Exames Nacionais: 160 mil não viram o Portugal-México
0 Comments Published by . on sexta-feira, junho 23, 2006 at 1:39 da manhã.O dia de ontem foi marcado pelo jogo Portugal–México. Com os olhos postos nas provas de Biologia e História do 12.º ano e de Língua Portuguesa do 9.º, mais de 160 mil alunos (número de inscritos de acordo com o Júri Nacional de Exames) estavam com a cabeça no jogo que se iniciou às 15h00 – por coincidência, a hora em que começou a prova de Teoria do Design do 12.º.
A tónica dos comentários de alunos ouvidos pelo Correio da Manhã em várias escolas do País apontam numa direcção: as provas até estão a ser acessíveis, mas o calendário é muito apertado para conseguirem estudar com afinco para todos os exames. Por isso, já há alunos que sabem que vão realizar provas na 2.ª fase – só nos primeiros dois dias de exames faltaram mais de 18 500, um quinto dos inscritos para esses dias.
Os alunos do 9.º ano realizaram pela segunda vez exame nacional: Língua Portuguesa foi a prova de arranque. Amanhã é dia de Matemática e aí as expectativas não são tão animadoras. Alguns alunos referiram que estes dois dias vão ser passados não na praia mas em casa de explicadores – é que a nota do exame pode determinar a passagem ou reprovação de ano, principalmente para os alunos que têm nota 2 ou 3.
Hoje é o dia mais descansado destas duas semanas da 1.ª fase de exames nacionais.
Para a prova de Filosofia do 12.º ano, que começa às 9h00, estão inscritos pouco mais de sete mil alunos. Duas horas e meia mais tarde entram em acção os 5663 inscritos em História da Arte e os 4340 estudantes que vão realizar a prova de Introdução à Economia, relativa aos programas dos 10.º e 11.º anos.
ALUNOS DO 9º ANO SATISFEITOS
Optimistas, com vontade de fazer a prova, mas também com alguns nervos à mistura. Estavam inscritos para o exame nacional de Língua Portuguesa mais de 104 mil alunos do 9.º ano, em 1297 escolas de todo o País. “Um bocado nervoso, estudei um pouco, mas acho que não vai ser difícil, Matemática deve ser pior”, considerou Francisco, aluno do 9.º da Secundária Padre António Vieira (Lisboa), minutos antes de entrar para a sala.
Foi a questão relativa aos verbos transitivos que mais atrapalhou os alunos. “Não estava à espera que saísse, mas também não estudei muito”, referiu Joana Vieira, aluna da Padre António Vieira. As colegas consideraram a prova fácil. “Correu bem, pensei que fosse mais difícil, mas afinal até não fizeram perguntas muito complicadas”, considerou Elisabete Henriques.
Mariana Rosário está esperançada em obter boa nota na prova, mas já em relação ao exame de Matemática mostra algumas reservas. “A nossa situação não é muito boa porque a professora não explicava bem as coisas e, se não tivermos um bom professor no início, não conseguimos acompanhar nem aprender a matéria”, disse. A tarde foi de “cervejinha e tremoços, a ver a bola”, garantiu André Costa, aluno da mesma escola.
Em Viseu, os alunos da EB2,3 Grão Vasco saíram confiantes das salas. “Foi acessível mas estava muito nervoso já que foi a primeira prova a valer que fiz”, disse Rafael Melo, de 15 anos. Nuno Cardoso realizou o exame nacional pela segunda vez, pois reprovou no ano passado. “A prova foi um pouco mais difícil mas como me preparei bem, espero tirar boa nota.”
Quem se queixou foi Diana Nogueira. A aluna explicou que “saiu muita matéria que não estudei e penso que a prova era muito longa para ser feita em apenas hora e meia.” Apesar de considerarem o exame acessível, nenhum dos alunos soube identificar o autor do poema que saiu na prova (David Mourão-Ferreira). Lurdes Pinto, mãe de uma aluna que fez prova, explicou que a filha “estudou muito para este exame por isso, espero que tenha uma boa nota”.
12º ANO: A FALTA QUE FAZEM AS PROVAS MODELO
Os alunos que fizeram o exame de História do programa novo queixaram-se sobretudo da falta de preparação. “O nosso programa é mais comprido que o antigo e não tínhamos orientação, não houve matriz nem prova modelo”, criticou Joana de Sá, de 18 anos, da Secundária Padre António Vieira, em Lisboa. Duarte Costa, que atinge hoje a maioridade, explicou que estudou “300 páginas e saíram 40, tivemos de estudar muito”.
A questão mais problemática encontrada pelos dois alunos foi a que apelava ao conhecimento da actualidade e de cultura geral. “Foi um bocado complicado, mas também é bom para puxar por nós”, afirmou Duarte. Ambos pretendem continuar os estudos em universidades do Reino Unido. “É muito mais interessante, mais prático e mais ligado à realidade”, disse Joana. Já os estudantes que fizeram a prova 123 (programa antigo) consideraram o exame difícil. “Era muito geral e exigia a correlação de muitos factores”, disse Carina Silva, de 19 anos.
PROVAS A VALER
48 MIL EM BIOLOGIA
Estavam inscritos para os dois exames de Biologia de ontem mais de 48 mil alunos. Para o exame do novo programa havia 36 507 inscrições; para o do programa antigo 12 068. O exame nacional de Biologia é um dos mais procurados e mais exigidos para aceder aos cursos superiores na área das Ciências e da Saúde.
HISTÓRIA DENSA
Os exames de História (um para o programa novo, outro para o antigo) contaram com mais de 15 mil inscritos. Para os alunos que apanharam a reforma do secundário (11 633) a prova foi considerada mais densa e mais difícil. No exame do programa antigo havia menos inscritos (3817) e os estudantes consideraram-na mais acessível, apesar de muito densa.
TEORIA TARDIA
A prova de Teoria do Design decorreu relativamente bem aos alunos inquiridos pelo ‘Correio da Manhã’. No total, deveriam realizar a prova 4029 estudantes, mas decerto que muitos trocaram o tempo do exame pelo jogo Portugal–México. Ainda assim, vão poder realizar a prova na segunda fase de exames do Secundário, que se inicia em 19 de Julho.
Critérios de classificação da prova 602 (Biologia)
Proposta de correcção da prova Língua Portuguesa (9º ano)
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