Professoras Desesperadas

Indignados por, alegadamente, terem sido avisados "em cima da hora" do encerramento da valência dos 3 aos 5 anos de idade do jardim-de-infância da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre, mais de duas dezenas de pais de crianças com aquelas idades concentraram-se, ontem, à porta do estabelecimento, em sinal de protesto.
Segundo alguns encarregados de educação, o encerramento definitivo daquela valência só foi anunciado, pela rádio, "a mais ou menos dois dias" da abertura do estabelecimento (ontem).
"Fomos avisados em cima da hora e através da rádio, que nem toda a gente tem acesso", criticava, ontem, Marco Caldas, um dos pais afectados e que exige uma solução para o problema.
"Eu e a minha mulher trabalhamos das 8 horas às 19 horas. Quero saber qual vai ser a solução para o meu filho", questionava, referindo se é assim, "com este tipo de incentivos", que se quer inverter a tendência de envelhecimento da população.
Normanda Pires, outras das mães presentes no protesto, esclareceu que em Julho foi colocado um aviso no jardim-de-infância, que pedia aos pais para se dirigirem à Câmara para inscrever os filhos.
"Mas na Câmara diziam que não sabiam de nada e mandaram-nos ao agrupamento", explicou Normanda Pires, revelando, no entanto, que, depois desta "confusão", a ideia que ficou foi de que o encerramento ainda não era definitivo, e que iriam ser avisados da decisão.
"Quem tinha que avisar, se alguém tinha que avisar, era a Direcção Regional de Educação do Norte", contra-argumenta, por sua vez, o provedor da Santa Casa.
Segundo este responsável, o encerramento desta valência ocorreu por falta de condições, nomeadamente físicas. E na sequência da abertura de mais uma sala de pré-escolar no âmbito do ensino público.
Ao que tudo indica, essa mesma sala irá funcionar na antiga escola preparatória. De acordo com o presidente da Câmara, Fernando Rodrigues, as obras de adaptação do espaço, da responsabilidade da autarquia, já estão praticamente prontas e o espaço deverá começar a funcionar em breve. Para o autarca, na origem do protesto dos pais, está "alguma falta de paciência" e "muita contra-informação".