Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Comissão acompanha 290 jovens em risco

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Santarém vai ganhar, este mês, mais três profissionais. Um técnico superior de serviço social, um educador social e um ajudante familiar vão juntar-se aos actuais sete elementos que compõem a equipa a tempo inteiro e que, desde o início do ano, instauraram 75 processos, estando a acompanhar cerca de 290 casos, número semelhante ao do ano passado. A negligência das famílias face aos filhos e o abandono escolar são os principais motivos para a intervenção da CPCJ.
Do relatório do ano passado, visto que os dados relativos ao primeiro semestre deste ano são ainda provisórios, pode concluir-se que são agora as crianças, com idades entre os 6 e os 9 anos, com maior importância no total de situações sinalizadas, assumindo 23,7%. Em 2004, verificara-se que a maioria dos processos instaurados correspondia a adolescentes com idades entre os 13 e os 15 anos. Os rapazes continuam em maior número e os níveis de escolaridade são baixos. Apenas 13% dos casos observados completaram o 3º ciclo.
Identificados os problemas, o que fez a CPCJ? As medidas de intervenção junto do núclo familiar de origem são as preferidas pelos técnicos, designadamente as acções junto dos pais. Quando tal não é possível, as crianças ou jovens são colocados em instituições. Foi esse o destino, em 2005, de 20 casos. Segundo o documento, foram ainda feitas três comunicações ao Ministério Público, com vista a futura adopção.
O presidente da CPCJ, Eliseu Raimundo, admite que estes organismos "não resolvem questões sociais, resolvem situações de perigo". "Intervimos para minorar os problemas e acompanhamos a criança no seio familiar. Quando as questões estão prestes a ser superadas, os casos são remetidos para outras entidades, como a Segurança Social", diz. O responsável considera que "os casos devem ser sinalizados o mais cedo possível", defendendo uma "maior cobertura ao nível de creches nos bairros mais fragilizados".

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