Alunos portugueses vão entrar em contacto com cientistas na Antárctida
0 Comments Published by . on segunda-feira, julho 03, 2006 at 4:59 da tarde.Alunos das escolas portuguesas vão poder colocar questões, através da Internet, aos cientistas que no próximo ano lectivo participarão numa expedição à Antárctida, no âmbito de um programa educativo para celebrar o Ano Polar Internacional.
"Latitude60!" é o nome do programa, destinado aos alunos de todas as escolas do país, que um grupo de cientistas das universidades de Lisboa e do Algarve decidiu lançar para comemorar o IV Ano Polar Internacional, que se celebra entre Março de 2007 e 2009.
O cientista Gonçalo Viera, um dos responsáveis do "Latitude60!", que desde Janeiro coordena uma equipa de investigadores na Antárctida, revelou pormenores sobre o "Pergunta a um cientista polar?", um dos projectos que deverão ser lançados no próximo ano lectivo.
Durante a campanha que se vai realizar no próximo Inverno, "os alunos das escolas podem questionar, via net, os investigadores portugueses que estão na Antárctida e vão responder quase em tempo real", explicou o cientista, que este ano vai coordenar de Portugal a equipa.
No âmbito do programa levado a cabo pelo Comité Português para o Ano Polar Internacional, os alunos poderão ainda receber a visita nas escolas de cientistas que aparecerão equipados com o "pacote do material usado nas campanhas: tenda, roupa e muitas outras coisas que são necessárias para se poder trabalhar nos pólos", indicou o investigador.
Mostrar o que se passa ao nível das mudanças no clima, na criosfera, nos ecossistemas, nos hábitos de vida dos povos polares, e as consequências que estas regiões têm para o resto do planeta serão alguns dos assuntos focados pelos investigadores.
Durante o Inverno está ainda previsto que um grupo de alunos possa passar uma semana no campo, na Serra da Estrela, com cientistas polares. No entanto, a maioria dos projectos só poderá arrancar caso os professores estejam motivados para o tema e, por isso, o Comité Português para o Ano Polar programou para quarta-feira o lançamento do programa "Latitute60!", sessão que está prevista ser repetida em várias regiões do país.
"Vamos aproveitar o início do ano lectivo para tentar cativar os professores para que centrem as suas actividades extra-curriculares na temática" destes países, explicou o investigador.
Os cientistas vão ainda lançar uma plataforma na Internet para realizar reuniões quinzenais online com os professores, para que estes possam tirar dúvidas ou apresentar sugestões.
O lançamento de jornais escolares, exposições, peças de teatro, concursos de textos e relatórios científicos são outras das iniciativas que os investigadores esperam ver acontecer nas escolas portuguesas.
"Portugal tem vivido de costas voltadas para as regiões polares e consideramos que é importante ensinar às gerações mais novas a importância das regiões frias para o nosso planeta", disse o cientista.
Gonçalo Vieira espera que no final do programa "a opinião pública esteja sensibilizada para a importância de Portugal assinar o Tratado da Antárctida".
O Tratado da Antárctida, em vigor desde 1961, definiu que esta região seria usada somente para fins pacíficos, com liberdade de pesquisa científica e promoção da cooperação internacional no continente.
Nestas regiões está também proibida qualquer actividade de natureza militar, explosões nucleares, deposição de resíduos radioactivos, havendo a obrigação de preservação do ecossistema antárctico.
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