Professoras Desesperadas

A falta de fiscalização, de manutenção e de seguros são as principais falhas dos parques infantis em Portugal.
Esta é a conclusão de um estudo da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), apresentado na Faculdade de Motricidade Humana, que avalia o impacto da lei de 1997 que regulamenta os espaços de jogo e recreio. Segundo Helena Cardoso de Menezes, presidente da APSI, o estudo demonstra que a lei trouxe grandes avanços no que toca às condições de segurança, mas que precisa urgentemente de ser actualizada.
“Os seguros, por exemplo, não estão regulamentados e é preciso fazê-lo. Da mesma forma, urge mudar o sistema de fiscalização e implementar a manutenção”, disse ao CM. Ora, sem manutenção, os equipamentos deterioram-se.
O estudo, que inquiriu educadores, autarquias, engenheiros, arquitectos e outros profissionais ligados ao ramo, concluiu que os maiores riscos para as crianças residem precisamente nos equipamentos e superfícies de impacto.
Em 2005, o Instituto do Desporto (IDP) mandou encerrar 195 parques infantis municipais e ordenou a suspensão de mais 50 por falta de condições. Sempre que detectem falhas, os utentes devem reclamar às autarquias, Deco, APSI ou IDP.

DEZ ACIDENTES POR DIA
Todos os anos ocorrem em Portugal cerca de quatro mil acidentes em parques e espaços infantis – mais de dez acidentes por dia. Os dados são do Sistema Europeu de Vigilância de Acidentes Domésticos e de Lazer, mas referem-se apenas aos casos contabilizados nas urgências hospitalares, o que quer dizer que o número real de acidentes será muito superior àqueles quatro mil.