Professoras Desesperadas

O secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, Fernando Medina, reafirmou, ontem, em Guimarães, a aposta na educação de adultos para atingir mais rapidamente a convergência com os países mais desenvolvidos no que toca às qualificações. E fez um reparo aos actores que têm participação na discussão sobre a afectação de recursos financeiros que "apostam num discurso em que a prioridade é a educação e depois sentam-se à mesa a defender a estradinha, o jardim, o canteiro. É uma incongruência que tem que ser resolvida por todos", desafiou.
Fernando Medina participou no colóquio sobre "Vale do Ave - Região de Oportunidades", no Centro Cultural Vila Flor, promovido pelos deputados do PS na Assembleia da República eleitos pelo círculo de Braga, onde foi lembrado que 75% da população activa portuguesa não tem o 12.º ano completo.
Fernando Medina falou da estratégia prevista para melhorar os níveis de qualificações, nomeadamente "evitar que se alimente o mercado das pessoas desqualificadas", através do combate ao abandono e insucesso escolares e da diversificação de ofertas educativas, mas, sobretudo, a aposta na educação de adultos. "Se só actuarmos sobre aqueles que actualmente chegam ao mercado, é incontável o número de anos que demoraremos à convergência com os países mais desenvolvidos. Os países da OCDE têm 70% da população com o 12.º ano completo", notou o governante.
Fernando Medina lembrou que Portugal tenta sistemas de educação de adultos desde o pós-25 de Abril, sem que se consiga produzir os efeitos desejados. "Há uma característica nessas experiências anteriores que são a razão do seu fracasso. São políticas que não tiveram em conta a vida das pessoas, que a aprendizagem não se realiza só na escola, mas em múltiplos contextos e deve ser valorizada", acrescentou.