Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Mais de oito em cada dez alunos (81,7 por cento) do 12º ano tiveram negativa no exame nacional de Matemática relativo ao programa antigo, enquanto na prova referente ao programa novo a taxa de chumbos atingiu os 71,1 por cento.
Segundo dados a que a agência Lusa teve acesso, mais de metade dos estudantes chumbaram em 21 dos 58 exames realizados na primeira fase, com taxas de reprovação nas provas que ultrapassam os 70 por cento em várias disciplinas.
A "razia" nos resultados comprometeu a candidatura ao ensino superior para muitos milhares de estudantes, já que, desde 2005, nenhum aluno pode concorrer às universidades com menos de 9,5 valores nos exames que servem de provas de ingresso.
De acordo com o documento, 9433 dos 11.543 (81,7 por cento) estudantes que a 27 de Junho realizaram o exame de Matemática chumbaram na prova, tendo ig ualmente reprovado mais de 28 mil dos 40 mil que fizeram o exame referente ao programa novo.
O exame relativo ao programa antigo de Matemática registou uma média de 5,9 valores, o que representou uma taxa de reprovação à cadeira (ponderada a nota do exame e a classificação atribuída pelos professores no final do ano) de 40 por cento.
Já a prova referente ao programa novo teve 7,3 valores de média, tendo a taxa de reprovação à disciplina chegado aos 29 por cento.
Os dois exames de Matemática, que tiveram o mesmo enunciado, integram a lista das 21 provas em que a percentagem de negativas ultrapassou os 50 por cento, entre as quais os polémicos exames relativos aos programas novos de Física e Química.
Mais de 78 por cento dos alunos que realizaram a prova sobre o novo programa de Química chumbaram no exame, o mesmo acontecendo com 67,5 por cento dos que fizeram o de Física, notas que levaram a tutela a abrir uma polémica excepção no acesso ao ensino superior, permitindo aos estudantes repetir as provas na segunda fase e concorrer com a melhor nota à primeira fase de candidaturas, cujos resultados são divulgados às 00h00 de sábado.
Nas provas sobre o antigo programa destas cadeiras, 51,9 por cento dos alunos chumbaram a Química, enquanto a Física a taxa de reprovação no exame sobe para 74,8 por cento.
O cenário não foi mais animador nos exames de 11º ano, realizados este ano pela primeira vez, com Matemática B a registar 80,4 por cento de negativas, enquanto na prova de Física e Química A chumbaram 15.139 dos 19.931 alunos (76 por cento).
Na segunda fase dos exames nacionais do secundário, realizada entre 19 e 25 de Julho, os resultados são ainda mais negativos, com o número de provas em que mais de metade dos alunos chumbaram a subir de 21 para 33.
O exame de Geologia registou, nesta fase, o recorde de reprovações, com 397 dos 430 alunos (92,3 por cento) a obterem notas abaixo dos 9,5 valores. Nas disciplinas com maior número de alunos inscritos, 14.127 dos 16.365 estudantes que realizaram a prova de Física e Química A chumbaram - 86,3 por cento -, enquanto o programa novo de Matemática registou mais de 20 mil chumbos, entre os 26.702 alunos que compareceram (74,9 por cento).
No conjunto das duas fases, o número de negativas ultrapassou os 50 por cento em 25 dos 58 exames realizados.
A nota dos exames nacionais do secundário vale 30 por cento para a classificação final das disciplinas e oscila entre os 35 e os 50 por cento na candid atura ao ensino superior.
O Ministério da Educação divulga anualmente as médias e as taxas de reprovação às disciplinas, mas não torna público os dados relativos às percentagens de alunos que chumbaram nos exames nacionais do secundário.

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