Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Dia a dia: Um exemplo da Escola

A minha filha está no ensino público. Por opção. No início deste ano lectivo fui, pela primeira vez, convocada para uma reunião de pais com os responsáveis do agrupamento escolar. Hora: meio-dia. Objectivo: apresentar o programa e as actividades da escola.
A sala, estranhamente cheia se atendermos às críticas dos professores, reclamava do horário que obrigava a perder, no mínimo, meio dia de trabalho. Justificação: eram muitas escolas e era preciso dividir o dia. Sugestão: porque não fazer várias reuniões matinais, bem cedo, ao longo da semana? Resposta: por gestão de tempo. Dos professores, claro!
Adiante. Em vez das explicações prometidas, queixas e protestos. Contra as medidas do Governo, do Inglês às aulas de substituição. Uma verdadeira manifestação anti-Sócrates. No próximo ano, muitos daqueles pais já não irão. Culpa deles, é óbvio.
Algumas turmas daquela escola não tiveram este ano natação. Apesar de a autarquia disponibilizar o local e o transporte. Justificação: como os alunos não são 100% autónomos, extravasava as funções de professores e auxiliares apertar um atacador ou botão. Culpa dos alunos, pois.
Claro que há bons professores. A minha filha, e digo-o sem medo de represálias, tem uma exigente, que acaba o programa antes do fim do ano e convoca os pais todos os períodos para as oito da manhã, dando a conhecer a evolução dos alunos e fazendo alertas. Mas a corporação que agora se levanta quando a ministra lembra casos como o meu é que dita as regras. E os que querem fazer alguma coisa sentem-se extraterrestres.

Filomena Martins, Subdirectora do Jornal Correio da Manhã

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