Estudos como incentivo contra vício da droga
0 Comments Published by . on quinta-feira, junho 01, 2006 at 12:44 da manhã.José Abel Quintela não tem tido muita sorte na vida. Mas nas aulas que frequenta no centro de certificação do Espaço T encontrou uma nova motivação. Está empenhado em deixar de vez o vício da droga e até já procura um emprego. Desta vez, quer fazer o que sempre sonhou trabalhar com crianças mal-tratadas.
Foi com apenas 14 anos que Abel teve de abandonar a escola, quando ainda só tinha completado o 6º ano de escolaridade. "A minha família é numerosa, tenho sete irmãos e os meus pais não tinham dinheiro. Por isso, tive que ir trabalhar", explica, recordando que o seu primeiro emprego foi o de empregado de armazém numa fábrica de madeiras. Desde então Abel já passou por vários trabalhos. O último foi a dar assistência domiciliária a idosos. "Mas o que mais gostava de fazer era ser auxiliar de acção educativa, trabalhar com crianças com problemas", desabafa ao JN.
No centro de certificação do Espaço T encontrou a motivação necessária. E, aos 30 anos de idade, falta-lhe apenas um mês para conseguir a equivalência ao 9º ano de escolaridade. "Quando tiver oportunidade, tentarei ter o 12º ano", assegura.
"Estudar tem funcionado como um incentivo, até me deu força para abandonar de vez o vício da droga", sublinha, admitindo que ao longo da sua vida de toxicodependente já teve várias recaídas. Muitas custaram-lhe o trabalho.
"Já perdi um emprego porque o meu patrão soube que eu era seropositivo. Mas agora até vejo que foi por bem. Estava a apostar no lado errado. O que quero mesmo é trabalhar com crianças", afirma, convicto de que chegou a altura de mudar de vida.
Abel até já começou a procurar o emprego dos seus sonhos, com a ajuda da associação "Porto Feliz". E não poupa elogios ao trabalho do Espaço T. "Isto é muito bom, porque normalmente as pessoas no mundo do trabalho perdem empregos pois não têm qualificações", reconhece.
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