Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Batatas fritas e refrigerantes poderão ser eliminados dos bares

Batatas fritas, refrigerantes sem fruta e alguns salgados poderão ser eliminados dos bares e das máquinas de distribuição de alimentos nas escolas, caso o Ministério da Educação concretize as recomendações do estudo que encomendou sobre a matéria.
As recomendações foram elaboradas por uma equipa da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, a pedido da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação.
Bela Franchini, especialista em nutrição e docente nesta faculdade, disse à Lusa que o documento está nas mãos da ministra da Educação, a quem caberá decidir a sua aplicação.
Para a especialista, o grande problema da alimentação nas escolas está nos bares e nas máquinas de venda automática de alimentos.
Por essa razão, a proposta vai no sentido destes locais não disponibilizarem alimentos que têm essencialmente gordura e são muito pobres em proteína.
De acordo com a proposta, alimentos como batatas fritas, tiras de milho (aperitivos), rissóis, croquetes, folhados ou sumos com menos de 50 por cento de fruta não deverão estar disponíveis nos bares e nas máquinas de venda automática nas escolas.
Paralelamente, e em substituição destes alimentos ricos em gordura, os bares e máquinas de venda automática deverão promover a venda de alimentos como leite, iogurtes, sumos com mais de 50 por cento de fruta, batidos de fruta, pão de mistura, fruta e sandes de queijo ou fiambre de aves.
Os chocolates a que os estudantes deverão ter acesso por estes meios são os que contêm mais cacau, mais leite e menos açúcar.
O grande objectivo destas medidas, que serão aplicadas nas escolas do segundo e terceiro ciclos, é diminuir o consumo de gorduras e açúcares simples, que facilmente se encontram nos produtos vendidos pelas máquinas de distribuição automática.
De acordo com um estudo elaborado pela Faculdade de Medicina do Porto e que envolveu 47 escolas básicas do segundo e terceiro ciclos desta cidade no ano lectivo 2003/2004, um terço dos cerca de dois mil alunos consumiam quantidades de gordura superiores aos recomendados para a idade.
A pesquisa, divulgada em Novembro passado durante o terceiro Encontro de Alimentação Infantil da Amadora, fez um levantamento dos alimentos vendidos em cantinas, bares e máquinas de venda automática dos estabelecimentos de ensino e concluiu que há "uma grande disponibilidade de produtos ricos em gordura e açúcar e uma presença muito pequena de alimentos saudáveis".
Para Bela Franchini, a solução não passa por retirar as máquinas das escolas, mas sim mudar-lhes o conteúdo.
"Sabemos que há falta de pessoal nas escolas e que as máquinas são muito práticas, mas devem ser as escolas a determinar o seu conteúdo e não as empresas de distribuição dos alimentos", explicou.
Numa primeira fase, as recomendações deverão ser aplicadas nos bufetes e nas máquinas, mas posteriormente poderão ser alargadas às cantinas escolares, embora os alimentos que estas fornecem sejam mais equilibrados.
Isso mesmo confirmou um estudo apresentado há um ano pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), segundo o qual a maioria das refeições servidas nas cantinas escolares são equilibradas, embora algumas abusem da carne de vaca e de porco, assim como de fritos e doces.
O trabalho, publicado na edição de Setembro de 2005 da revista de defesa do consumidor "Proteste", analisou 2936 ementas escolares servidas durante três semanas em 198 escolas do segundo e terceiro ciclos do ensino básico e do sec undário (179 públicas e 19 privadas).
Segundo este estudo, os bifes de vaca predominam nas ementas (39 por cento), logo a seguir ao peixe, embora esta carne tenha gordura mais prejudicial do que frango ou o peru e seja mais cara.
Entre os pratos mais comuns encontram-se o empadão, a carne à bolonhesa e o arroz à valenciana.
Relativamente ao peixe, a análise revela que na maioria das vezes, é frito e a diversidade reduzida.
Uma das notas positivas do estudo vai para o facto de a sopa estar sempre presente nas ementas das cantinas escolares analisadas.
Os legumes são a sua principal componente (77 por cento), embora, por vezes, em pouca quantidade, mas já as leguminosas (grão, feijão, favas e lentilhas) não fazem parte da grande maioria das sopas.
Outro dado positivo é o facto de 60 por cento das escolas não servirem pizzas, salgados e afins.
Medidas como as defendidas pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto visam travar a obesidade infantil, classificada como a epidemia do século XXI.
Um estudo divulgado recentemente pelo Jornal Internacional de Obesidade Pediátrica revelou que as taxas de obesidade infantil vão crescer drasticamente até 2010 em quase todo o mundo.
Em 2010, cerca de 26 milhões de jovens da União Europeia deverão sofrer de excesso de peso ou obesidade, segundo este estudo.
Dados da Comissão Europeia, divulgados em 2005, indicam que Portugal está entre os países europeus com maior número de crianças com excesso de peso, assim como Malta, Espanha e Itália. Nestes quatro países, as taxas de sobrepeso e de obesidade excedem os 30 por cento nas crianças com idades entre os sete e os 11 anos.

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