Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Realidades-38: Pais devem ser "vigiados" após adopção de crianças


A adopção em Portugal é um vínculo jurídico, ainda visto como atípico, ou, ao contrário, uma das experiências mais extraordinárias da vida humana - a de ser pai e de ser filho? É possível encontrar o equilíbrio perfeito entre as duas definições? Optimista, o psicanalista Eduardo Sá acredita que sim, mas, admite, há muito terreno por desbravar.
Ontem, em Leiria, durante uma conferência sobre os problemas da adopção no nosso país, defendeu o "acompanhamento dos pais, após a adopção", e apelou à necessidade de acelerar os processos. Porque as crianças "não podem estar tantos anos à espera de uma família e a acumular ressentimentos". Porque "há pais com uma disponibilidade comovente para aprenderem a ser adoptados pelos filhos".
O professor da Universidade de Coimbra critica as restrições da actual legislação, que permite à mulher solteira, mas não ao homem, adoptar uma criança "A mulher é vista como uma mãe, mas o homem é visto como um pedófilo". Mas também os casais, que depois de terem tentado tudo para engravidar, optam pela adopção, uma forma de "calar o desespero", de "esconder a raiva por terem escolhido um parceiro com defeito". Tal caminho, considera, "condiciona a relação, uma vez que o ressentimento acumula-se". A adopção, lembra Eduardo Sá, "não pode ser o pó-de-arroz de uma relação".
O psicanalista considera, por outro lado, "vergonhoso" que "sejam dadas todas as oportunidades aos progenitores - não aos pais - em vez de se darem essas oportunidades às crianças", defendendo que "os vínculos consanguíneos não são assim tão importantes". É que, garante, "os abandonos e os maus tratos nunca mais serão apagados da memória de uma criança. São nódoas difíceis que não desaparecerão".

Mais de 30 mil crianças à espera de uma família
Os números conhecidos sobre crianças à espera de serem adoptadas estão muito aquém da realidade conhecem-se 18 mil casos. Na opinião do psicanalista, serão mais de 30 mil "em banho-maria". Em 2004, foram adoptadas apenas 342 crianças. Um desequilíbrio abismal que Eduardo Sá diz não compreender. Igualmente "inacreditável" é o facto de em mais de 50% dos casos, as crianças permanecerem em famílias de acolhimento durante cinco anos. O professor discorda ainda das "famílias amigas".

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