Greve da Fenprof divide professores
0 Comments Published by . on terça-feira, junho 06, 2006 at 9:59 da tarde.A Federação Nacional de Professores (Fenprof) decretou greve para quarta-feira, um dia que em 14 concelhos do País significa ficar três dias sem aulas – terça-feira é Dia de Santo António, feriado municipal em Lisboa, Cascais e Vila Real, por exemplo, e quinta-feira é feriado nacional, Dia de Corpo de Deus. A data está a dividir os professores, que consideram a escolha “oportunista” e “inoportuna”.
“É um tiro no sindicalismo, não se faz uma coisa destas no princípio de um período negocial. A credibilidade que se quer não ganha nada com isto. É oportunismo”, critica um sindicalista. A greve, que será marcada com manifestação em Lisboa, foi marcada em protesto contra a proposta de alteração do Ministério da Educação do Estatuto da Carreira Docente e as declarações da ministra sobre os professores. Em www.educare.pt, um ‘site’ de assuntos de Educação, são várias as críticas à data escolhida pela Fenprof para a paralisação.
Carlos Chagas, da Federação Nacional do Ensino e Investigação, apesar de respeitar a decisão da Fenprof, considera que “não é a altura ideal e não há razões para uma greve entre feriados”. João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, diz “respeitar” a decisão da Fenprof, mas a estrutura que dirige ainda vai ouvir os sindicatos afectos para decidir se vai ou não realizar greve.
Paulo Sucena, presidente do SPGL e secretário-geral da Fenprof, explica que a escolha recaiu no dia 14 pois “se fosse para depois de 23, já não apanhava aulas e a greve aos exames não tinha resultado”.
No dia 14 “só encosta com o feriado de alguns concelhos e como queremos professores de todo o País na manifestação, marcámos para esse dia. Não temos culpa que a semana seja pejada de feriados”, explica.
O QUE SE DIZ
'Greve? Não, obrigada! A opinião pública fica ainda mais contra nós. E o Governo mete uns milhares de euros ao bolso.' Gabriela Correia, Faro
'Como querem que nos levem a sério se as greves servem só para termos um fim-de-semana prolongado?' Rita Marques, Pontinha
TÉCNICOS VÃO À ESCOLA
Uma equipa de psicólogos, assistentes sociais e professores começou ontem a trabalhar na escola onde foi filmada a reportagem da RTP sobre violência escolar, para definir um plano de intervenção.
O director regional de Educação de Lisboa, José Leitão, adiantou que o objectivo da equipa técnica destacada é “avaliar as condições concretas da escola para fazer um diagnóstico da situação e propor alterações”.
Na semana passada a RTP transmitiu uma reportagem filmada com câmaras ocultas numa escola de uma zona problemática. O Governo pediu vários pareceres, por considerar que as imagens foram recolhidas sem a autorização dos alunos e pais.
PARALISAÇÕES CONVENIENTES
Não são raras as paralisações decretadas pelos sindicatos que ‘colam’ com os fins-de-semana. No último ano foram várias as greves, de todos os sectores da Função Pública, que deram aos funcionários a possibilidade de terem fins-de-semana prolongados. A mais recente foi a greve nacional da Função Pública, que se realizou em 19 de Maio (6.ª feira).
A Polícia Judiciária também paralisou (17 de Abril, 2.ª feira), os oficiais de operações de socorro dos aeroportos pararam em 6 de Janeiro (6.ª feira), os funcionários da RTP começaram uma greve de quatro dias em 30 de Dezembro (6.ª feira). Os professores também fizeram greve em 18 de Novembro – 6.ª feira.
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