existência de "dificuldades com os transportes, pois há alunos que têm de andar a pé cerca de 1,5 quilómetros". Por tudo isso, "não surpreende que haja insegurança extramuros", diz o presidente do Conselho Executivo.
"Mas não ficámos alarmados com o estudo da Deco. Temos os problemas normais e vamos reflectir", considerou, para acrescentar que, por exemplo, "nunca houve violência nesta escola, mas também não metemos a cabeça na areia".
Augusto Nogueira recordou, aliás, que já antes deste estudo, a Secundária D. Dinis "avançou para o Sistema de Gestão Integrada, em que cada aluno tem um cartão com banda magnética que dá para tudo, entrar e sair da escola, comprar materiais e pagar refeições".
Deste modo, explicou o mesmo responsável, "todos os cerca de 400 alunos da escola terão um cartão deste tipo, pelo que nenhum deles precisa de andar com dinheiro".
De acordo com estudo efectuado pela Deco Proteste, a falta de segurança é mais notória nas imediações da Secundária D. Dinis do que no interior do recinto escolar.
Já quanto aos problemas detectados dentro e fora do estabelecimento de ensino, a sua maioria está relacionada com ofensas verbais, desaparecimento de bens e ameaças.

GNR corta cadeados que impediam acesso a escola

A GNR de Sernancelhe, Viseu, retirou ontem os cadeados que desde o início do ano lectivo impediam a entrada no Pólo de Carregal, escola de acolhimento dos alunos de Quintela, Forca, Faia e Penso, que continuam a faltar.
Segundo o comandante do Destacamento Territorial de Moimenta da Beira da GNR, capitão José Machado, a presidente do Agrupamento de Escolas de Sernancelhe avisou a GNR que "a escola estava fechada a cadeado, impedindo os professores de exercer actividade".
"Ao início da tarde de hoje [ontem]procedeu-se à retirada dos cadeados, de forma pacífica, já que não estava ninguém no local, para além de um professor que pretendia entrar", acrescentou.
O Pólo de Carregal tinha sido fechado no início do ano lectivo pelos pais de alguns alunos do concelho de Sernancelhe, onde foram encerradas 17 das 21 escolas existentes.
Ficam a funcionar três pólos, em Sernancelhe, Carregal e Ferreirim, e também a escola de Vila da Ponte, devido ao significativo número de alunos.
A falta de acompanhamento durante a viagem de autocarro, o excesso de alunos e a falta de refeitórios nas novas escolas têm sido os motivos dos protestos de alguns pais de Sernancelhe, que desde o dia 13 de Setembro não levam os filhos às escolas de acolhimento.
Segundo fonte do Agrupamento de Escolas de Sernancelhe, "continuam a faltar todos os alunos de Quintela, Forca, Faia e Penso, que deveriam frequentar o Pólo de Carregal".
No pólo de Sernancelhe, "a situação está a ficar normalizada, faltando apenas três ou quatro alunos".
No Pólo de Ferreirim e na Escola de Vila da Ponte, "os alunos estão a frequentar as aulas normalmente". O presidente da Câmara de Sernancelhe, José Mário Cardoso, disse, ontem, estar "desapontado com tudo o que se está a passar em Sernancelhe". "É vergonhoso o silêncio sepulcral por parte de todos os responsáveis pedagógicos e educativos. Até parece que não foram eles que mandaram fechar as escolas e escolheram as escolas de acolhimento", lamentou.
O autarca considera que "bastava terem deixado abertas as quatro escolas que eram frequentadas pelos alunos que vão agora para o Pólo de Carregal, para que não houvesse tanta confusão".

As melhores alunas do País

Assumem sem dificuldade que tiveram que abdicar de “algumas coisas” para conseguirem atingir os objectivos a que se propuseram. Entre essas “coisas” contam-se namorados, saídas à noite, divertimentos próprios da idade.
Mas conseguiram: Ana Rodrigues e Sara Ranchordas, ambas com 18 anos, acabam de entrar para a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto com as melhores médias a nível nacional: 19,63 valores, numa escala de 0 a 20.
Ana Isabel, “extrovertida q.b.”, como ela própria se define, nunca tinha pensado em ser médica até ao ano passado. “Metia-me impressão pensar no sofrimento das pessoas, por isso foi uma opção que sempre pus de parte, até que um investigador me aconselhou a optar por uma área de formação abrangente, para ser mais fácil arranjar trabalho na investigação, que foi o que sempre quis”, conta ao CM. “Aí comecei a ponderar seguir medicina”, conclui.
As primeiras letras do segundo nome de Sara – Dharmisha – significam, em hindu, felicidade e sucesso. Mas, como o nome não basta, Sara, filha de pai indiano, trabalhou desde pequena para realizar o sonho que tem desde que se conhece: ser médica. Por isso, escolhe a palavra “determinada” para definir a sua personalidade. Não lamenta tudo aquilo de que teve de abdicar para chegar onde chegou. Até porque sabe que “quando se consegue o que se quer vale sempre a pena”. Além dos livros, alterna os seus “curtos” tempos de lazer com as lições de piano e a “música da pesada” (elege Linkin Park como a banda de eleição). Este contraste em gostos musicais faz aflorar um sorriso tímido à cara da calma Sara. Saídas à noite nem tanto: “Não sou grande fã”, confessa.
Ana Isabel tem a mesma opinião: “Quando estou com muitas pessoas sinto-me intimidada, os ambientes pesados fazem-me confusão.” Mas gosta de sair com os amigos, com quem se sente “realmente bem”, e de dar catequese. “Disso não consigo abdicar, era preciso um motivo muito forte para deixar de ser catequista”, garante. Quanto ao feitio, considera-se “uma pessoa que não consegue ficar pelas metades, que tenta sempre ir até onde se sente capaz”.
Com os estudos foi assim. “Não vou dizer que me apetecia sempre estudar, mas sempre soube que precisava de fazer opções, o que não quer dizer que tenha sido menos feliz por ter feito as opções que fiz”, garante. E é fácil acreditar. A cara de Ana ilumina-se num sorriso quando fala da vida que está prestes a iniciar na faculdade.
Sara é mais contida: sabe que durante os seis anos do curso vai ter de manter a persistência. “Só fazendo opções é que vou conseguir acabar o curso com uma boa média que me permita seguir a especialidade pretendida”, Cardiologia ou Medicina Legal. Já Ana, espera que os anos que tem pela frente esbatam a indecisão entre Patologia, se continuar a querer ser investigadora, ou Pediatria.
Ambas garantem que o segredo dos seus bons resultados é simples: trabalho e persistência. “O importante é cada pessoa perceber o melhor ritmo de estudo”, diz Ana. “E estudar muito”, conclui Sara.

PERFIS
- Sara Dharmisha Ranchordas nasceu a 19 de Janeiro de 1988. Vive em Fânzeres e estudou num colégio em Gondomar entre o 10.º e o 12.º ano. Gosta de tocar piano e de ouvir os Linkin Park. Acabou de ler o livro ‘A Sangue Frio’, de Truman Capote. Não tem namorado.

- Ana Isabel Coelho Rodrigues nasceu a 5 de Abril de 1988. Mora em Águas Santas, na Maia, onde sempre estudou. Está a ler ‘As Intermitências da Morte’, de José Saramago. Não tem namorado e acha que “as coisas surgem naturalmente”. Gosta de ser catequista.

A ESCOLA MAIS EXIGENTE
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) recebeu este ano os quatro alunos com as melhores médias de entrada no Ensino Superior. O aumento de 50 vagas em relação ao ano passado prende-se, segundo a faculdade, com a necessidade de evitar que alunos portugueses procurem universidades estrangeiras por não conseguirem entrar nas do seu País. A FMUP recebe este ano 240 alunos, o que fez com que a média de entrada descesse de 18,68, no ano passado, para 18,10 valores. Está em projecto a construção de um novo edifício, cujas obras terão início em 2007.

FAMÍLIA: O GRANDE APOIO
As duas estudantes mais brilhantes de Portugal não esquecem o “importante” apoio das famílias, que sempre as “incentivaram” e “acreditaram” nelas. Sara, que reúne o melhor de duas culturas – o pai é indiano –, tem uma irmã de 21 anos que frequenta o 4.º ano de Direito e que também entrou para a universidade com uma média superior a 19 valores. Ana tem um irmão de 13 anos. O País ganhou duas futuras médicas mas perdeu uma Ana juíza e uma Sara inspectora da Polícia Judiciária, sonhos que também acalentaram, mas que trocaram por outro que as conquistou: o da medicina.

Autonomia das escolas contra violência e insucesso

A ministra Maria de Lurdes Rodrigues anuncia hoje as 18 escolas da Grande Lisboa e as 14 do Grande Porto com as quais vão ser feitos contratos de desenvolvimento, com o objectivo de combater os problemas de segurança e as carências sociais e educativas. Além destas, outras escolas podem apresentar projectos próprios.
A ministra da Educação anuncia hoje, no Monte da Caparica, uma das zonas mais problemáticas da Margem Sul do Tejo, o chamado Despacho da Autonomia, e revela quais os estabelecimentos de ensino escolhidos para apresentarem contratos-programa que lhes permitirão beneficiar de medidas especiais visando combater a insegurança e o insucesso escolar. Como o CM noticiou, são 32 escolas – 18 na Grande Lisboa e 14 no Grande Porto –, situadas em meio social difícil nos grandes centros urbanos. O apoio passa pelo financiamento à contratação de psicólogos, assistentes sociais e professores, a nível local, além do reforço policial com o Programa Escola Segura.
A violência física entre alunos, e verbal para com os professores, o fenómeno do ‘bullying’ – alunos que batem, humilham e chantageiam outros alunos em troca de protecção – e assaltos são apenas alguns dos problemas mais comuns em alguns estabelecimentos, como é o caso da Escola Básica 2,3 do Monte da Caparica, em Almada.
“São alunos que apresentam um baixo nível de competências sociais. Até gostam de ir à escola, mas não têm interesse pela aprendizagem. Estão na escola pelo convívio”, diz Inês de Castro, presidente do Conselho Executivo, explicando o contexto social onde as crianças estão inseridas: “Moram em bairros com problemas graves, como o desemprego, violência doméstica e muita negligência.”
Apesar desta situação, a directora não responsabiliza os pais: “A maioria interessa-se pelo percurso dos filhos, mas como podem controlar isso se passam o dia todo fora de casa, a trabalhar?” É esta ausência que acaba por ter uma enorme repercussão no comportamento e no insucesso escolar das crianças. “Passam o tempo na rua, onde existem gangs”, refere, acrescentando: “Todos estes factores acarretam problemas de indisciplina e o consequente insucesso escolar: a taxa de reprovação é superior a 30 por cento”. Uma das soluções que gostava de ver posta em prática passa pela disciplina: “Há que reforçar a autoridade do professor e essa tem de ser exercida sem complexos. O problema é comum ao País. As pessoas reclamam direitos, mas esquecem-se dos deveres.”
O Despacho da Autonomia vai permitir uma maior interacção entre as instituições no terreno. “Actualmente existe uma falha enorme no programa Escola Segura por falta de meios. Precisamos de uma patrulha em permanência, por volta da hora do almoço e das 17h00 e ela não existe. Não nos é possível controlar os inúmeros assaltos que acontecem quando os alunos deixam a escola e regressam a casa”, remata.

CERCO APOSTA EM PROFESSORES TUTORES
Professores tutores estão a tentar resolver problemas sociais e de indisciplina no Agrupamento de Escolas do Cerco, no Porto. Maria José Tavares, presidente do Conselho Executivo, aponta a competência destes professores como umas das formas mais eficazes de lidar com indisciplina dos cerca de 1700 alunos daqueles estabelecimentos de ensino.
A responsável espera que, com o apoio do Ministério da Educação ao abrigo do Despacho de Autonomia, o número de tutores aumente significativamente. “Temos 12 professores tutores que trabalham com 35 alunos, mas o número ainda não é suficiente para resolver os problemas de indisciplina e dificuldades de aprendizagem”, disse Maria José Tavares ao CM.
A professora aponta ainda a falta de auxiliares de acção educativa no agrupamento como uma das lacunas na luta pelo bom funcionamento das escolas. “Há estabelecimentos com oito turmas e apenas um funcionário”, sublinhou. As escolas do agrupamento estão paredes-meias com bairros sociais problemáticos, onde a taxa de insucesso e o abandono escolar são elevados.
No projecto que irá apresentar ao Ministério da Educação, a presidente do Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas do Cerco irá pedir mais recursos a nível de psicólogos, assistentes sociais e professores tutores para despiste de situações mais problemáticas e orientação escolar. “Com esta intervenção queremos diminuir o problema de indisciplina e aumentar o sucesso escolar”, afirmou.
A taxa de insucesso no terceiro Ciclo é de 30 por cento e de 26 por cento no segundo ciclo. O abandono escolar fixou-se, no ano lectivo anterior, em 1,5 por cento. O número de alunos faltosos por longos períodos de tempo também preocupa Maria José Tavares, encontrando-se já nos 2,2 por cento.

CARÊNCIAS GRAVES
O Agrupamento de Escolas de Miragaia, um dos escolhidos pelo Ministério da Educação para implementação de medidas especiais, está a passar por dificuldades graves de controlo da indisciplina. Eugénia Mota, presidente do Conselho Executivo, espera que a intervenção do Ministério ajude a combater as causas da indisciplina. “Temos de agir sobre as causas para acabar com o problema pela raiz”, sublinhou. Localizado no centro histórico, uma das zonas mais carenciadas do Porto, os cerca de mil alunos do agrupamento provêm de famílias com carências sociais graves. “Temos um número elevado de alunos cujos pais estão presos. Muitos não se alimentam e não têm acompanhamento familiar. Tornam-se agressivos com colegas e professores”, conclui Eugénia Mota.

SETE ALUNOS AGREDIDOS
Sete alunos da Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça, estavam a brincar no recreio quando foram agredidos a murro por dois intrusos aparentemente alcoolizados, informou ontem o Comando Distrital de Leiria da PSP. Os alegados agressores, de 16 e 17 anos, entraram no estabelecimento sem oposição, beneficiando do facto de não haver portaria. Cinco das vítimas, com idades entre os 13 e os 15 anos, tiveram de receber assistência médica, na tarde de quinta-feira. Segundo Maria Dulce Lopes, vice-presidente do conselho executivo da escola, tratou-se de um caso de “violência gratuita”, que apanhou de surpresa os estudantes, professores e funcionários do estabelecimento. O facto de haver alguns alunos novos, no início do ano lectivo, facilitou a intrusão dos arruaceiros.

AS 32 ESCOLHIDAS
Cada escola vai apresentar um projecto individual, de acordo com as necessidades detectadas e os objectivos estabelecidos. Como pré-requisito da autonomia, para beneficiarem do financiamento, têm de fazer, no primeiro ano do contrato, um processo de auto-avaliação e submeter-se a avaliação externa.

GRANDE LISBOA
- EB 2 Prof. Pedro d’Orey da Cunha (Amadora)
- ES/2,3 Azevedo Neves (Amadora)
- EB 2,3 José Cardoso Pires (Amadora)
- EB 1 Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles (Lisboa)
- EB 2,3 Almada Negreiros (Lisboa)
- EB 2,3 Piscinas (Lisboa)
- EB 2,3 Bartolomeu Dias (Loures)
- EBI Apelação (Loures)
- EBI/JI Sophia de Mello Breyner (Oeiras)
- EB 2,3 Agostinho da Silva (Sintra)
- EB 2,3 Ferreira de Castro (Sintra)
- EB 2,3 Monte da Caparica (Almada)
- E Sec. Mte da Caparica (Almada)
- EB 2,3 Trafaria (Almada)
- EB 2,3 do Miradouro de Alfazina (Almada)
- EB 2,3 Vale da Amoreira (Moita)
- EB 2,3 Bela Vista (Setúbal)
- EB 2,3 de Vialonga (V. Franca de Xira)


GRANDE PORTO
- EB 2,3 Dr. Leonardo Coimbra (Porto)
- EB 2,3 Pêro Vaz de Caminha (Porto)
- EB 2,3 Miragaia (Porto)
- EB 2,3 Cerco (Porto)
- E. Sec. Cerco (Porto)
- EB 2,3 Matosinhos (Matosinhos)
- EB 2,3 Perafita (Matosinhos-Perafita)
- EB 2,3 Prof. Óscar Lopes (Matosinhos)
- EB 2,3 Vila D’Este (Vila Nova de Gaia)
- EB 2,3 Canidelo (Vila Nova de Gaia)
- ES Inês de Castro (Vila Nova de Gaia)
- EB 2,3 Ramalho Ortigão (Porto)
- EB 2,3 Pedrouços (Maia)
- EB 2,3 Fânzeres (Gondomar)

Proposta do PSD para sistema de avaliação das escolas já foi entregue ao Parlamento

O PSD entregou hoje no Parlamento o projecto de lei que prevê a criação de um sistema nacional de avaliação das escolas do ensino básico e secundário, dirigido por uma entidade independente composta por personalidades eleitas pelos deputados.
"Presentemente, as famílias não conhecem na plenitude o que realmente se passa nas escolas dos seus filhos, nem as podem comparar com outras escolas (...). As famílias e a sociedade em geral têm direito a um sistema transparente que não esconda a realidade", lê-se na exposição de motivos entregue hoje no Parlamento.
Para combater a "clara lacuna" no acompanhamento do desempenho das escolas básicas e secundárias, o PSD propõe a criação de um sistema de avaliação "rigoroso, credível e consequente" de todos os estabelecimentos de ensino, públicos e privados.
Segundo o projecto de lei dos sociais-democratas, os resultados da avaliação devem ser divulgados anualmente, "nomeadamente com publicação na Internet" .
Entre os objectivos da divulgação dos resultados, o PSD aponta a possibilidade de "habilitar as famílias com informação relevante que favoreça a efectiva concretização do princípio da liberdade de escolha da escola".
Relativamente à entidade independente que deverá dirigir este processo de avaliação (a Agência Nacional para a Avaliação da Escola), o PSD defende que deve ser composta por "sete personalidades de reconhecido mérito eleitas pela Assembleia da República, através do método de Hondt".
Entre as competências da Agência Nacional para a Avaliação da Escola estão, segundo o diploma, o planeamento, coordenação, execução e interpretação dos resultados do sistema de avaliação.
A agência deverá ainda "propor as medidas de melhoria do sistema educativo que considere necessárias".
Ainda de acordo com o projecto de lei do PSD, caberá ao Ministério da Educação "assegurar as condições humanas, técnicas e financeiras" para que, "em permanência e com integral independência", a agência possa concretizar a execução do sistema nacional de avaliação das escolas.
O sistema de avaliação previsto no diploma deverá permitir "aferir os graus de desempenho das escolas nacionais em termos internacionalmente comparáveis".
A par deste diploma, e ainda na área da educação, o PSD já elaborou outro projecto de lei que consagra a liberdade de gestão das escolas, que será discutido e votado no Parlamento a 28 de Setembro, durante o agendamento potestativo (direito de um partido fixar a ordem do dia) dos sociais-democratas.
Este diploma prevê que "cada escola possa escolher as suas orientações estratégicas e no futuro definir a sua própria organização" e que os pais possam escolher livremente a escola dos seus filhos, independentemente da sua localização geográfica.


A inexistência de espaços suficientes impede que as escolas do 1.º Ciclo a funcionar em regime de horário duplo (com turmas de manhã e turmas à tarde) ofereçam actividades de enriquecimento curricular, pelo menos para a maioria dos alunos que nelas se inscrevem. São estabelecimentos situados em zonas urbanas densamente habitadas e que, por isso mesmo, estão superlotadas e obrigadas a trabalhar em desdobramento. A solução para o mal passa, obrigatoriamente, pela construção de novas escolas, num plano que deverá se estender até 2013. Até lá, as famílias continuam obrigadas a procurar quem fique com as crianças durante uma parte do dia.
A Escola do 1.º Ciclo da Torrinha, no Porto, é tida como uma das maiores do concelho. Muito procurada quer por quem reside na zona, quer por pais que por ali trabalham, a escola só dispõe de sete turmas a funcionar em horário normal (das 9 às 12 horas e das 13.30 às 15.30 horas). Os alunos destas turmas são os "sortudos" que poderão beneficiar, gratuitamente, das actividades de enriquecimento curricular criadas no âmbito da "Escola a Tempo Inteiro".
De fora, ficaram as restantes 12 turmas, seis com aulas das 8 às 13 horas e outras seis com aulas das 13.15 às 18.15 horas. "A escola mandou um comunicado para casa para saber se queríamos inscrever a nossa filha nessas actividades. Mas não posso ir lá levá-la para as actividades e ficar à espera que acabem para a trazer para casa", disse Maria de Lurdes ao JN.
Problema idêntico vive-se na Escola do 1.º Ciclo de Fernão de Magalhães, também no Porto. O estabelecimento está superlotado, tendo os alunos sido divididos por 13 turmas. Para que as mais de 300 crianças possam ter aulas, a escola é obrigada a funcionar em regime de horário duplo.

Espaços condicionados
Aliás, de acordo com a própria Câmara Municipal, das 55 escolas do 1.º Ciclo da cidade, 27 encontram-se em regime de desdobramento.
"Os nossos espaços estão todos condicionados. O que vamos ter de fazer é criar algumas actividades de manhã para as crianças da tarde e vice-versa, em horários diversos, sempre em função dos espaços que tenhamos disponíveis", disse ao JN Teresa Miranda, presidente do Conselho Executivo da Escola Augusto Gil, sede do agrupamento.
"A escola é muito procurada e só temos uma de duas soluções para implementar o horário normal ou reduzimos o número de alunos ou se aumenta o edifício com pelo menos mais quatro salas", explicou.
Francisco Almeida, dirigente da Federação Nacional dos Professores, afirmou ao JN que o problema das duas escolas atrás referidas repete-se num sem número de outras, quer em centros urbanos muito populosos, quer mesmo em localidades mais pequenas.
"Na escola do 1.º Ciclo da vila de Cinfães há oito turmas para apenas quatro salas. A implementação de actividades e enriquecimento curricular só pode ser feita infernizando a vida dessas escolas, que não têm espaços", referiu.
António José Ganhão, vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, foi peremptório ao JN "O problema só se resolve com a construção de mais escolas". Como salientou, "desde que o Quadro Comunitário de Apoio seja dotado de verbas suficientes, a construção de escolas pode ser concretizada entre 2007 e 2013". Enquanto isso não acontece, José Ganhão defende o recurso a espaços alternativos, que devem ser encontrados localmente.

Pais contestam horários das actividades de enriquecimento curricular
Dois mil alunos vão ficar sem actividades extra
Por opção, a filha de Teresa Santos, que frequenta o 4.º ano na Escola João Beare, na Marinha Grande, não vai ter aulas extracurriculares. "A experiência do ano passado foi negativa, pelo que decidi não inscrevê-la nas aulas de Inglês, Educação Física, Música e Apoio ao Estudo", conta, ao JN. Sem escolha, os cerca de dois mil alunos que frequentam o Ensino Básico do concelho não têm ainda prolongamento de horários. A situação ficará resolvida no início de Outubro, garante a Câmara.
Teresa não gostou da forma como foram abordados os assuntos, no decorrer do último ano lectivo. "A minha filha ficou com aversão ao inglês. Os professores não eram do 1.º Ciclo e não souberam transmitir a mensagem", refere. Por ser trabalhadora independente, tomar a decisão de não inscrever a criança nas aulas extracurriculares foi mais simples. Mas esta mãe sabe que a maioria não tem essa possibilidade e precisa que os filhos tenham horários preenchidos. Por isso, frisa, este início do ano lectivo está a ser bastante complicado "Como essas aulas ainda não estão a funcionar, muitos foram obrigados a pagar ATL para resolver a situação".
O presidente da associação de pais da Escola Guilherme Stephens, Joaquim Carrilho, diz que tem havido "desorganização", mas espera que, em Outubro, os problemas fiquem resolvidos. Helena Simão
O arranque das actividades de enriquecimento curricular na EB1 da Giesta, na Maia, está, para já, adiado. A falta de espaço na escola foi colmatada, mas os horários propostos são considerados impraticáveis pelos pais. A EB1 da Giesta está "a rebentar pelas costuras", admite Mário Oliveira, vice-presidente para o pré-ciclo do Agrupamento de Pedrouços, e as actividades têm que decorrer fora da escola. A Câmara Municipal transferiu as actividades para o Estádio de Pedrouços, permanecendo na escola apenas o Estudo Acompanhado. O facto da escola funcionar em regime de desdobramento faz o resto para frequentarem as actividades de enriquecimento curricular, as crianças têm que cumprir horários incompatíveis com os empregos dos pais. "Não sei como é que vai ser, porque eu trabalho e para poder trazê-los aos dois às aulas e depois às actividades, teria de deixar de trabalhar", afirmou Olga Cardoso, que tem dois filhos a frequentar este estabelecimento de ensino, em horários diferentes. "Concordo com as actividades, mas os horários não são apropriados para os pais que durante o dia não estão em casa. Os meus filhos não vão poder frequentar", explicou. A situação é levada a extremos quando são os pais que têm que ir buscar as crianças à escola depois do estudo acompanhado para as levar ao Estádio de Pedrouços para as restantes actividades. Rosa Pinto, que todas as tardes leva a neta à EB1 da Giesta, o horário das actividades é "em contra-a-mão, não dá jeito nenhum. O melhor seria trazer à escola os professores e fazer essas actividades durante o tempo das aulas". Mário Oliveira explica que essas são alternativas inviáveis, já que estas actividades não se podem sobrepor à actividade curricular diária, e levar os professores das actividades até à escola também não, já que as salas estão todas ocupadas. Tanto, que nem sequer chegam para que todos os alunos da escola possam ter estudo acompanhado. A Câmara da Maia lembra que o despacho ministerial que institui as actividade se aplica apenas "a escolas de regime normal, o que não é o caso da EB1 da Giesta". Mesmo assim, explica Emília Santos, assessora da vereadora da Educação, a autarquia "procurou espaços extra, próximos às escolas, para que todas as crianças tenham acesso, e os horários são os possíveis.

Cem mil estudantes à procura de casa

Mais de cem mil alunos do ensino superior português vão estar longe das suas famílias, no ano lectivo que agora se inicia, e terão de recorrer ao arrendamento de quarto ou casa nas cidades onde estudam. Cruzados os dados de diferentes estudos disponibilizados pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior, conclui-se que o arrendamento de habitação por estudantes é um negócio que tem movimentado entre 200 a 400 milhões de euros por ano. A maior fatia desse montante, não obstante a solitária acção de fiscalização da Direcção de Finanças de Coimbra, continua a revelar-se lucro absoluto para os senhorios, que fogem ao fisco com a maior descontracção.
O alojamento é "claramente" a despesa "com maior peso" para os estudantes do ensino superior deslocados e para os que já se autonomizaram da sua família de origem, confirmou, no ano passado, uma equipa de investigadores do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), num estudo encomendado pelo ministério da tutela.
Cruzando dados do Observatório da Ciência e do Ensino Superior com os do estudo do ISCTE, chega-se à conclusão que, no final de 2005, mais de 30% dos cerca 367 estudantes matriculados no último ano lectivo encontravam-se em casa ou apartamento arrendado (15,1%), quarto individual arrendado (12%), quarto conjunto arrendado (2,7%) ou em residência para estudantes (3,9%).
Cerca de 12% encontravam-se em casa/apartamento próprio, o que significa que uma parte destes pode integrar-se no grupo cada vez maior dos que optam por comprar imóvel, para eventualmente negociar após a conclusão do curso superior .
Apenas 10% dos deslocados não paga renda. Vivem em casa de familiares ou amigos.
O inquérito do ISCTE, baseado numa amostra de três mil entrevistas, revela também que cada estudante deslocado paga uma média de 252 euros/mês pela renda, água e electricidade.
Este montante sublinha a ideia do quão importante é para o orçamento familiar conseguir uma colocação na área da sua residência de origem. Muitos agregados familiares optam mesmo por colocar os seus filhos em estabelecimentos de ensino privados próximos de casa, porque se lhes afigura mais vantajoso pagar as propinas deste tipo de escolas do que as despesas da sua deslocação para instituições públicas distantes.

"O património? É uma coisa que devemos proteger". Marco Miguel, 9 anos, aluno do colégio de Nossa Senhora da Conceição, em Guimarães, não sabe o que são as Jornadas Europeias do Património, "nunca ouvi falar", mas sabe, porque aprendeu, que "todos devemos proteger o património".
Tal como Marco, também Francisco Arlindo segue atentamente as danças dos colegas, num palco no pátio central do Paço dos Duques de Bragança, em Guimarães. E já que se fala de património, o rapaz de 9 anos faz questão de mostrar a sua costela bairrista. "Nós somos património mundial", vinca (o "nós" refere-se a Guimarães).
O monumento nacional, que recebe cerca de 200 mil visitantes por ano, abriu as portas a 300 alunos do ensino básico, de Guimarães e do Porto, para assinalar as Jornadas Europeias do Património, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, que envolve mais de 50 países, este ano com o tema "Património… somos nós".
Nos claustros, expectante, Lúcia Cunha não perdia pormenor da actuação da afilhada Margarida, de 8 anos. "Pediu-me encarecidamente para a vir ver. Não podia recusar", diz.
Ao lado, Arlinda Freitas veio pela neta, Ana Rita. "Sempre que cá vem, tenho que vir com ela. Os pais estão no estrangeiro e sou eu que tomo conta dela".
O Paço dos Duques assinala as Jornadas com visitas gratuitas, incluindo a algumas alas que habitualmente estão encerradas, como a residência oficial do presidente da República no Norte, pouco utilizada devido à sua falta de conforto - o último que lá ficou, duas vezes, foi Mário Soares, informa a directora do monumento. Depois dele, Jorge Sampaio nunca quis experimentar os aposentos ducais nas suas deslocações à região. "O Paço precisa de obras. Chove nalguns sítios", justifica Conceição Marques. "Estamos à espera que o Tribunal de Contas dê o aval ao projecto de obras. Quando for aprovado teremos dois anos de trabalhos, mas com o Paço aberto ao público".


Ainda não tinha pensado que 2006 pode ser o ano da sua vida. Mas depois de se recostar no sofá, como que a pensar mais serenamente na sua recente carreira artística, Margarida Cardoso admite que "é verdade. Só não tinha ainda visto as coisas nesta perspectiva", confessa a jovem que num espaço de pouco mais de meio ano pôs à disposição do público dois trabalhos seus em Janeiro lançou um cd e anteontem à noite fez a apresentação do seu primeiro livro. Dois momentos marcantes que a jovem vimaranense, de 16 anos, a morar na freguesia de Brito, ainda não "digeriu" por completo.
"É um sonho. Desde pequena que gosto sobretudo de ler e dançar. Depois, até por brincadeira, cantei num karaoke e daí até começar a trabalhar num projecto meu foi um passo", ainda demorado, sublinha, embora avise desde já que não quer ficar por aqui. "Espero nunca ter de escolher entre a música, a escrita ou sequer a minha profissão", diz convicta de que poderá conciliar, no futuro - à semelhança do que já vai fazendo no dia-a-dia - os ofícios artísticos e o desejo de ser uma jornalista de "terreno".
"Não vai ser preciso", anseia a estudante de Ciências Sociais e Humanas, que neste ano lectivo começou a frequentar o 11.º ano, conseguindo até agora manter uma média de 18 valores. "Os meus pais sempre me apoiaram. A minha mãe deu-me sempre muita força e até é ela a minha manager, porque se desdobra em contactos para que eu faça espectáculos, mas é certo que ambos sempre me pediram para ter os pés bem assentes no chão e para não desistir de estudar. Mas nem era preciso pedirem-me isso", salienta Margarida que se sente "uma adolescente como qualquer outra, mas que se calhar vê menos televisão e prefere ler mais".
Apesar de repetir que não é diferente, certo é que nem todas as jovens da sua idade dão passos no meio artístico, quanto mais ao mesmo ritmo, mesmo que contem com a disponibilidade total dos pais e que Margarida não tenta sequer disfarçar "Os meus pais investem muito em mim. Fazem de tudo para me proporcionar os meios que preciso para cantar e escrever. O cd que lancei, por exemplo, é uma edição de autor. As editoras não estão viradas para os novos talentos", comenta com a certeza de que, com o livro, a história foi bem diferente. "Vi um anúncio, num shopping, que pedia a quem tivesse livros na gaveta para os entregar. Eu arrisquei e um mês depois ligaram-me a dizer que iriam publicar o meu", recorda acerca da publicação do "Suzannah", agora nas livrarias.

Treze euros à hora a docentes de Música

O administrador da Empresa Municipal de Educação e Cultura de Barcelos, Carlos Alberto, esclareceu que estão as ser oferecidas remunerações de "13 euros à hora" para os docentes que integrarem as listas de professores para o prolongamento de horários do primeiro ciclo e que sejam contratados em regime directo. O responsável reconhece que, tendo em conta a escassez de professores para as aulas de música, foram celebrados protocolos com cinco escolas de música que auferirão "70 euros por aluno e por ano para que cumpram o programa estabelecido", admitindo que o "leilão de docentes" denunciado pelo JN deve-se, também e sobretudo, ao facto de "não haver professores em número suficiente. "Para ter aulas de música a 100% precisaríamos de 120 professores de música e em Barcelos não os há, sendo certo que os professores que residem noutros concelhos escolhem primeiro uma escola de proximidade", disse.

A Câmara de Esposende decidiu atribuir manuais escolares a cerca de 250 alunos carenciados de todo o concelho. À ajuda, atribuída anualmente pela autarquia a agregados familiares de parcos recursos, foram apresentados 660 candidaturas, frequentando os abrangidos pelo apoio a globalidade dos estabelecimentos de Ensino Básico do município.
A medida, que, segundo o Executivo local, tem por meta um município "mais desenvolvido, promissor e educador", contemplou, ainda, a atribuição de meia centena de euros a cada uma das crianças que frequentam a Sala de Apoio Permanente, destinando-se a verba a subsidiar as despesas com material lúdico e pedagógico.

Câmaras têm meios para resolver problemas

Perante os problemas detectados no arranque do ano lectivo, nomeadamente nas escolas do 1.º Ciclo, fonte oficial do Ministério da Educação (ME) remete para as câmaras e para as escolas a resposta sobre os motivos dos percalços. "Todos os processos novos levantam problemas. As dificuldades na aplicação das medidas são naturais, mas há que enfrentá-las", adianta a mesma fonte do gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues.
Perante algumas situações criadas por atrasos na contratação de pessoal auxiliar, pese embora o programa de enriquecimento curricular só arranque oficialmente a 15 de Outubro, o ME considera que "os pais têm feito o que é razoável e compreensível, preenchendo supletiva e temporariamente as lacunas surgidas num contexto completamente novo".
O ME sublinha que "as autarquias têm o dinheiro necessário para pôr em prática as medidas de que a escola há muito carecia". Os problemas de deslocações, considerados pelo ME como sendo pontuais e temporários, não terão grande razão de ser, "uma vez que o Ministério da Administração Interna alargou as transferências financeiras destinadas ao transporte escolar". "Um problema que se estende por duas mil escolas em cerca de 300 locais distintos nem deveria ser comentado centralmente por Lisboa. É com este tipo de mentalidade que nos temos de enfrentar diariamente", sublinhou a fonte oficial do ME. De qualquer forma, o Ministério lembra que tem disponíveis 100 milhões de euros para o programa de enriquecimento curricular, esforço traduzido num alargamento de 25 horas para 35 horas (10 horas não lectivas) no 1.º Ciclo. Por outro lado, um despacho noticiado pelo JN abriu 1237 vagas para pessoal não docente.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) já divulgou às universidades e politécnicos quais serão os seus orçamentos para 2007. O anúncio é que haverá um corte de 6,2 por cento no orçamento de funcionamento em termos nominais. Este valor pode corresponder, em termos reais, a um corte de oito a dez por cento, dizem as escolas contactadas pelo PÚBLICO. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) contesta a medida, alegando que esta vai comprometer a qualidade de ensino.
Ao todo, o MCTES disponibilizou 960 milhões de euros para universidades (669 milhões) e politécnicos (291 milhões), menos 6,2 por cento comparativamente ao orçamento de 2006, segundo um documento de trabalho apresentado às escolas.
As instituições terão dificuldades em pagar salários até ao final do ano, diz o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesa (CRUP), Lopes da Silva. "A maioria das universidades, se não quase todas, vai receber orçamentos inferiores aos gastos com pessoal", informa Lopes da Silva.
A Fenprof está "seriamente preocupada" com os efeitos dos cortes orçamentais no "recrudescimento dos despedimentos no ensino superior público, onde há uma grande percentagem de docentes com contratos a prazo", diz, em comunicado à imprensa. A federação lembra que os professores do ensino politécnico encontram-se numa situação pior que os da universidade porque cerca de 75 por cento estão em situação precária, estando a maioria contratados a prazo, num máximo de dois anos, continua.
O orçamento poderá ter repercussões a "nível da relação com os docentes, porque não será possível manter todos os professores", avança Armando Marques Pires, presidente do politécnico de Setúbal.
Mas o orçamento também pode ter um "efeito positivo", defende o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Luciano de Almeida. A quebra do financiamento das instituições "vai obrigá-las a tomar decisões como a racionalização dos recursos", considera. Isso não implica despedimentos mas corrigir situações de duplicação de emprego de professores que acumulam ou estão requisitados noutras escolas. Lopes da Silva concorda que a necessidade de racionalizar o sistema também poderá ter efeitos positivos.

Propinas mais altas
Para colmatar o orçamento previsto para cada instituição, universidades e politécnicos terão de recorrer a receitas próprias. A primeira são as propinas. Luciano de Almeida defende que as escolas devem actualizá-las. "Está demonstrado que não há relação entre colocações e propinas e que as universidades, que têm propinas mais altas do que os politécnicos, conseguem preencher as suas vagas", justifica.
Outros meios de obter receitas próprias passam por participação em projectos nacionais ou internacionais, investigação, ou acções de mecenato, enumera Lopes da Silva. Contudo, nem todas as instituições têm capacidade para gerar estas receitas, acrescenta.
"O aumento das qualificações da população activa é um elemento fundamental que ficará seriamente prejudicado com a continuação do desinvestimento no ensino superior", lamenta a Fenprof. Além disso, estas reduções orçamentais poderão "comprometer em larga medida" os objectivos do processo de Bolonha, que prevê a harmonização do ensino superior português, designadamente a mudança de paradigma de ensino, bem como os objectivos de promoção do sucesso escolar e educativo, aponta a federação, em comunicado. Lopes da Silva concorda que a aplicação de Bolonha pode estar em risco.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou hoje o corte de mais de cinco por cento no financiamento das universidades e institutos politécnicos públicos, considerando que a medida põe em causa a qualidade do ensino superior e pode provocar o despedimento em massa de professores.
João Cunha e Serra, responsável da federação por esta área, afirmou que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) comunicou às instituições a redução dos seus orçamentos de funcionamento para 2007, anunciando cortes de entre cinco e 7,5 por cento.
"Se não for tomada nenhuma medida para compensar este corte, vai haver, no geral, uma sangria a nível de despedimentos de professores", disse à Lusa o responsável, considerando que cerca de 75 por cento dos docentes dos institutos politécnicos têm contratos precários.
Para a Fenprof, este corte enquadra-se "numa política de redução cega da despesa do Estado", comprometendo a sobrevivência de algumas instituições, uma vez que "as transferências do Orçamento do Estado pouco mais permitem do que pagar salários".
A federação reclama um reforço dos orçamentos para o próximo ano e reivindica do ministro do Ensino Superior "que sejam postos de imediato em prática os contratos-programa a negociar com as instituições que se encontram em maiores dificuldades para garantir o pagamento ao seu pessoal", uma medida acordada entre o ministro Mariano Gago e a Fenprof numa reunião realizada em Julho.

Os alunos do 1º ciclo da Moita do Norte, em Vila Nova da Barquinha, estão a faltar às aulas desde o início do ano lectivo devido à falta de condições na escola, que apresenta sinais de degradação.
Na escola são visíveis caixas de derivação sem protecções, cabos descarnados, condutas danificadas, balneários degradados e vedações destruídas, num cenário que Bruno Gonçalves, pai de um dos estudantes, descreve como "terrível".
Dos 16 alunos do 1º ciclo, 13 residem no lugar vizinho do Cardal - que possui uma escola em boas condições que tem o segundo, terceiro e quarto ano -, o que obriga as crianças a percorrer dois quilómetros, atravessando a linha férrea até à Moita do Norte.
Como "é muito difícil resolver os problemas depois do ano lectivo ter começado", os pais propuseram que os filhos estudassem provisoriamente na escola do Cardal até que sejam feitas as intervenções necessárias ou se construa um novo centro escolar para o concelho.
No entanto, para que essa solução fosse possível, a escola teria de ser autorizada a ter horário duplo (com aulas de manhã para uma turma e à tarde para outra na mesma sala) e a autarquia teria de assumir as actividades de prolongamento de horário.
"A Câmara já nos disse que apoiava a nossa proposta", mas para que isso se concretize é necessário que a tutela também concorde, reconheceu Bruno Gonçalves.
Em carta enviada à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL), os pais recordam que essa solução "já foi implementada no ano passado" e decorreu sem problemas.
"O que está em causa são crianças de cinco e seis anos" que merecem uma "educação plena de condições condignas, adequadas e com garantias de respeito pela sua integridade física", defendem os pais.
"Não podemos continuar à espera de uma resposta que cada vez demora mais tempo, até porque os nossos filhos estão a ter faltas e isso é prejudicial para o seu futuro", explicou Bruno Gonçalves, considerando que a concentração dos alunos na escola do Cardal seria "uma solução que agrada a todos" e até conta com o apoio dos pais dos restantes anos.

A partir do próximo ano, as creches e jardins de infância dos Açores terão um novo modelo de financiamento, mais direccionado às famílias, anunciou hoje o presidente do governo regional, Carlos César.
O novo modelo será calculado em função do agregado familiar e dos seus rendimentos, adiantou hoje Carlos César, na cerimónia de inauguração da nova creche e jardim de infância "O Golfinho", na ilha Terceira.
Actualmente o financiamento público é feito directamente pela Direcção Regional da Solidariedade e Segurança Social às várias instituições que gerem as creches e pela direcção da educação aos jardins de infância.
A partir de 2007, "o custo restante das mensalidades será pago pelas famílias directamente às instituições, de acordo com as tabelas que estas praticam".
Segundo disse, o relacionamento do governo regional com as instituições, a maioria das quais particulares de solidariedade social, vai passar a ser apenas na área dos investimentos, que terminará "com a criação de um sistema de incentivos" para esta área.
Sobre a nova tabela de valores a implementar, Carlos César disse que ainda "não está decidida", mas garantiu que a nova legislação entra em funcionamento já no próximo ano, com aplicação gradual, "conforme vão terminando os acordos de cooperação em vigor".
Com a inauguração da nova infra-estrutura, que custou 1,3 milhões de euros, a ilha Terceira passa a dispor de 13 creches e 15 jardins de infância, que acolhem no total cerca de 1240 crianças. As novas instalações do "Golfinho", localizadas em Angra do Heroísmo, acolhem 35 crianças na creche e 50 no jardim-de-infância, dispondo de sete salas, cozinha, refeitório, ginásio e instalações sanitárias.

O Governo vai pagar o transporte dos alunos das escolas do 1º ciclo que foram encerradas este ano lectivo, anunciou hoje o secretário de Estado Adjunto e da Administração Local.
"Nos casos em que houve fecho de estabelecimentos de ensino do 1º ciclo, o Estado vai suportar [o custo dos transportes] a cem por cento", disse hoje Eduardo Cabrita, em Pampilhosa da Serra, durante a cerimónia de assinatura de um contrato-programa para a reabilitação de estradas municipais afectadas por incêndios.
No final da sessão, explicou que o Governo vai inscrever no Orçamento do Estado para 2007 uma verba de "entre cinco e seis milhões de euros" para aquele efeito e estimou em dez mil o número de crianças abrangidas pela medida, decorrente do encerramento de mais de 1400 escolas do 1º ciclo em todo o país.
"Admitimos que será necessária uma verba entre os cinco e seis milhões de euros, sendo este o universo máximo", frisou. "Assim se faz justiça e coesão territorial", afirmou o governante.
O valor do apoio por município dependerá de vários factores, como o número de crianças ou as distâncias a percorrer, sendo efectivado contra a apresentação de documentos comprovativos por parte das autarquias.

Os alunos do agrupamento de escolas de Vieira de Leiria estão proibidos de utilizar o pavilhão gimnodesportivo, que os professores dizem ter amianto na cobertura.
"Os professores, quando chegavam de manhã, viam o pavilhão limpo, mas estavam partículas a brilhar" que pareciam "restos de amianto", afirmou à Lusa a presidente do Conselho Executivo do agrupamento, Lígia Pedrosa. "Já no ano passado, entrámos em contacto com a Câmara por causa disto. Como no Verão não foram feitas obras, os professores voltaram a alertar para o problema", explicou a docente.
Nesse sentido, a escola solicitou análises ao teor de amianto à delegada de saúde e, enquanto os resultados não forem conhecidos, Lígia Pedrosa não admite voltar a autorizar aulas de educação física no pavilhão. Por enquanto, os alunos praticam desporto nos campos ao ar livre e utilizam balneários de uma das escolas até que o assunto fique resolvido.
"No nosso caso, o ministério já mudou o telhado das escolas" por causa do amianto e "não faz sentido que o pavilhão continue assim", considerou a presidente do Conselho Executivo.
O pavilhão foi construído pelo Ministério da Educação no final da década de 80, antes de as coberturas de amianto terem sido proibidas devido aos riscos para a saúde, e é agora da responsabilidade da Câmara Municipal, que promete actuar caso se confirmem níveis perigosos.
A autarquia "vai resolver o problema se chegarmos a concluir que o pavilhão tem amianto", prometeu João Barros Duarte, presidente da Câmara da Marinha Grande, considerando "estranho" que a questão só agora seja levantada.
"A actual Câmara [CDU] está em funções há dez meses e durante 15 anos nunca ninguém se preocupou com o amianto", comentou o autarca que, no entanto, promete substituir a cobertura após uma vistoria de técnicos da Câmara.
As restantes colectividades que utilizam o pavilhão não foram ainda avisadas pela autarquia sobre os riscos, mas Barros Duarte promete alertá-las caso o teor de amianto seja perigoso.
O amianto é constituído por feixes de fibras extremamente finas com tendência a produzir um pó de partículas muito pequenas que flutuam no ar e aderem às roupas. As fibras podem ser facilmente inaladas ou engolidas, podendo causar graves problemas de saúde. Vários estudos apontam o amianto como causador de cancro do pulmão e outras doenças respiratórias graves.

Mais de 200 crianças começam segunda-feira a ter aulas na renovada Escola do Bairro da Cova da Piedade, Almada, cujas obras, orçadas em 600 mil euros, permitiram criar mais salas e um campo de jogos, foi hoje anunciado.
O anúncio foi feito na quinta-feira pela Câmara de Almada durante a inauguração das novas instalações.
As obras, financiadas pelo município, implicaram a recuperação de dois edifícios antigos e a criação de novos espaços cobertos no exterior, como salas de apoio, ginásio, balneários e sanitários.
O estabelecimento possui ainda um campo de jogos, biblioteca e sete salas de aula, cujo mobiliário e iluminação foram renovados.
A intervenção na Escola Básica do 1º Ciclo da Cova da Piedade nº2, mais conhecida por Escola do Bairro, por se situar no Bairro da Nossa Senhora da Piedade, obrigou a que no ano lectivo transacto as crianças tivessem aulas provisoriamente na Escola António da Costa, em Almada.
Pais, professores e alunos estavam hoje visivelmente satisfeitos com as novas instalações. Antónia Rocha, coordenadora da Escola do Bairro, disse à Lusa que as obras eram aguardadas há pelo menos oito anos, lembrando a «degradação» dos edifícios e a falta de um espaço de recreio.
A autarquia tem projectadas para o concelho mais sete escolas básicas do 1ºciclo, designadamente nas freguesias mais carenciadas como Costa de Caparica e Trafaria, mas a sua construção a curto prazo está dependente de apoios comunitários.
«Haja dinheiro para os municípios para que o primeiro ciclo possa ser mais rapidamente requalificado», referiu a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa. Construída há mais de 50 anos, a Escola do Bairro acolhe 224 alunos.

Realidades: Portugueses vão sofrer mais de asma

A incidência de doenças respiratórias, como a asma ou a bronquite crónica, vai aumentar nos próximos anos entre a população portuguesa, de acordo com dados de um estudo europeu esta quinta-feira divulgados em Lisboa, noticia a agência Lusa.
O alerta para o aumento dos casos até 2010 surge no estudo «Prospectivo Delphi», apresentado por Mário Morais Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Clínica (SPAIC), e Segorbe Luis, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP).
Segundo o documento, as patologias onde se prevê um maior aumento são as doenças obstrutivas crónicas (asma, bronquite crónica obstrutiva, doenças do sono e patologia respiratória do sono), insuficiência respiratória crónica e cancro broncopulmonar.
Os adultos e idosos deverão ser as faixas etárias mais atingidas por estas doenças, de acordo com o estudo que coloca em situação de menor perigo as crianças e os jovens.
O envelhecimento da população, o aumento da contaminação atmosférica do exterior e do interior dos edifícios e os maus hábitos de vida (consumo de tabaco, falta de exercício físico e alimentação deficiente) são alguns dos factores de risco apontados para o aumento da incidência destas patologias.
De acordo com um relatório preliminar apresentado recentemente, as doenças respiratórias são a terceira causa de morte em Portugal e foram responsáveis por cerca de 90 mil internamentos durante o ano passado.
Mário Morais Almeida afirmou que a asma está a aumentar cinco por cento em cada década, atingindo actualmente cerca de um milhão de portugueses.
Segundo aquele responsável, também se verificou um aumento de dez por cento dos casos de rinite alérgica entre as crianças, de acordo com estudos feitos no espaço de sete anos nas cidades do Porto e Lisboa.
A rinite alérgica é precisamente uma das doenças mais frequentes entre a população, afectando dois milhões de portugueses, ou seja, 25 por cento da população.
«São doenças muito frequentes que têm vindo a aumentar, mas graças à qualidade dos cuidados de saúde e à qualidade da informação difundida junto da população, na última década notou-se uma redução da mortalidade. Por exemplo, a morte por asma desceu para um terço», disse Mário Morais de Almeida, acrescentando que actualmente morrem 100 pessoas todos os anos vitimas de asma.
A mortalidade infantil por asma é «quase inexistente». Os idosos são o principal grupo de risco desta doença, que «apresenta uma taxa de mortalidade em Portugal igual a muitos países da Europa».
No entanto, continua a ser elevada a taxa de internamento, sendo por isso importante seguir alguns conselhos específicos para esta altura do ano, como «manter-se mais tempo no interior dos edifícios, de preferência num ambiente sem tabaco».

Universidades não devem criar «teóricos»

A criação de uma agência independente de avaliação das escolas e dos programas é uma das principais medidas propostas esta quinta-feira pelo movimento Compromisso Portugal para a Educação, área considerada como «uma das mais importantes alavancas da competitividade».
Na 2ª Convenção do Beato, Joaquim Azevedo, ex-secretário de Estado da Educação do último Governo de Cavaco Silva e responsável do movimento para o sector, defendeu a redução do papel do Estado no sistema educativo, considerando que a Administração Central tem actualmente um peso «sufocante».
Para o Compromisso Portugal, «não deve ser o Estado a avaliar o sistema educativo, mas uma agência reguladora com funções de fiscalização e definição das principais linhas programáticas».
A redução do papel da Administração Central pressupõe ainda um reforço da autonomia das escolas, que deverão ter liberdade para recrutar professores e definir o seu próprio projecto educativo, em articulação com a comunidade local, defendeu Joaquim Azevedo.
Segundo o movimento, a direcção dos estabelecimentos de ensino não deve caber aos professores, como actualmente, mas a gestores com «contratos individuais de trabalho, cuja renovação dependa do cumprimento de objectivos específicos acordados com o conselho de escola», um órgão de que devem fazer parte elementos da comunidade local, como comerciantes e empresários, projecto idêntico ao apresentado este ano pelo PSD.
Dar às famílias a possibilidade de escolher livremente a escola dos filhos, recebendo financiamento do Estado para poder optar por estabelecimentos de ensino privados, é outra das medidas defendidas pelo Compromisso Portugal, semelhante à ideia do «cheque-ensino», promovida pelo CDS-PP, na época de Paulo Portas.
Além do ensino básico e secundário, também o Ensino Superior esteve em análise na 2ª Convenção do Beato, com o movimento a considerar fundamental uma maior articulação entre as universidades e o tecido económico.
«O papel das universidades não deve ser criar grandes escolásticos e teóricos, mas pessoas qualificadas que sirvam as necessidades das empresas», sustentou Joaquim Azevedo. Criado em 2004, o Compromisso Portugal conta actualmente com a adesão de cerca de 700 promotores, entre empresários, gestores, profissionais liberais e académicos.

Duas línguas estrangeiras no 1º ciclo

O Parlamento Europeu (PE) defende a obrigatoriedade do ensino de duas línguas estrangeiras no primeiro ciclo em todos os Estados-membros, num relatório que salienta Portugal como um dos países que inclui as questões europeias nos currículos escolares.
Num documento redigido pela Comissão da Cultura e Educação do PE a ser votado terça-feira, o deputado britânico Christopher Beazley considera que o aspecto linguístico pode ser fundamental para o reforço da dimensão europeia, «sendo a competência em línguas estrangeiras parte de um conjunto básico de aptidões de um cidadão europeu que viva, estude e, de um modo geral, circule na União Europeia».
«O Parlamento Europeu exorta os Estados-membros a promoverem a divulgação do multilinguismo mediante uma política de ensino de línguas que abarque uma gama de idiomas mais alargada do que a que é ensinada actualmente e que estabeleçam, nos seus programas escolares, o ensino obrigatório de, pelo menos, duas línguas estrangeiras desde a mais tenra idade», lê-se no documento.
Por outro lado, admitindo os obstáculos e dificuldades dos professores no ensino das questões europeias nas aulas, entre os quais a falta de materiais informativos e pedagógicos actualizados e de qualidade, o texto realça que «a União Europeia tem a obrigação de auxiliar neste esforço».
Quanto aos professores, deverão ser promovidos cursos de formação «susceptíveis de proporcionar a indispensável compreensão de temas relacionados com a Europa, que lhes permitam completar o ensino da consciência nacional e local com uma dimensão europeia».
O documento considera ainda que os sistemas educativos deveriam assegurar que, no final do ensino secundário, os alunos dispusessem do conhecimento e das competências de que necessitam enquanto cidadãos e membros da União Europeia.
Portugal é salientado como um dos países comunitários onde «o lugar ocupado pela dimensão europeia no sistema educativo encontra-se bem estabelecido, podendo assumir a forma de uma obrigação ou de um requisito fundamental».

Professores a preço de saldos

Os professores destinados a actividades de enriquecimento curricular, no 1º Ciclo do Ensino Básico, estão a ser contratados pelas autarquias, a recibo verde, por salários muito baixos. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias.
Segundo este diário, que cita a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE), há casos em que os docentes recebem entre cinco a oito euros por hora. Entre as actividades para as quais estes professores são contratados encontramos: a educação musical, a expressão dramática ou a educação física.
«Trata-se de um regime inaceitável, que, além de remunerar mal o trabalho docente, não reconhece aos professores direitos elementares como as férias e os subsídios de Natal e de férias», afirmou Francisco Almeida, da Fenprof, ao JN. O sindicalista defende ainda que estas contratações deviam ser feitas pelo Ministério da Educação e não pelas autarquias, e que os professores deveriam receber um vencimento equivalente ao terceiro escalão. Francisco Almeida lembra, por fim, que este trabalho não conta para efeitos de carreira.
A ANM, Associação Nacional de municípios, tem uma posição idêntica à Fenprof. Já
João Dias da Silva, da FNE, fala em «salários ridículos, sobretudo para profissionais qualificados ao nível da licenciatura - sete euros, por exemplo» e defende a criação de «bolsas de animadores próprias» por parte das câmaras.
O Jornal de Notícias contactou algumas autarquias e encontrou vencimentos entre os oito e os 12 euros (hora).

O ensino superior particular e cooperativo está a perder três mil alunos por ano, o que, desde 1996, representa 30 mil alunos, informa hoje o Semanário Económico. Os responsáveis pelos estabelecimentos acusam o Estado de «concorrência desleal», embora também admitam que a quebra de natalidade possa estar relacionada com esta diminuição.
A direcção da Universidade Católica queixa-se dos cortes nos subsídios a partir de 2000. A instituição perdeu um subsídio anual no valor de mais de 2,5 milhões de euros.
«Não há uma concorrência paritária entre públicos e não-públicos. Na Europa, todas as universidades católicas são financiadas na mesma medida que as públicas. Só aqui é que não», explicou ao jornal o reitor da universidade, Manuel Braga da Cruz.
O presidente da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado, João Duarte Redondo, reconhece que há dificuldades no sector que «advém da fraude do próprio Estado, que pôs o ensino público a iniciar cursos em áreas que já estavam cobertas pelos privados». Só nos últimos dois anos, inscreveram-se menos 15 mil alunos nas universidades privadas.

A Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL) apresentou hoje queixa na Provedoria de Justiça contra o Ministério da Educação por erros e irregularidades que afirma terem sido cometidos no concurso de colocação de professores.
De acordo com a ASPL, cerca de quatro mil docentes dos Quadros de Zona Pedagógica (afectos a uma região e não a uma escola) continuam sem dar aulas, apesar de terem sido contratados 10 mil professores sem qualquer vínculo ao Ministério para preencher horários disponíveis.
A ASPL dá o exemplo do grupo disciplinar de Português, em que os horários ainda existentes foram atribuídos a 82 professores contratados, apesar de existirem ainda cerca de 250 docentes dos quadros por colocar que recebem ordenado, mesmo não leccionando.
«Na prática, o Estado está a pagar a dois professores quando podia pagar apenas a um», refere a associação sindical, na exposição feita à Provedoria de Justiça.
Em declarações à agência Lusa, Fátima Ferreira, presidente da ASPL, considerou esta situação «manifestamente irregular e ilegal», alegando que «um professor contratado nunca pode passar à frente de um professor dos quadros».
«O concurso estabelece uma ordem de prioridades que não foi respeitada. Além disso, o Ministério tinha-se comprometido em Agosto a atribuir os horários que surgissem aos professores dos QZP ainda sem horário atribuído, mas isso não está a acontecer», explicou.
Casos de professores com mais anos de experiência ultrapassados por outros menos graduados foram também denunciados à Provedoria de Justiça pela associação sindical, que expôs igualmente situações de docentes colocados a leccionar disciplinas para as quais não têm formação.
Docentes do grupo disciplinar de Português/Latim que irão dar aulas de Francês ou de Introdução ao Direito que vão leccionar Contabilidade foram alguns dos exemplos apontados pela presidente da ASPL para ilustrar esta situação.
Na exposição feita ao Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, a associação alerta ainda para o «desaparecimento de muitos candidatos dos Quadros de Zona Pedagógica», que não constam das listas de colocados e não colocados, divulgadas na semana passada, quando foi realizada a primeira colocação cíclica, um processo de colocação de professores que vai repetir-se regularmente ao longo do primeiro período para substituir docentes que adoeçam, por exemplo.
Tendo em conta «as consequências extremamente nefastas» que as alegadas irregularidades acarretam, a ASPL reivindica a realização de um novo concurso de professores em 2007, e não apenas em 2009 como está previsto, uma exigência já partilhada por outros sindicatos do sector e feita igualmente pelo PCP.
Os argumentos das organizações sindicais não foram, no entanto, acolhidos pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que rejeitou na semana passada a realização de um novo concurso, assegurando que estas colocações vão manter-se por três anos, como prometido pelo Governo, uma vez que «foram seguidas escrupulosamente as regras combinadas».

As escolas mais perigosas

Em sete das 204 escolas estudadas pelo menos metade dos alunos queixa-se de ter sido vítima de violência. Saiba quais as escolas e que estão no topo da lista negra e conheça também as mais seguras
Das 204 escolas que participaram no estudo realizado pela Deco, e que envolveu 46 mil estudantes e docentes, são sete os estabelecimentos de ensino que fazem parte da lista negra, com pelo menos metade dos alunos que os frequentam a queixar-se de serem vítimas de problemas de segurança e criminalidade dentro ou nas imediações da escola.
A Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, lidera a lista negra, com 65 por cento dos alunos a admitirem terem sido vítimas de violência física ou psicológica nesse estabelecimento de ensino.
Logo a seguir surge a EB2,3,S Padre António de Andrade, em Oleiros, Castelo Branco, com 57 por cento dos estudantes que dizem ser vítimas de insegurança e criminalidade.
Segue-se uma escola privada: a Escola Salesiana de Santo António do Estoril, em Lisboa, com 56 por cento dos alunos a dizerem ter sido alvo de violência.
Mais a Norte, a EB23S de Vila Flor, em Bragança, e a EP Agostinho Roseta, em Vila Real, também não parecem primar pela segurança, uma vez que 51 por cento dos seus estudantes se queixam de terem sido vítimas de abusos físicos e psicológicos.
Também metade dos estudantes do Instituto de Ciências Educativas, em Odivelas, e dos alunos do Colégio de Pina Manique, em Lisboa, admitem ter sido alvo de violência.

As escolas mais seguras
No extremo oposto, está o Colégio da Boavista, em Vila Real, onde apenas 1,8 por cento dos alunos se queixou de insegurança e criminalidade.
Com menos de cinco por cento dos alunos a admitirem ter sido vítimas de violência física ou psicológica estão o Externato Luís de Camões, em Ovar (3 por cento); o Externato Carvalho Araújo, em Braga (3,7 por cento) e a Escola Técnica Profissional de Sicó, em Penela (4,4 por cento).

Alunos e professores faltam às aulas por medo

Sensação de insegurança causa falta de prazer em aprender e ensinar. Escolas mais inseguras são as que têm mais falta de materiais e funcionários. Estudantes e docentes não conhecem o Programa Escola Segura
Muitos são os alunos e docentes que faltam às aulas por medo. E à sensação de insegurança está também associada uma falta de prazer em aprender e ensinar, o que influencia em muito as taxas de insucesso escolar.
De acordo com um estudo realizado pela DECO, que envolveu 46 mil estudantes e docentes de 204 escolas portuguesas, oito por cento dos estudantes e professores garantem que se sentem muito afectados no desempenho escolar e profissional pela insegurança em que vivem.
O estudo levado a cabo pela Defesa do Consumidor conclui mesmo que as vítimas de insegurança dentro ou nas imediações da escola têm menos prazer em frequentar a escola, seja para aprender seja para ensinar.
Medo, insegurança, discriminação, gozo ou criminalidade são mesmo as razões apontadas por cerca de cinco por cento dos alunos para faltarem às aulas. Serem descriminados ou gozados é a justificação apresentada em 38 por cento dos casos de absentismo.
O estudo revelou ainda que a maior permeabilidade das escolas aos problemas de segurança tem uma relação directa com as falhas ao nível da capacidade. Mais de um quarto dos estudantes e quase 40 por cento dos docentes consideram que a sua escola não possui capacidade para os alunos que acolhe. Os distritos de Setúbal e Braga são os mais problemáticos. Aqui as principais queixas passam pelo mau estado das infra-estruturas, a ausência de equipamento (como mesas e cadeiras), a falta de funcionários e de professores e o excesso de alunos.

Cerca de 13 por cento dos alunos já levou armas para a escola
13 por cento dos estudantes inquiridos afirmam já ter levado para a escola objectos de defesa pessoal, sobretudo armas brancas como facas, ponta-e-molas, canivetes e x-actos. Dois por cento confessam mesmo já ter levado pistolas, segundo dados não publicados, a que a agência Lusa teve acesso.

«Escola Segura? Não sei o que é»
Um quarto dos alunos que participaram no estudo da DECO não conhece o Programa Escola Segura, iniciativa do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Educação, e que passa por um patrulhamento constante das zonas escolares por agentes da PSP.
Os distritos de Lisboa e Portalegre, no entanto, mostram estar mais cientes do programa. Menos de metade dos que já ouviram falar do programa sabem se a sua escola está abrangida, mas confiam pouco na sua eficácia no combate à insegurança e criminalidade. Apesar de conhecerem o programa, mais de um quarto dos professores não sabe se a escola onde lecciona está abrangida e, na sua maioria, consideram a sua eficácia mediana.

Alunos andam armados e aterrorizam escolas

Os dois jovens, de 20 anos, tinham o plano bem arquitectado. Por meio de ameaças de morte, abordaram o rapaz de 15, junto à Escola Secundária de Silves, no Algarve, e tentaram roubar-lhe o MP3. Não satisfeitos, arregalaram os olhos ao telemóvel. Quando a vítima lhes tentou fazer frente, um dos agressores disse que lhe dava um tiro.
Presentes a Tribunal, os assaltantes foram proibidos de se aproximarem de qualquer estabelecimento de ensino do concelho a uma distância inferior a 300 metros.
O caso aconteceu há dois dias e ilustra bem o cenário que se vive nas escolas portuguesas, aparentemente mais perigosas. Um em cada dez alunos do 7.º ao 12.º ano de escolaridade admite já ter levado armas ou objectos de defesa pessoal para a escola. Perto de dois mil (1882) afirmam-se vítima de abusos sexuais.
O levantamento é da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) que estudou 204 escolas secundárias públicas e privadas de todo o País. Dos 36 902 alunos inquiridos, 4797 (13 por cento) confessaram já ter transportado para a escola facas, canivetes, ‘sprays’ e pistolas. Entre os que afirmam já ter andado munidos de armas e outros objectos de defesa, 20 por cento pertencem ao distrito de Bragança, 17 por cento são de Santarém e 16 por cento estudam em Lisboa.

OFENSAS E AMEAÇAS
Mas nem só de armas fala este inquérito. Os números da violência física e verbal dentro da escola, entre alunos e professores, também não são felizes. Há mesmo casos de abusos sexuais e de provocações relatados por 1882 jovens.
O estudo da Deco conclui que mais de um em cada três alunos já foi vítima de violência física ou psicológica nas escolas, um problema que afecta igualmente 18 por cento dos mais de nove mil professores inquiridos a nível nacional (1620).
As ofensas verbais e as ameaças estão no topo dos problemas de segurança e criminalidade e foram denunciados por 9115 alunos (24,7 por cento), seguidos pelos assaltos, dos quais já foram vítimas 8266 jovens (22,4 por cento).
Perante estas circunstâncias não é de estranhar que disparem as faltas injustificadas. Medo, insegurança, discriminação e gozo por parte dos colegas levam cinco por cento dos estudantes a faltar às aulas. O retrato negro deixa adivinhar que as queixas oficiais ao nível da criminalidade escolar sejam pouco fiáveis. E os números não deixam margem para dúvidas: 60 por cento dos alunos (22 141) não tem coragem de denunciar os criminosos.

PIORES SÃO DE LISBOA
Três das escolas que lideram a lista de instituições de ensino consideradas pela Deco como mais inseguras estão localizadas no distrito de Lisboa. De acordo com o estudo, numa escala de 1 a 10 a Secundária de Mem-Martins, em Rio de Mouro, situa-se nos 5,4, o que faz dela a mais perigosa do País.
“Se é verdade, então as escolas estão todas de parabéns porque funcionam muito bem”, ironiza o vice-presidente, Eurico Liote, que em 20 anos como professor naquela escola nunca assistiu a cenas de violência nem recebeu quaisquer queixas. Garante, inclusive, que “nem o facto de esta ser uma escola multi-racial faz dela perigosa”.
Na lista, seguem-se as escolas secundárias de Gama Barros, no Cacém, e Afonso Domingues, no centro de Lisboa.

'PROFESSORES SENTEM-SE INSEGUROS (João Grancho, responsável pela linha SOS)'
Correio da Manhã – Existem muitos professores a utilizar a linha telefónica SOS Professor?
João Granjo – Desde que se iniciou a 11 de Setembro, a linha SOS Professor já recebeu mais de 60 chamadas, todas relacionadas com situações registadas em anos anteriores. Ainda a linha estava a ser anunciada e já estávamos a receber três chamadas, por acaso as mais graves que recebemos, todas elas de agressões físicas, acompanhadas por ameaças continuadas.

– Quais as situações mais graves?
– As mais graves são de ameaças físicas e de indisciplina na aula, que acabam por envolver os professores que tentam separar os alunos. Quando os professores precisam de manietar os alunos acabam por entrar em situações em que a violência se vira contra eles.

– Estas agressões deixam marcas nos professores?
– Sim. Os professores sentem uma insegurança muito grande, física e profissional. Dos 60 professores que nos ligaram, 14 estão mesmo a ter acompanhamento psicológico e alguns também jurídico. Há até quem tenha metido baixa.

– Como se pode combater este aumento da violência nas escolas?
– Na Associação Nacional de Professores defendemos a criação de técnicos sociais de educação, que podem funcionar como mediadores entre a escola e a comunidade, principalmente junto das famílias dos alunos mais problemáticos.

FALTA DE FINANCIAMENTO AFECTA MAIS OS CURSOS TECNOLÓGICOS
De entre os 35 cursos do Ensino Superior público que não preencheram no último ano lectivo o requisito de um mínimo de 20 alunos para o financiamento pelo Orçamento de Estado, a maioria pertence às áreas das ciências naturais ou tecnologias. Pelo contrário, não há um único curso de humanísticas entre os ameaçados por falta de candidaturas.
Excepcionalmente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) decidiu este ano financiar alguns cursos com menos de 20 alunos. Noutros casos foram as próprias instituições que “transitoriamente” decidiram manter os cursos em causa.
Os critérios para manter o financiamento público, nas situações de “procura inferior” aos mínimos fixados, foram os de privilegiar; “a área das Artes”; “vagas em regime pós-laboral”; “especial relevância social e inexistência de alternativa na rede pública”; e a “excepcional capacidade científica na área respectiva”.
De todos os 35 cursos ameaçados, apenas oito vão ser “excepcionalmente financiados”, entre os quais Engenharia Física (nas universidades de Coimbra e Lisboa), Engenharia Têxtil (Minho), Engenharia e Arquitectura Naval (Instituto Superior Técnico), Engenharia Topográfica (Politécnico da Guarda) e Equinicultura (Politécnico de Portalegre). Os únicos cursos da área de Letras, ameaçados pela falta de alunos, Estudos Clássicos (nas universidades de Coimbra e Lisboa), viram confirmado o seu financiamento excepcional.

MARÇAL PROPÕE FIM DA CRUP
Eduardo Marçal Grilo e Roberto Carneiro contribuíram para o Debate Nacional sobre Educação (DNE) durante uma audição pública que decorreu ontem no Conselho Nacional de Educação.
O ponto alto da audição chegou com a sugestão de Marçal Grilo em extinguir o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). “Não passa de um órgão de lóbi”, atira. O presidente do CRUP, José Dias Lopes, reagiu: “Nunca assisti a acções desse tipo.”

1º CICLO FECHOU 1428 ESTABELECIMENTOS
Foram 1428 as escolas do 1.º Ciclo encerradas neste ano lectivo de 2006/07, correspondendo a cerca de um quinto (20%) do parque escolar, confirmou ontem ao CM fonte do Ministério da Educação (ME).
Mais de metade, 884 ou 62%, situa-se na área da Direcção Regional de Educação do Norte e obriga à deslocação diária de cerca de seis mil alunos. O Centro é a segunda zona mais afectada com o fecho de 363 escolas, às quais se deverão juntar mais 44 que já não abrem no próximo ano lectivo.
Em Lisboa, as 102 escolas fechadas (a que se juntam mais três a partir de Janeiro), ficam aquém das 150 previstas. No Alentejo, das 105 escolas planeadas para fechar apenas 60 deixaram de funcionar, obrigando à deslocação diária de 300 alunos. O Algarve foi a região menos afectada com o fecho de só 16 estabelecimentos.

OUTRAS SITUAÇÕES
LINHA SOS
A linha SOS Professor (808 96 2006) funciona de segunda a sexta-feira, das 11h00 às 12h30 e das 18h30 às 20h00. Fora deste horário está activo um serviço de mensagens de voz.

PROTESTO
Os pais de alunos de Sernancelhe, Viseu, onde foram fechadas 17 das 21 escolas existentes, continuam a não levar os filhos aos novos estabelecimentos de ensino.

AUXILIARES
O Agrupamento de Escolas de Cinfães, no distrito de Viseu, conta actualmente com 18 escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, mas apenas seis possuem auxiliar de acção educativa.

DEGRADADA
A escola do 1.º Ciclo de Paradela, Viseu, encerrou e os alunos têm agora aulas numa casa degradada em Lourosa. As refeições são servidas num espaço sob a sala de aula.

FACULDADE
A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto realiza entre segunda e quinta-feira o Fórum Emprego, para aumentar a ligação da faculdade ao mundo empresarial.

INSTITUTO
Docentes e funcionários do Instituto Superior de Serviço Social, em Beja, dizem que estão a ser pressionados para rescindirem voluntariamente os contratos de trabalho.

SEGURANÇA NAS ESCOLAS
MÉDIA DA SEGURANÇA DENTRO E NAS IMEDIAÇÕES DA ESCOLA
AS MELHORES
1 – Colégio Nossa Senhora da Boavista (Vila Real): 9,1
2 – Externato Luís de Camões (Aveiro): 9
3 – Escola Sec. Pluricurricular de Alcochete (Setúbal): 8,9
4 – Escola Prof. Agricultura e Des. Rural de Carvalhais (Bragança): 8,9
5 – Escola Técnica e Profissional de Sicó (Coimbra): 8,5

AS PIORES
1 – Escola Secundária de Mem-Martins (Lisboa): 5,4
2 – Escola Secundária de Gama Barros (Lisboa): 5,6
3 – Escola Secundária Afonso Domingues (Lisboa): 5,7
4 – Escola Profissional Amar Terra Verde de Amares (Braga): 5,7
5 – Escola Secundária Rodrigues de Freitas (Porto): 5,7

ESCOLAS ENCERRADAS
NORTE: 884 escolas encerradas / 6000 alunos transferidos
CENTRO: 363 escolas encerradas (em 2007 irão fechar mais 44 estabelecimentos)
LISBOA: 102 escolas encerradas (até ao final do próximo período fecham mais três escolas)
ALENTEJO: 60 escolas encerradas / 300 alunos transferidos
ALGARVE: 16 escolas encerradas
TOTAL: 1428 escolas encerradas

Um em cada três alunos do ensino secundário português já foi vítima de violência dentro ou fora da escola. E o mesmo acontece com um em cada cinco professores, segundo revela um inquérito da Deco, ontem apresentado. Ele mostra que os jovens têm medo do que podem encontrar no caminho para as aulas, sobretudo os que residem no Porto, Lisboa, e Setúbal. A maioria não se queixa aos pais, quanto mais à polícia.
Ofensas verbais, assaltos e roubos são os problemas mais referenciados por um quarto dos alunos. E são os que têm entre 12 e 14 anos os mais afectados. A percentagem de docentes com o mesmo tipo de queixas é de dez por cento, sendo que 83 em nove mil sofreram agressões na escola actual.
Estas conclusões resultam das respostas de 37 mil alunos e nove mil professores a um inquérito sobre o sentimento de insegurança e os problemas de criminalidade nas escolas, envolvendo 204 estabelecimentos de ensino, públicos e privados. O curioso é que nem sempre é a população estudantil mais atingida pela violência a que revela os maiores receios.
A Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, é a que tem mais vítimas de violência (66,7%) mas não está entre aquelas em que se sentem mais inseguros. Já o Colégio da Boavista, em Vila Real, é o que tem menos problemas e o maior grau de satisfação dos alunos, uma nota de 9,1 pontos numa escala de um a dez, o que também tem a ver com a sua reduzida dimensão (cerca de 150 alunos).
Carlos Morgado, o técnico da Pro Teste, revista da Deco, que realizou o inquérito, explica que não há uma causa directa entre o grau de vitimação e o sentimento de insegurança porque "nem todos os problemas de violência têm a mesma gravidade" e "alguns alunos convivem melhor com este tipo de situações do que outros". Ao contrário, encontra uma relação directa entre o mau estado das infra-estruturas, a ausência de equipamentos, a falta de professores e de funcionários, o excesso de alunos por turma, e os níveis de insegurança. "É um factor determinante na vulnerabilidade dos estabelecimentos de ensino a este tipo de situações", sublinha.
Os alunos do ensino público sentem mais insegurança no interior do estabelecimento do que os do privado, responsabilizando os colegas por isso. E todos revelam actos de violência nas imediações das escolas, onde ocorrem os problemas de segurança mais graves. Aqui, não estão identificados os agressores. Um quarto dos alunos dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal atribui nota negativa (quatro ou menos) à segurança no ambiente escolar.
Dois em cada três estudantes não contam aos pais as ofensas verbais e o mesmo acontece com as agressões de carácter sexual, das quais se queixam 5,1% dos inquiridos. Já quem foi assaltado ou ficou sem bens revela-o, na maioria dos casos.
Os técnicos da Deco pedem às pessoas que denunciam as situações e ao ministérios da Educação e da Administração Interna que dêem melhores condições à comunidade escolar. É que, extrapolando os dados do inquérito, os problemas de segurança foram responsáveis por 30 mil aulas perdidas no último ano lectivo.


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