Professores que encerraram escola do Lumiar dizem que violência é comum
0 Comments Published by . on segunda-feira, junho 12, 2006 at 12:47 da tarde.Os professores que hoje encerraram a Escola Básica Um São Gonçalo, Lisboa, onde uma docente foi agredida sexta-feira pelos pais de um aluno, dizem que os casos de violência são comuns e culpam os familiares pela indisciplina dos filhos.
Vários professores que se encontravam hoje de manhã no interior da escola disseram que a agressão à professora foi apenas o pior dos casos da violência comum no estabelecimento.
"A culpa é dos pais que agridem os professores na presença dos filhos", disse uma professora, enquanto outra acrescentou que os familiares "são mal-formados". Os docentes pediram o anonimato por não estarem autorizados a falar pela Direcção Regional de Educação de Lisboa.
No exterior da escola, vários pais contactados pela Lusa queixaram-se, por sua vez, de atitudes menos correctas por parte dos professores. "Os professores também são mal-educados e brutos com as crianças", disse à Lusa a mãe de uma criança de seis anos, a frequentar o jardim-de-infância da escola.
Cerca das 09h30, 20 professores e funcionários auxiliares da escola formaram um cordão humano e na altura que estavam rodeados pelos jornalistas mostraram um cartaz, em que diziam "Somos pessoas, exigimos respeito e segurança".
À hora de início das aulas, às 09h00, eram poucas as crianças e pais que tentavam entrar na escola, dado que sexta-feira foram avisados que o estabelecimento hoje estaria encerrado.
Os professores vão reunir esta manhã para reivindicar à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) soluções para o problema.
O relato da agressão da professora foi feito domingo à Lusa pela presidente do Sindicato Democrático dos Professores da Grande Lisboa (SDPGL), Maria Conceição Pinto. Segundo Maria Conceição Pinto, a decisão de encerrar a escola foi tomada pelos professores e o estabelecimento vai manter-se fechado "enquanto não se resolver o problema de segurança".
O incidente ocorreu sexta-feira, pela hora de almoço, quando a professora em causa, que é coordenadora da escola e membro do conselho-geral do SDPGL, se encontrava dentro do estabelecimento de ensino, explicou.
A docente, que está na escola há quase duas décadas, terá chamado a atenção a um aluno, com cerca de 13 anos, que estava a atirar cascas para o chão. Este ignorou o aviso da professora, que fez menção de lhe segurar a mão para que o jovem apanhasse as cascas, mas este escapuliu-se.
Segundo o relato da dirigente sindical, "pouco tempo depois" terá entrado na sala onde estava a docente um casal, aparentemente familiares próximos do aluno, que a insultou, tentou arremessar-lhe à cabeça um balde de lixo de alumínio. O casal bateu-lhe na cara e na cabeça repetidas vezes até que os restantes professores e auxiliares conseguiram por cobro ao ataque.
A professora, de 50 anos, foi assistida pelo Instituto Nacional de Emergência Médica na escola e vai ficar de baixa, adiantou Maria Conceição Pinto.
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