Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Opinião: Trabalhos para a escola

Portugal está confrontado em todos os sectores com a necessidade de aproveitar melhor os recursos escassos de que dispõe. E não são muitos, como sabemos. A tarefa fundamental nas fábricas ou nos serviços, públicos ou privados, é fazer melhor com os mesmos meios. O País deficitário que somos, nas finanças ou na educação, obriga a uma exigência maior no trabalho de todos os dias. Qualquer que seja o posicionamento ideológico em que nos coloquemos, dificilmente poderemos escapar a esta urgência.
Ontem, a ministra da Educação anunciou o fim dos TPC (Trabalhos para Casa), substituídos pelos TPE (Trabalhos para a Escola). Depois de inúmeras reformas pede-se agora à escola que faça mais e melhor pela formação dos seus alunos: mais tempo na escola, formação mais alargada (do inglês às artes), aulas de substituição, trabalhos para a escola em vez de trabalhos para casa, melhores resultados. Pede-se muito mais à escola, pede-se muito mais aos professores. Mas deve pedir-se também muito mais a todas as instituições que podem facilitar o trabalho da escola, do Ministério da Educação às autarquias. À ministra pede-se determinação, mas também sensibilidade. Às autarquias pede-se que coloquem a escola na linha da frente das suas prioridades. Muitas o fazem e os bons exemplos são para multiplicar.
Não se peça ao Estado, aos nossos impostos, que continuem a alargar os cordões à bolsa. Nos últimos 10 anos duplicou o orçamento da educação, aumentou o número de professores e diminuiu o número de alunos. Se assim é, impõe-se exigir melhores resultados. Para esta causa, que é a dos alunos, é preciso ganhar os professores. A escola tem de ser mais completa e exigente e para o ser só com professores mais empenhados e responsabilizados. Todos nós conhecemos bons e maus professores. Professores que se desmultiplicam em esforço e dedicação, essenciais para o sucesso de muitos homens e mulheres. Mas também conhecemos professores desleixados, pouco preocupados com o resultado do seu exercício. Acontece em todas as profissões e em todos os sectores da vida do País. Por isso, importa não fazer dos professores o bode expiatório do défice da educação, mas isso não deve ser pretexto para o relativismo em que se tende a dissolver os nossos desaires. A escola pode e deve ser mais responsabilizada pelos seus resultados. Saúdem-se os TPE. E puxe-se pelo ânimo dos professores. Sem eles não há "escola a tempo inteiro" que resulte. É bom que os professores se convençam disso.


António José Teixeira, director do Diário de Notícias

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