Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


FENPROF contra a privatização do ensino do 1ª Ciclo

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) contestou hoje a entrega à iniciativa privada de áreas como o ensino musical, o desporto e a expressão plástica no 1º Ciclo, alegando que a medida "prejudica a qualidade da educação".
O Governo apresentou hoje, em Matosinhos, o plano de enriquecimento curricular das escolas da antiga primária, onde pretende investir cerca de 80 milhões de euros.
Como reacção, a Fenprof critica, em comunicado, a contratação local por parte dos agrupamentos escolares e autarquias de docentes de institutos privados para dar às crianças formação nestas áreas.
A tutela determinou no ano passado que as escolas da antiga primária (actual 1º Ciclo) têm de permanecer abertas por um período mínimo de oito horas diárias, oferecendo aos alunos actividades extracurriculares gratuitas entre as 15h30 e as 17h30, como a iniciação ao Inglês, o ensino musical, a educação física e a expressão plástica.
Para a Fenprof, entregar “à iniciativa privada aspectos essenciais do currículo do primeiro ciclo do ensino básico" só “prejudica a qualidade da educação, a organização das escolas e subalterniza os professores".
A Fenprof critica ainda o facto destas áreas, que actualmente integram o currículo do primeiro ciclo, passarem a ser extracurriculares, classificando esta opção como "conservadora" e "muito próxima da que foi desenvolvida pelo salazarismo".
Também o Bloco de Esquerda criticou hoje no Parlamento o modelo adoptado pelo Ministério da Educação, considerando que este conduz a uma privatização do ensino, já que "jovens licenciados são contratados ao preço da chuva" em vez de serem recrutados os docentes com horário zero ou que não conseguiram colocação no concurso nacional.
"Nas matérias extracurriculares não há nenhuma razão para não se adoptar o modelo da contratação local. Não se trata de um modelo de privatização, mas de uma aposta na criação de dinâmicas locais", refutou, no entanto, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, no final da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, em que hoje foi ouvida.

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