Realidades: Violência de filhos contra pais continua a aumentar
0 Comments Published by . on terça-feira, setembro 26, 2006 at 3:17 da tarde.
É a face mais escondida da violência doméstica: as agressões de filhos contra pais continuam a aumentar em Portugal, com o primeiro semestre de 2006 a registar 295 ocorrências, quase o mesmo número (314) das verificadas durante todo o ano anterior. Estes dados pertencem apenas à Polícia de Segurança Pública (PSP), restringindo-se por isso às zonas urbanas. Para o presidente da Associação de Apoio à Vítima (APAV), "a sociedade começa a ter cada vez mais consciência deste fenómeno", e o acréscimo de registos pode dever-se mais à frequência com que as vítimas se queixam do que a um aumento de casos propriamente dito.
Segundo os números da PSP, a que o DN teve acesso, nos primeiros seis meses do ano foram registados 5501 casos de violência doméstica, dos quais 4217 foram contra o cônjuge ou companheiro, 148 contra menores de 16 anos, 238 contra filhos e 603 contra outros familiares. Tendo em conta que no ano de 2005 se contabilizaram 9816 queixas de violência, verifica-se no total, sem discriminação por tipologia de agressores e vítimas, uma tendência de subida.
A PSP atribui o facto a "uma maior consciencialização das vítimas para os seus direitos", devido às campanhas nacionais entretanto criadas. Segundo a mesma fonte, os números também reflectem a "maior formação das forças de segurança, a criação de salas de atendimento de vítimas de crime nas esquadras e uma maior interacção entre entidades públicas e privadas".
"As pessoas têm cada vez mais consciência de que este tipo de violência também é crime. Antes, era menosprezada", refere o presidente da APAV. As agressões caladas pelas mulheres e menores, comuns há uma década, estão a acabar - mas manteve-se uma barreira de silêncio no que se refere à violência de filhos contra pais, que só agora começa a ser quebrada. "A visibilidade que está a ser dada a estes casos só pode ser comparada à que denunciou a extensão da violência contra cônjuges e crianças no nosso país", explica ainda João Lázaro.
Existe uma tendência marcada para a agressão ser efectuada por um filho adolescente ou já adulto, embora também existam casos registados de descendentes mais novos. A vítima, na maior parte dos casos, é idosa e tem grandes dificuldades em defender-se - e também em queixar-se, não só por vergonha e medo como por desconhecimento dos mecanismos que estão ao seu dispor para efectuar as denúncias. Ou mesmo dificuldade em deslocar-se (ver entrevista em baixo).
Em termos mais práticos, durante o primeiro semestre do ano a PSP efectuou 125 detenções por crimes de violência doméstica - em 2005 foram presos 249 indivíduos, entre Janeiro e Dezembro.
Segundo os números da PSP, a que o DN teve acesso, nos primeiros seis meses do ano foram registados 5501 casos de violência doméstica, dos quais 4217 foram contra o cônjuge ou companheiro, 148 contra menores de 16 anos, 238 contra filhos e 603 contra outros familiares. Tendo em conta que no ano de 2005 se contabilizaram 9816 queixas de violência, verifica-se no total, sem discriminação por tipologia de agressores e vítimas, uma tendência de subida.
A PSP atribui o facto a "uma maior consciencialização das vítimas para os seus direitos", devido às campanhas nacionais entretanto criadas. Segundo a mesma fonte, os números também reflectem a "maior formação das forças de segurança, a criação de salas de atendimento de vítimas de crime nas esquadras e uma maior interacção entre entidades públicas e privadas".
"As pessoas têm cada vez mais consciência de que este tipo de violência também é crime. Antes, era menosprezada", refere o presidente da APAV. As agressões caladas pelas mulheres e menores, comuns há uma década, estão a acabar - mas manteve-se uma barreira de silêncio no que se refere à violência de filhos contra pais, que só agora começa a ser quebrada. "A visibilidade que está a ser dada a estes casos só pode ser comparada à que denunciou a extensão da violência contra cônjuges e crianças no nosso país", explica ainda João Lázaro.
Existe uma tendência marcada para a agressão ser efectuada por um filho adolescente ou já adulto, embora também existam casos registados de descendentes mais novos. A vítima, na maior parte dos casos, é idosa e tem grandes dificuldades em defender-se - e também em queixar-se, não só por vergonha e medo como por desconhecimento dos mecanismos que estão ao seu dispor para efectuar as denúncias. Ou mesmo dificuldade em deslocar-se (ver entrevista em baixo).
Em termos mais práticos, durante o primeiro semestre do ano a PSP efectuou 125 detenções por crimes de violência doméstica - em 2005 foram presos 249 indivíduos, entre Janeiro e Dezembro.
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