Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Regresso às aulas em ano de todas as mudanças

Entre hoje e sexta-feira, cerca de 1,65 milhões de alunos regressam às aulas em todo o País. É um arranque do ano lectivo marcado pela expectativa. Não só de quem começa mais uma etapa da sua formação, como de milhões de pais e de 178 mil professores, ansiosos por conhecer os efeitos de um enorme bolo de reformas e novidades introduzidas pelo Ministério da Educação.
Das 14 230 escolas que abriram portas há um ano, pelo menos 1460 deverão permanecer encerradas. Inevitavelmente, o fecho das "escolas do insucesso" do 1.º ciclo - com menos de 20 alunos ou resultados insatisfatórios- não deixa de criar instabilidade nas populações. Sobretudo nos meios rurais, onde é encarado como mais uma forma de desertificação. E o facto de o processo estar a decorrer com alguns sobressaltos - só no final da semana se saberá, exactamente, quantos estabelecimentos fecham - em nada tem amenizado a transição.
Outra sombra a pairar sobre o arranque do ano escolar é o mais do que previsível regresso dos professores à greve, já a partir do mês de Outubro. Consequência de uma profunda reforma do estatuto da carreira, cujos pontos essenciais são rejeitados pelos sindicatos, mas da qual o Governo não abdica.
No entanto, é certo que estes problemas serão esquecidos se o Ministério da Educação conseguir vencer outro desafio bem mais urgente: começar a inverter os maus resultados escolares, que mantêm Portugal nos últimos lugares das tabelas dos países desenvolvidos. É em torno deste objectivo que assentam as novidades deste ano lectivo.
No 1.º ciclo é generalizado o prolongamento de horário até às 17.30, com duas horas mínimas de actividades extracurriculares. Aos obrigatórios apoio ao estudo e Inglês dos 3.º e 4.º anos juntam-se a Música e o Desporto, entre outros. O ministério investe 80 milhões de euros.
É no 1.º ciclo que o Governo aposta mais forte na qualificação dos alunos. Por isso, sete mil professores de Matemática e três mil de Português vão participar em acções de formação. Porém, as duas disciplinas - sobretudo a Matemática - serão alvo de "planos nacionais" abrangentes a todos os ciclos, que passam por mais docentes e recursos didácticos e um eventual aumento das cargas horárias.
O 3.º ciclo, cujas debilidades ficaram a nu nos exames do 9.º ano de 2004/2005, que arrastaram para o chumbo milhares de alunos, será certamente um dos grandes beneficiários deste investimento. Até porque o ministério já prometeu que este será o ano de recuperação nas provas.
No secundário, em que metade dos alunos continua a chumbar ou desistir, a aposta também é forte. Os exames nacionais são reduzidos para quatro (Português e três outras disciplinas). Além disso, para quem não se revê nos currículos virados para o acesso ao ensino superior, arrancam 450 cursos profissionais, em 180 escolas, mais do triplo da anterior oferta no ensino público.
Nos 4.º e 6.º anos, as provas de aferição deixam de ser feitas por amostra, passando a ser obrigatórias. Somados os exames do 9.º ano e do secundário, mais de meio milhão de alunos terão de provar os seus conhecimentos. Uma oportunidade única para avaliar a fundo as virtudes e fragilidades do sistema, mas também um enorme desafio à capacidade organizativa do ministério.

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