Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Apenas quatro em 11 mil contratados em Português

Sandra Costa está entre os 50 mil professores contratados que não conseguiram colocação. Depois de mais de dez anos a dar aulas, vai agora para o desemprego. Porque uma alteração legislativa, introduzida no concurso deste ano, ditou que apenas quatro contratados, entre 11 mil candidatos, tivessem colocação no grupo 300 (Português).
O problema radica no facto de o Ministério da Educação (ME) ter dividido o grupo disciplinar de Português/Francês no 3.º Ciclo e no Secundário e obrigado os docentes efectivos de Francês a concorrerem às vagas do novo grupo 300, alegadamente, porque não havia horários de Francês em número suficiente para todos os profissionais do quadro. Sandra Costa concorreu a Português, mas, à sua frente, ficaram todos os efectivos de Francês que se candidataram ao grupo 300.
A injustiça - critica esta professora do Porto - surge quando apareceram 600 horários para Francês (grupo 320), que foram ocupados por docentes contratados, muitos dos quais com menos tempo de serviço e qualificação inferior aos que concorreram a Português e ficaram sem lugar.
As incongruências no novo sistema aferem-se também pelo número de professores efectivos e vinculados a quadro de zona que ficaram sem colocação 435 no grupo 320 e cerca de 600 no 300.
Com 35 anos e 18 escolas no currículo, Sandra Costa encara com muita apreensão o seu futuro. "Para que serve o grupo 300? A manter-se esta situação, nunca mais vou conseguir vincular. Torna-se impossível entrar para a carreira!" Sem estabilidade profissional, ficam adiados os projectos de uma vida a dois e de compra de uma casa.
"Sinto-me muito desanimada, Investi na formação para ser professora, que é a minha vocação, trabalho há mais de dez anos e agora vou para o desemprego. Não quero abandonar a docência, mas, a manter-se esta situação, não vejo perspectivas de conseguir colocação e vinculação, ainda mais agora que os concursos têm a duração de três anos", lamenta a professora.

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