Regresso às aulas entre protestos pelo fecho de escolas e críticas de sindicatos
0 Comments Published by . on segunda-feira, setembro 18, 2006 at 12:21 da tarde.Com cerca de metade das dez mil escolas públicas a abrir portas apenas na passada sexta-feira, prazo-limite para o arranque do ano lectivo, hoje é o primeiro dia de aulas a sério para muitos dos 1,5 milhões de alunos matriculados no ensino básico e secundário.
Os protestos que marcaram o início do ano lectivo em cerca de uma dezena de localidades que viram as suas escolas do 1.º ciclo encerrar deverão começar a diminuir de intensidade. Em Calvos (Braga), Lagoaça e Coelhoso (Bragança), os encarregados de educação já se resignaram à decisão do Governo de transferir os alunos, noticia a Lusa.
Mesmo na Gemieira, Ponte de Lima, onde a determinação dos pais foi levada mais longe, com manifestações e ameaças de greve de fome, fala-se pela primeira vez em aceitação da transferência dos alunos para o Centro Escolar da Ribeira, a cinco quilómetros. Isto desde que algum responsável do Ministério da Educação (ME) vá à freguesia provar que houve "transparência" no processo, explicou um pai à Lusa.
No meio do braço-de-ferro, aconteceu a situação improvável de vários alunos, ao fim de uma semana de aulas, terem atingido o limite de faltas fixado para o ano lectivo, já que os pais, em vez de porem os filhos na camioneta, compareceram diariamente à porta da antiga primária da Gemieira. Se a situação se repetir, e por se tratar da escolaridade obrigatória, a GNR poderá ter de intervir para ir buscar os miúdos a casa.
Episódios semelhantes passaram-se noutras localidades, com responsáveis autárquicos e direcções regionais de Educação a tentarem convencer as populações das vantagens das soluções encontradas para o encerramento de mais de 1400 escolas do 1.º ciclo. Ainda esta semana deverá ser oficialmente conhecida a lista dos estabelecimentos que fecham, sendo que, tal como já afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, até ao próximo mês poderá haver mais ajustes. Ou porque o número de alunos continua a ser muito baixo em algumas escolas ou porque ficam entretanto concluídas as obras nos designados estabelecimentos de ensino de acolhimento, viabilizando a deslocação de mais crianças.
Entretanto, prosseguirão as complicadas negociações entre sindicatos e ME para a revisão do estatuto da carreira docente. Até aqui, representantes de professores e tutela não podiam estar mais em desacordo sobre a proposta apresentada e, ao longo de toda a semana, foram vários os sindicatos a afirmar que o ano lectivo não podia ter começado da pior maneira.
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