Autarquias recusam apoio para experiências de alunos na Agência Espacial Europeia
0 Comments Published by . on terça-feira, setembro 05, 2006 at 8:30 da tarde.As autarquias a que pertence a maioria dos oito estudantes portugueses seleccionados pela Agência Espacial Europeia para participar em experiências científicas em ausência de gravidade recusaram patrocinar a sua deslocação a Bordéus.
As câmaras de Braga, Gaia, Vila do Conde, Gondomar, S. João da Madeira, Penafiel e Beja recusaram ou não responderam aos pedidos de ajuda para os gastos com a elaboração dos instrumentos necessários para as experiências científicas, assim como a deslocação dos estudantes até França, onde se realizam os voos parabólicos efectuados pela Agência Espacial Europeia (ESA) que permitem simular a ausência de gravidade, e a sua alimentação durante os dez dias na cidade francesa.
Os estudantes dizem ter recorrido mesmo à primeira-dama, que os felicitou pela sua selecção para as experiências parabéns mas que indicou não dispor de verbas para apoios desta natureza.
Aos mais de cem pedidos de patrocínio lançados pelos estudantes do Departamento de Física da Faculdade de Ciências do Porto, que foram seleccionados entre as cerca de 140 propostas apresentadas por jovens de toda a União Europeia, responderam apenas algumas empresas. A JP Sá Couto disponibilizou computadores, a Critical Software enviou um cheque de 500 euros, enquanto a empresa norte-americana Metrolaser ajudou com um laser de alta precisão cujo valor ultrapassa os 20 mil euros.
"Estávamos ainda na fase inicial quando isto aconteceu. Numa altura em que estávamos literalmente a fazer contas à vida e temíamos não poder suportar os custos de uma operação desta natureza, estas respostas positivas foram extremamente importantes", frisou Francisco Silva, da equipa "SkySickers", responsável por uma experiência sobre a formação de bolhas no momento de ebulição de um líquido em "gravidade zero".
Lídia del Rio, da equipa "HeavyMetal", que analisará as vibrações de bolas de mercúrio excitadas por um estímulo sonoro em microgravidade, referiu que o " ponto de viragem" no ânimo dos alunos ocorreu quando receberam a confirmação verbal de um "chorudo" e oportuno apoio do programa Ciência Viva, da Fundação Ciência e Tecnologia.
Para além do apoio da própria Universidade do Porto, os estudantes obtiveram ainda um patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Ambos os alunos lamentaram que "num país onde tanto se fala no estímulo à produção científica haja tanta resistência em apoiar jovens em iniciativas que projectam Portugal no mundo da ciência europeia".
Com os apoios alcançados, as duas equipas de jovens vão poder ter as suas experiências científicas montadas a bordo do "A300" que a ESA utiliza para os voos parabólicos que permitem a ocorrência de situações de "gravidade zero".
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