Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


AR: BE questiona ministra da Educação sobre ensino de publicidade nas escolas

O Bloco de Esquerda questionou hoje a ministra da Educação sobre o programa Media Smart, que prevê o ensino de publicidade nas escolas portuguesas a partir de 2008.
O programa "Media Smart" é um projecto de literacia em publicidade promovido pela Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) baseado no ensino extracurricular de temas e conceitos relacionados com a comunicação comercial e não comercial de marcas e entidades, tendo como grupo-alvo crianças entre os 6 e os 11 anos (1º e 2º ciclos).
Num requerimento hoje entregue na Assembleia da República, a deputada do BE Ana Drago questiona o Governo sobre a necessidade das crianças do 1º ciclo terem aulas sobre esta matéria e interroga o Governo se esta será ou não uma disciplina opcional.
Por outro lado, o Bloco salienta que participam no Comité de Direcção do programa todos os patrocinadores da Media Smart, como a Nestlé, Danone, Kellogg's e Modelo/Continente.
"Pensará o Governo que a colocação de formadores nas escolas públicas, pagos pela Nestlé e pela Danone, é o melhor caminho para promover a educação alimentar e combater o crescente problema de obesidade infantil?", questiona Ana Drago.
Para o BE, esta iniciativa pretende responder a um problema do Governo com a ocupação dos tempos livres dos alunos.
"Encontrou uma solução miraculosa: é mais barato concessionar a formação pública a generosas empresas privadas do que a entregar aos milhares de professores qualificados que perderam este ano o seu lugar nas escolas públicas", ironiza o Bloco.
Salientando que o Governo ainda não disse "uma única palavra" sobre o programa Media Smart, a deputada Ana Drago questiona a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, sobre o alcance da iniciativa.
"Este novo hábito, de abrir a definição de matérias curriculares e métodos de aprendizagem nas escolas públicas a consórcios privados, é para manter?", questionou.
Segundo as previsões da Associação Portuguesa de Anunciantes, o "Media Smart" poderá, nos primeiros três anos de aplicação, abranger cerca de 50 por cento dos alunos portugueses da referida faixa etária, podendo chegar num prazo de 10 anos ao universo global das escolas nacionais.
O objectivo, de acordo com a secretária-geral da APAN, Manuela Botelho, é "dar ferramentas [às crianças] para que consigam compreender e descodificar esse mundo" e que possam ser, no futuro, consumidores mais esclarecidos e informados.
O projecto tem um investimento global estimado de cerca de um milhão de euros para os próximos 6 anos, 200 mil euros anuais no primeiro triénio e cerca de 150 mil euros anuais para o restante período.
O projecto "Media Smart" arrancou em 1998 no Canadá, tendo sido introduzido na Europa através do Reino Unido (em 2002), país onde já chegou a mais de um milhão de crianças. Depois do Reino Unido, foi lançado na Holanda, Bélgica, Suécia e, mais recentemente, na Finlândia. Portugal é o primeiro país do sul da Europa a implementar este programa.

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