Exames Nacionais: "Gaffe" na língua portuguesa
1 Comments Published by . on sexta-feira, junho 23, 2006 at 9:03 da manhã.A directora do Júri Nacional de Exames (JNE), Elvira Florindo, confirmou ontem ao DN que deu instruções às escolas para que os alunos "riscassem" elementos de identificação que estavam a incluir nas provas de Português do 9.º ano.
À parte a primeira página, que não chega às mãos dos responsáveis pelas correcções, não podem ser incluídos quaisquer dados identificativos nos exames. No entanto, o Grupo III do exame, que pedia a elaboração de uma carta ao director-geral da UNESCO, confundiu muitos alunos.
É que as regras formais da elaboração de cartas, ensinadas aos alunos, prevêem que o texto comece com o local e a data da sua emissão. Dados considerados passíveis de identificar o estudante. O enunciado pedia aos alunos que não assinassem a carta, mas não referia outras restrições.
Glória Ramalho, directora do Gabinete de Avaliação Educacional, entidade responsável pela elaboração dos exames, considerou não haver "qualquer problema" na referência a local e data, e atribuiu a situação ao "lapso" de alguns alunos que terão assinado a missiva, mas Elvira Florindo explicou que aquela parte da prova não poderia conter "qualquer elemento" identificativo. Nem sequer o local.
Exceptuando esta questão, as provas foram feitas normalmente por mais de 104 mil alunos.
Só se esqueceu de dizer que pediu não aos alunos, mas aos elementos dos secretariados para colocarem corrector nas provas em que estivesse escrito um nome, pois o aviso só chegou uma hora depois da prova ter terminado. Claro que ninguém pode colocar corrector numa prova, e isso foi dito ao CAE, mas insistiram que era uma ordem superior. Duas horas depois, enviaram outro fax a pedir para riscarem por cima do corrector, pois tinham "descoberto" que não se podia utilizar corrector nas provas. O que é verdade é que em muitas escolas as provas dos alunos foram violadas e agora eles podem colocar um recurso alegando que lhes riscaram as provas. Quem vai garantir que só lhes riscaram o nome? Quem nos vai garantir que eles não vão alegar que outras rasuras que já existiam nas provas não foram feitas pelos elementos do secretariado?