Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Um em cada três alunos diz ser vítima de violência

Um em cada três alunos do ensino secundário português já foi vítima de violência dentro ou fora da escola. E o mesmo acontece com um em cada cinco professores, segundo revela um inquérito da Deco, ontem apresentado. Ele mostra que os jovens têm medo do que podem encontrar no caminho para as aulas, sobretudo os que residem no Porto, Lisboa, e Setúbal. A maioria não se queixa aos pais, quanto mais à polícia.
Ofensas verbais, assaltos e roubos são os problemas mais referenciados por um quarto dos alunos. E são os que têm entre 12 e 14 anos os mais afectados. A percentagem de docentes com o mesmo tipo de queixas é de dez por cento, sendo que 83 em nove mil sofreram agressões na escola actual.
Estas conclusões resultam das respostas de 37 mil alunos e nove mil professores a um inquérito sobre o sentimento de insegurança e os problemas de criminalidade nas escolas, envolvendo 204 estabelecimentos de ensino, públicos e privados. O curioso é que nem sempre é a população estudantil mais atingida pela violência a que revela os maiores receios.
A Escola de Dança do Conservatório Nacional, em Lisboa, é a que tem mais vítimas de violência (66,7%) mas não está entre aquelas em que se sentem mais inseguros. Já o Colégio da Boavista, em Vila Real, é o que tem menos problemas e o maior grau de satisfação dos alunos, uma nota de 9,1 pontos numa escala de um a dez, o que também tem a ver com a sua reduzida dimensão (cerca de 150 alunos).
Carlos Morgado, o técnico da Pro Teste, revista da Deco, que realizou o inquérito, explica que não há uma causa directa entre o grau de vitimação e o sentimento de insegurança porque "nem todos os problemas de violência têm a mesma gravidade" e "alguns alunos convivem melhor com este tipo de situações do que outros". Ao contrário, encontra uma relação directa entre o mau estado das infra-estruturas, a ausência de equipamentos, a falta de professores e de funcionários, o excesso de alunos por turma, e os níveis de insegurança. "É um factor determinante na vulnerabilidade dos estabelecimentos de ensino a este tipo de situações", sublinha.
Os alunos do ensino público sentem mais insegurança no interior do estabelecimento do que os do privado, responsabilizando os colegas por isso. E todos revelam actos de violência nas imediações das escolas, onde ocorrem os problemas de segurança mais graves. Aqui, não estão identificados os agressores. Um quarto dos alunos dos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal atribui nota negativa (quatro ou menos) à segurança no ambiente escolar.
Dois em cada três estudantes não contam aos pais as ofensas verbais e o mesmo acontece com as agressões de carácter sexual, das quais se queixam 5,1% dos inquiridos. Já quem foi assaltado ou ficou sem bens revela-o, na maioria dos casos.
Os técnicos da Deco pedem às pessoas que denunciam as situações e ao ministérios da Educação e da Administração Interna que dêem melhores condições à comunidade escolar. É que, extrapolando os dados do inquérito, os problemas de segurança foram responsáveis por 30 mil aulas perdidas no último ano lectivo.

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