Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Três centenas de alunos terão aulas em pré-fabricados

Na cidade de Torres Vedras o enriquecimento escolar não vai ser igual para todos os alunos. Cerca de trezentas crianças do primeiro ciclo podem vir a ter aulas de inglês e estudo acompanhado em pavilhões pré-fabricados. Em conferência de imprensa, o vereador do PCP Caetano Dinis criticou a "falta de estratégia da autarquia, que a pouco mais de uma semana do início do ano lectivo ainda não apresentou uma solução objectiva para o problema".
O despacho do Ministério da Educação de 16 de Junho deste ano determina a obrigatoriedade do enriquecimento curricular nos estabelecimentos de ensino do primeiro ciclo. Paulo Gonçalves, membro do PCP na Assembleia Municipal, acusa o Governo de "não ter um conhecimento efectivo da realidade dos concelhos e das condições das escolas". E vai mais longe: "A transferência de responsabilidades do Ministério da Educação para as câmaras municipais não está a ser acompanhada de uma transferência de verbas correspondente". O responsável refere ainda que "o despacho foi publicado no final do ano lectivo anterior deixando pouco espaço de manobra para que os municípios e juntas de freguesia encontrassem soluções viáveis para o problema".
Contactado pelo DN, Carlos Miguel, presidente da autarquia, explica que já foram assinados protocolos de colaboração com diversas entidades, nomeadamente IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e centros paroquiais para assegurar o funcionamento das actividades extracurriculares mas ainda há "cerca de 14 salas em falta". Um número que o autarca espera ver reduzido para metade nas próximas semanas, mostrando-se esperançado em assinar outros acordos.
Para já, certo é que as actividades de enriquecimento escolar nos estabelecimentos do 1.º ciclo só vão começar a 2 de Outubro, duas semanas depois do início do ano lectivo. "É um processo complexo que implica esforços de várias entidades. Mas o ensino do inglês e o estudo acompanhado estão garantidos para as crianças da cidade, isso é o mais importante", reitera o presidente.
Relativamente ao facto de as actividades decorrerem em pavilhões pré-fabricados, Carlos Miguel desdramatiza. "Os equipamentos têm todas as condições, são climatizados, têm luz natural e oferecem boas valências para o trabalho das crianças". Nas próximas semanas o autarca espera assinalar protocolos de colaboração com outras entidades, de modo a diminuir o número de pré-fabricados a adquirir.
Contudo, Carlos Miguel admite que "será necessário comprar entre sete e dez pavilhões, o que representa um investimento de cerca de 100 mil euros".

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