Ana: "Uma aluna agrediu-me em frente aos outros alunos"
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Ana lembra a frase famosa de alguém famoso sobre não voltar a um lugar onde já se foi feliz. E lembra isso sem que se note ironia no tom. Aquela escola foi uma primeira escolha de Ana dez anos depois de lá ter estado. Havia a boa memória e a vontade de regressar a um lugar de cujo nome agora se quer esquecer. Na verdade, Ana também não se chama Ana, porque o que esta mulher quer que fique desta história é o testemunho sem que se revelem identidades. Apenas que é há 13 anos professora de Matemática e foi colocada numa escola como tantas outras.
Num dia de que não se lembra, em Fevereiro, "estava a fazer uma ficha de avaliação a uma turma do 6.º ano quando uma aluna se levantou, saiu da sala e quando voltou trazia a ficha preenchida. Anulei-lhe o teste." Faz uma pausa. "Tudo é muito recente", justifica antes de voltar à aluna, uma rapariga de 13 anos que não gostou da atitude da professora. "Ficou irritadíssima. Rasgou o teste. Insultou-me. Pedi-lhe que fosse educada e ela mandou-me uma chapada. Limpinho!"
Os anéis que a aluna usava nas mãos ficaram marcados no rosto de Ana, que foi assistida no hospital. Foi também no hospital que a médica que a tratou a aconselhou a apresentar a agressão como acidente de serviço para poder ter apoio.
"Foi numa sexta-feira", recorda. "Quando regressei, na segunda, ainda dei uma aula à mesma turma; tentei aconselhar-me. Ninguém respondeu às minhas dúvidas. Não tive uma manifestação de solidariedade dos meus colegas. Só diziam, 'ai, coitada'." Por medo? Ana não arrisca uma razão. Recebeu tratamento psiquiátrico até Agosto. "Tinha pânico só de pensar na hipótese de voltar. Sentia-me humilhada, desautorizada. Uma aluna agrediu-me em frente a outros alunos. Como é que eu podia continuar a dar aulas ali depois disso?"
Num dia de que não se lembra, em Fevereiro, "estava a fazer uma ficha de avaliação a uma turma do 6.º ano quando uma aluna se levantou, saiu da sala e quando voltou trazia a ficha preenchida. Anulei-lhe o teste." Faz uma pausa. "Tudo é muito recente", justifica antes de voltar à aluna, uma rapariga de 13 anos que não gostou da atitude da professora. "Ficou irritadíssima. Rasgou o teste. Insultou-me. Pedi-lhe que fosse educada e ela mandou-me uma chapada. Limpinho!"
Os anéis que a aluna usava nas mãos ficaram marcados no rosto de Ana, que foi assistida no hospital. Foi também no hospital que a médica que a tratou a aconselhou a apresentar a agressão como acidente de serviço para poder ter apoio.
"Foi numa sexta-feira", recorda. "Quando regressei, na segunda, ainda dei uma aula à mesma turma; tentei aconselhar-me. Ninguém respondeu às minhas dúvidas. Não tive uma manifestação de solidariedade dos meus colegas. Só diziam, 'ai, coitada'." Por medo? Ana não arrisca uma razão. Recebeu tratamento psiquiátrico até Agosto. "Tinha pânico só de pensar na hipótese de voltar. Sentia-me humilhada, desautorizada. Uma aluna agrediu-me em frente a outros alunos. Como é que eu podia continuar a dar aulas ali depois disso?"
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