Professoras Desesperadas

Cerca de 180 crianças, com idades compreendidas entre os três e os seis anos, manifestaram-se, ontem, de manhã, em Vila Real, por "um parque florestal limpo". Os meninos pertencem ao Agrupamento de Escolas D. Dinis e frequentam os jardins- de-infância de S. Vicente de Paula, da Timpeira, de S. Pedro e de Árvores. Entre as reivindicações, que mereceram cartazes, as crianças exigem, para além da limpeza, "um guarda, um lago com peixinhos, animais", e até "câmaras de filmar para vigiar as pessoas que se portam mal", conforme explicou ao JN, a educadora Maria João.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, considera que "os meninos têm razão". "Se são eles quem mais utiliza o parque florestal da cidade e não estão contentes, é sinal que algo não está bem", reconheceu Manuel Martins.
O autarca lembra, no entanto, que, "apesar de existir um protocolo entre a Câmara e a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), tem havido falhas". "Quando os serviços municipais querem efectuar limpezas de árvores e de ramos secos, a DGRF não deixa", alega o presidente. Eduardo Dias, técnico da autarquia, confirma "Todos os anos fazem o mesmo. Começamos a limpar e aparece logo alguém que nos manda parar, sem dar qualquer justificação".
Fonte da DGRF salientou ao JN que "as árvores não podem ser cortadas de qualquer maneira". "Há várias semanas que aguardamos uma reunião com o vereador do Ambiente, Miguel Esteves, para debater estas e outras questões relacionadas com o parque florestal", referiu.
O JN tentou contactar com o vereador, mas tal não foi possível, uma vez que se encontra de férias. O presidente, Manuel Martins admite, todavia, que " alguma descoordenação interna, porque há várias pessoas a mandarem no mesmo assunto", e prometeu "resolver essa questão em breve".