Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Luto docente e apupos discentes recebem ministra


A ministra da Educação foi recebida por um séquito de professores, em luto silencioso, e por um ajuntamento de alunos, que não resistiram a lançar uma multiplicidade de apupos pejorativos, roçando, por vezes, o brejeiro. Maria de Lurdes Rodrigues acabava de sair do seu carro ministerial para ultrapassar os portões da Escola Secundária da Maia e ser recebida pelo Júri Nacional de Exames. O encontro foi à porta fechada e pretendeu assinalar a abertura oficial da época de exames nacionais.
"Os professores desta escola são competentes e preocupam-se com o sucesso dos seus alunos", lia-se numa faixa que vários alunos seguravam. A mensagem chegou a estar no interior da escola, mas o presidente da comissão provisória de gestão, José Maria Silva, deu ordem para que os discentes deslocassem a faixa para o exterior, não se coibindo de perguntar a alguns professores de luto - estrategicamente colocados no passeio, junto aos portões - se eles não deveriam estar a dar aulas.
A faixa detida pelos alunos era uma resposta directa à ministra. Precisamente na Maia, Maria de Lurdes Rodrigues tinha dito, no dia 29 de Maio, que os professores pouco se preocupavam com o insucesso escolar e que eles eram o principal problema do sistema. Questionada sobre se não retirava uma vírgula àquelas suas declarações, a ministra surpreendeu "Não disse rigorosamente nada sobre os professores".
As professoras de luto, colocadas nas duas laterais aos portões da escola, ansiavam pela chegada da ministra e receavam que o seu gesto fosse mal interpretado. "Ela ainda pode pensar que é um acto de subserviência". Uma professora confessou, sem querer dar a cara, que o presidente da comissão de gestão chegou a ameaçar, nos dias anteriores, com sanções disciplinares aqueles docentes que participassem no luto silencioso.
"Já fui confrontada muitas vezes com a insatisfação e desmotivação. Lá fora, não estavam só professores, mas também alunos. Mas o mais importante é que, mesmo estando à espera, não deixei de vir", declarou a ministra, que, em relação à reportagem da RTP sobre violência nas escolas, disse ser "muito importante não criar ficções e explorar o receio dos pais".
A exclusividade obrigatória, definida no polémico estatuto da carreira docente, é um dos motivos de insatisfação dos docentes. "Não será possível fazer absolutamente nada, nem sequer actividades beneméritas", referiu o professor Jorge Simões.

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