Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Escola da Igreja quase deserta e Caxinas com alunos a mais

A Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico (EB1) da Igreja, na freguesia de Outeiro Maior, é uma das quatro que, de acordo com as propostas da Carta Educativa de Vila do Conde, será encerrada. Os 15 alunos serão transferidos para um novo complexo, que receberá crianças de Outeiro Maior, Ferreiró, Parada e Bagunte. A EB1 da Igreja é a mais pequena do concelho e serve uma freguesia com 378 habitantes, mas que, em 2015, já só terá 363. Problema contrário tem a EB1 das Caxinas. Os seus 670 alunos fazem dela a maior escola primária do país e a Carta Educativa propõe uma redução serão distribuídos pela nova escola a construir junto à EN 206 (Vila do Conde-Famalicão), e pela E.B. 2,3 Frei João, também nas Caxinas, que passará a albergar alunos do 1º Ciclo.
No Outeiro, as crianças só fazem educação física quando não chove. As aulas são dadas no adro da igreja de Parada, porque não há ginásio. Também não há biblioteca, nem sala de informática. Os 15 alunos dos quatro anos de escolaridade estão na mesma e única turma e frequentam uma escola que, apesar de bem conservada, faz lembrar o Portugal dos Pequeninos um refeitório com mesa para duas dezenas de crianças, um pequeno recreio e duas salas, numa rua sem movimento.
Nas Caxinas, os 670 alunos espalham-se por 28 salas, quase sempre em horário duplo, já que a falta de espaço obriga a ocupar cada sala com uma turma de manhã e outra de tarde. Três salas foram transformadas numa enorme biblioteca. Há sala de música, de informática e ginásio, sala de apoio para crianças com deficiências profundas, psicóloga, bar, papelaria, reprografia, recreios enormes, um parque infantil e uma horta. Tudo dentro de um recinto no coração das Caxinas.
Caxinas e Outeiro são, por motivos opostos, duas situações a corrigir. Por indicação do Ministério da Educação, todos os alunos deverão estar, dentro de um prazo máximo de 10 anos, em horário normal (com a componente lectiva repartida pela manhã e tarde) e, em cada turma, deve haver apenas um ano de escolaridade. O não cumprimento das duas medidas é visto como potenciador do insucesso escolar.

"Não há benefícios"
"Não é benéfico para eles. Estão em desvantagem em relação a colegas que têm uma turma só com alunos do mesmo ano", explicou, ao JN, a professora Célia Figueiredo, da EB1 do Outeiro, que tem na mesma sala seis meninos do 1º ano, quatro do 2º, dois do 3º e três do 4.º. No pré-escolar há mais 14 crianças, dos três aos cinco anos. "O relacionamento das crianças é muito bom, mas do ponto de vista pedagógico não há benefícios".
"Sou sincera. Tenho alunos bons, mas não têm o aproveitamento que teriam se eu estivesse só com um ano de escolaridade", finalizou Célia Figueiredo, acrescentando ainda que, em escolas maiores, as crianças têm instalações com mais valências, que permitem a realização de outro tipo de actividades.
"Há quatro anos lançámos a ideia. Na altura seria um complexo para Ferreiró, Outeiro Maior e Parada. A reacção foi péssima. Desta vez, os pais parecem-me mais receptivos. Compreendem que será melhor para as crianças", explicou José Henriques, presidente do Agrupamento de Escolas da Junqueira, que admite que a situação actual é potenciadora do insucesso escolar.
Nas Caxinas, na actual EB1 já funcionaram três escolas diferentes. Hoje os três edifícios - um pré-fabricado à espera de substituição, um mais moderno e o edifício original - são uma única escola.
"Só nos falta o anfiteatro", diz Maria Alcide Aguiar, vice-presidente do Agrupamento de Escolas Afonso Betote, onde está incluída a EB1 das Caxinas.
As actividades extra-curriculares são a principal "dor de cabeça" para quem tem quase todas as crianças em regime duplo. "Temos o inglês para os alunos do 3º e 4º ano. Para o ano, o Ministério da Educação quer música e educação física para todos. Mas não temos espaço".
De acordo com a Carta Educativa, a EB1 das Caxinas deverá reduzir o número de alunos, que serão distribuídos pela nova EB1, a construir junto à EN 206 (Vila do Conde-Famalicão), e pela E.B. 2,3 Frei João que, com a previsão de ampliação das instalações, passará a albergar 1º, 2º e 3º Ciclo, tornando-se uma escola básica integrada. Nas Caxinas, a diminuição do número de alunos é vista com bons olhos, mas a coordenadora da escola, Adriana Figueiredo, e a vice-presidente do Agrupamento de Escolas Afonso Betote, Maria Alcide Aguiar, preferiam que fosse a EB1 a ser transformada numa escola básica integrada, albergando algumas turmas do 2º e 3º Ciclos, já que, para além do espaço, a localização da escola - em pleno coração das Caxinas - é "muito melhor", argumentam.

Três edifícios, a mesma escola
A EB1 da Igreja (Outeiro Maior) deverá encerrar. O mesmo acontecerá com as EB1 de Parada e Ferreiró. As três freguesias juntar-se-ão a Bagunte para ocupar o novo centro escolar, que ficará localizado na actual EB1 de Bagunte, que será ampliada, ou num terreno no limite da freguesia, num centro a construir de raiz. Enquanto não fica concluído o novo centro, foi estudada uma solução transitória, a implementar já no próximo ano lectivo as três escolas de Ferreiró, Parada e Outeiro fundir-se-ão numa espécie de centro escolar, a funcionar em três escolas diferentes. "As EB1 de Parada e Outeiro ficarão, cada uma, com uma turma de um só ano e Ferreiró com duas turmas. Assim, ficam quatro turmas nas três escolas, cada uma só com um ano de escolaridade e com os meninos das três freguesias", explicou o presidente do Agrupamento da Junqueira.

1 Responses to “Escola da Igreja quase deserta e Caxinas com alunos a mais”

  1. # Anonymous Anónimo

    Eu acho que vocês estão errados ao disser o que disseram sobre a escola de Caxinas pois vocês é que têem a culpa de nao ter alunos e nao pela escola de Caxinas ter muitos ou seja uns 670  

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