40 concelhos do interior perdem mais de metade de escolas do 1.º ciclo
0 Comments Published by . on quarta-feira, setembro 06, 2006 at 2:21 da tarde.O encerramento das escolas do primeiro ciclo vai significar para vários concelhos uma perda significativa de estabelecimentos. Na zona do Norte e Centro do País, as mais afectadas por esta concentração de alunos, há perto de 40 concelhos que podem ficar com apenas metade ou menos das escolas que funcionaram em 2005. Em alguns casos, como Vila Nova de Foz Côa ou Alfândega da Fé, a perda de estabelecimentos pode chegar quase aos 90%.
Estes são os números que resultam das listagens das direcções regionais para colocação de docentes, cedidas ao DN por sindicatos afectos à Federação Nacional de Professores (Fenprof). Esta sinalização de escolas para encerrar chega perto das 1470. Recorde-se que o Ministério da Educação tinha estabelecido como meta 1500 escolas para encerrar este ano.
Os dirigentes sindicais explicam que a lista definitiva não está apurada, em virtude das negociações com as autarquias, mas que o número final não deverá ficar longe do apurado pelos códigos de escola a concurso. Em declarações à edição de ontem do DN, o assessor de Maria de Lurdes Rodrigues reconheceu que a listagem só será conhecida no dia 15 ou 16 de Setembro, no fim do prazo marcado pelo ME para a abertura do ano lectivo.
Em Janeiro, foram sinalizadas para fechar 1474 escolas. A região mais afectada foi o Norte, com 905 estabelecimentos a prever não abrir este ano. O estudo da rede escolar do primeiro ciclo do Sindicato de Professores da Região Centro (SPRC) aponta para o encerramento de 409. Outras zonas do País apresentam estimativas mais reduzidas: 96 para a Grande Lisboa e 64 para o Sul.
Mas a medida será mais gravosa para alguns concelhos. Foz Côa perde 88% e Sernancelhe 81%. Na área de influência do Centro de Área Educativa (CAE) de Bragança, por exemplo, todos os 12 concelhos perdem mais de metade das escolas. Alfândega da Fé só fica com uma das dez escolas e Freixo de Espada à Cinta perde 83%.
No CAE de Vila Real encerraram 75% das escolas em Vila Pouca de Aguiar e 67% em Boticas. Fornos de Algodres, na Guarda, perde 71%.
Rogério Ribeiro, do Sindicato de Professores do Norte, explica que algumas escolas indicadas para encerrar foram objecto de negociações com as comunidades locais, pelo que o encerramento acabou por não acontecer. Mas o inverso também sucedeu: escolas que inicialmente não estavam sinalizadas acabaram também por encerrar. "No entanto, dado o número de escolas que foram objecto destas acções não ter sido significativo, o estudo aproxima-se muito da realidade."
Também Helena Arcanjo, do SPRC, explica que no Verão fez um trabalho exaustivo de verificação em três dos seis distritos da região e as alterações eram "muito residuais", já que "apenas 10 a 15 vão continuar, apesar terem sido retiradas dos códigos a concurso". As razões para o não encerramento prendem-se com "o facto de algumas câmaras não terem agilizado o transporte ou escolas não servirem refeições".
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