Atitude mimética em causa na alergia aos "Morangos"
0 Comments Published by . on quinta-feira, maio 18, 2006 at 1:11 da manhã.
Os grupos de alunos de várias escolas que deram entrada em hospitais o Norte e de Lisboa devido a sintomas de alergias ou de intoxicação poderão estar a imitar os comportmentos de personagens da série Morangos com Açúcar. A série, que é uma telenovela juvenil, passa na TVI e é muito popular entre o seu público-alvo.
Os casos de alegada alergia detectados nos últimos dias em alunos de várias escolas indiciam a imitação de comportamentos de personagens televisivas, admitiu hoje no Porto a investigadora de sociologia da educação Maria José Magalhães.
Quarenta e três crianças de uma escola em Caneças (em Odivelas), arredores de Lisboa, foram assistidas no Hospital de Santa Maria, não se confirmando a hipótese de alergia, disse à agência Lusa o delegado de saúde regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Suspiro. "Não está confirmado que seja uma alergia, é apenas uma hipótese", disse António Suspiro.
Em declarações à Lusa, Mário Almeida, do INEM/Norte, classificou o elevado número de queixas de prurido na pele como uma situação "psicológica" que poderá estar relacionada com a telenovela Morangos com Açúcar, da TVI, já que em episódios recentes surgiu uma intoxicação entre as personagens adolescentes do folhetim, com sintomas idênticos aos de que se queixam agora os alunos.
“Poderá ser uma atitude mimética. Esses programas de televisão são modelos comportamentais”, disse Maria José Magalhães, professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto. Para a investigadora, a solução do problema está na procura de modelos alternativos, que não se podem cingir ao discurso normativo do “não podes ver isso”, “não podes fumar” ou “não podes colocar ‘piercings’”.
"Não se pode ficar apenas pela condenação moral e pela proibição. É preciso aceitar a situação e trabalhar modelos alternativos para a resolução do problema", afirmou a docente. Defendeu também que os programas televisivos que exerçam uma grande influência nos comportamentos da população, nomeadamente dos adolescentes, sejam seguidos por espaços de reflexão sobre o assunto abordado, à semelhança do que existe em Espanha e noutros países.
A investigadora propôs ainda a aposta em actividades de animação sócio-cultural, que, de uma forma natural e não normativa, levem os adolescentes a encontrar por si próprios modelos comportamentais alternativos.
Os casos de alegada alergia detectados nos últimos dias em alunos de várias escolas indiciam a imitação de comportamentos de personagens televisivas, admitiu hoje no Porto a investigadora de sociologia da educação Maria José Magalhães.
Quarenta e três crianças de uma escola em Caneças (em Odivelas), arredores de Lisboa, foram assistidas no Hospital de Santa Maria, não se confirmando a hipótese de alergia, disse à agência Lusa o delegado de saúde regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Suspiro. "Não está confirmado que seja uma alergia, é apenas uma hipótese", disse António Suspiro.
Em declarações à Lusa, Mário Almeida, do INEM/Norte, classificou o elevado número de queixas de prurido na pele como uma situação "psicológica" que poderá estar relacionada com a telenovela Morangos com Açúcar, da TVI, já que em episódios recentes surgiu uma intoxicação entre as personagens adolescentes do folhetim, com sintomas idênticos aos de que se queixam agora os alunos.
“Poderá ser uma atitude mimética. Esses programas de televisão são modelos comportamentais”, disse Maria José Magalhães, professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto. Para a investigadora, a solução do problema está na procura de modelos alternativos, que não se podem cingir ao discurso normativo do “não podes ver isso”, “não podes fumar” ou “não podes colocar ‘piercings’”.
"Não se pode ficar apenas pela condenação moral e pela proibição. É preciso aceitar a situação e trabalhar modelos alternativos para a resolução do problema", afirmou a docente. Defendeu também que os programas televisivos que exerçam uma grande influência nos comportamentos da população, nomeadamente dos adolescentes, sejam seguidos por espaços de reflexão sobre o assunto abordado, à semelhança do que existe em Espanha e noutros países.
A investigadora propôs ainda a aposta em actividades de animação sócio-cultural, que, de uma forma natural e não normativa, levem os adolescentes a encontrar por si próprios modelos comportamentais alternativos.
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