Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Professores portugueses são terceiros mais bem pagos da OCDE

Parece mentira, mas os professores portugueses mantêm-se como os terceiros mais bem pagos no ranking dos 30 países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE). A revelação foi feita ontem, no Porto, por Ben Jensen, responsável do departamento de estatísticas da educação deste organismo. Segundo João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, a verdade é que o referencial que usado é o dos professores em topo de carreira.
Tendo como valor de referência o produto interno bruto (PIB) per capita de cada país, Ben Jensen disse - no Fórum "Uma visão desafiante para a profissão docente do Século XXI", promovido pela FNE - que, de acordo com dados de 2003, Portugal só é ultrapassado pela Coreia e pelo México. Os dados relativos a 2004 serão conhecidos na terça-feira, mas, segundo o especialista, são "idênticos" aos do ano anterior.
Em declarações aos jornalistas, o especialista frisou que, "em Portugal, os salários dos professores estão bastante altos". Contactado pelo DN, João Dias da Silva explicou que "o leque de salários dos docentes em Portugal é muito vasto". E lembrou que "a entrada e o início de carreira dos docentes são marcados por remunerações muito baixas". Até porque "os professores são muitas vezes colocados muito longe de casa, o que significa gastos elevados com as deslocações". Assim, "até mais de meio da carreira, os professores atravessam grandes dificuldades".
Dificuldades que serão ainda maiores, segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), com o novo regime do estatuto da carreira docente. Isto porque a proposta do Ministério da Educação prevê a redução dos actuais dez escalões para sete, divididos em duas categorias: professor e professor titular. Só que, no futuro, nem todos os professores poderão chegar ao topo da carreira, onde os salários são mais confortáveis. Em declarações ao DN, Mário Nogueira, da Fenprof, disse que "mesmo que muitos demonstrem mérito e ultrapassem todas as etapas, a existência de quotas significa que mais de 80% vai ficar apenas na categoria de professor".
Na prática, isto significa que enquanto até agora os professores podiam atingir os 2899,38 euros - correspondentes ao salário-base do antigo 10.º escalão -, no futuro o tecto salarial da maioria estará limitado a 2033,99 euros.
De acordo com a contabilidade feita pela Fenprof, noticiada ontem pelo DN, o novo regime do estatuto da carreira docente vai custar aos professores entre 25% e 50% do valor de ordenados que potencialmente viriam a receber ao longo da sua vida profissional.
Em relação ao número de alunos por turma, o nosso país está igualmente "bem colocado", disse Ben Jensen. Neste parâmetro, Portugal ocupa o 9.º lugar na lista dos países com turmas mais reduzidas, tendo em média 20 a 25 alunos. Contudo, em relação aos níveis de escolaridade, Portugal mantém-se abaixo da média dos 30 países.
Um dos factores que, em seu entender, poderá contribuir para esta realidade é o "contexto social" em que os alunos se inserem. "Há programas especiais que podem ser implementados, especialmente para os estudantes que estão em desvantagem por causa do seu contexto social" e há, nesta matéria, "inúmeros bons exemplos na OCDE que podem ser seguidos por Portugal", sublinhou o especialista.

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