Exigência em Português e Inglês chumba candidatos a embaixadas
0 Comments Published by . on terça-feira, junho 06, 2006 at 2:56 da tarde.Os resultados das duas primeiras provas eliminatórias do concurso externo de ingresso na categoria de adido de embaixada revelaram-se surpreendentes: dos 1739 jovens licenciados candidatos às 20 vagas deste ano, segundo o aviso n.º 6382/2006, publicado ontem em Diário da República, só 704 (40 por cento) foram admitidos na prova de língua portuguesa e 380 (21,8 por cento) passaram no exame de inglês.
Carneiro Jacinto, assessor de Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), lamenta os resultados “surpreendentes”. O grau de dificuldade das provas de selecção é considerado elevado. Um dos factores que poderá ajudar a compreender a diminuta taxa de sucesso é que os testes exigem conhecimento na área da diplomacia. E os candidatos, cuja média de idades é de 24 anos, são licenciados em qualquer área de estudo e poucos se formaram em Relações Internacionais.
Paulo Feitor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português, considera que os ‘chumbos’ na ordem dos 60 por cento na prova de português “não são nada agradáveis para o País”. Feitor Pinto considera ainda que os resultados “mostram que os problemas do ensino do português no básico e no secundário se estendem ao Ensino Superior”.
Para o presidente da Associação de Professores de Inglês, “não existe uma relação de causa efeito entre a aprendizagem do inglês nas escolas e os resultados negativos do concurso”. No entanto, Alberto Gaspar não esconde que os resultados das provas de Inglês dos alunos do secundário “não são brilhantes”. Seria desejável mais leitura “para desenvolver a competência da escrita”, defende o professor que, nos anos 60, foi admitido no mesmo concurso para adido e que desistiu da carreira por ter sido colocado na África do Sul.
Os candidatos admitidos às duas provas realizam, no próximo dia 24, exames psicológicos e uma prova de conhecimentos na área da diplomacia. A primeira prova tem a duração de duas horas e realiza-se no período da manhã. À tarde, os jovens são submetidos a um dos mais difíceis testes, já que exige o domínio das relações internacionais e história diplomática, direito internacional e direito comunitário e, por fim, política económica e relações económicas internacionais. Ficará por fazer uma prova oral nas mesmas áreas da anterior.
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