Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Promover a leitura das escolas às prisões

Tornar cada pessoa capaz de ler num leitor efectivo. Eis o objectivo do Plano Nacional de Leitura ontem apresentado, que arrancará em Setembro, com uma incidência especial sobre os primeiros seis anos de escolaridade. Até ao quarto ano, haverá uma hora de leitura diária, através de uma actividade definida pelo professor, e nos dois seguintes, um tempo lectivo por semana, que pode incluir concursos, jogos e encontros com autores.
"O plano centrar-se-á mais na infância para enraizar hábitos porque estes são tanto mais duradouros quanto mais precocemente são incutidos", justificou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, na sessão realizada na biblioteca do Palácio da Ajuda, em Lisboa.
Um orçamento de dois milhões de euros é o que o Ministério da Educação disponibiliza para os livros que as escolas requisitem. "Precisávamos do triplo para cobrir mais alunos e mais escolas", reconheceu a ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, mas a meta será que haja um livro para cada dois estudantes.
A escolha das obras ficará a cargo dos docentes, a partir da lista anual de quase 600 livros - que inclui poesia, ensaio, texto dramático ou científico, entre outros géneros literários - elaborada por uma equipa de psicólogos e professores. Isabel Alçada - autora de livros juvenis e coordenadora do relatório - explicou que os livros sugeridos estão agrupados por nível de escolaridade, e por sua vez, divididos em três graus de dificuldade, de acordo com o perfil e os interesses do aluno.
No site - que deverá estar disponível a partir de hoje -, estarão também sugestões de actividade para as famílias promoverem o gosto pela leitura, em casa e em espaços exteriores - por exemplo, nas saídas de fim-de-semana -, e como se pode ser um mediador de leitura. Uma figura que pode ser assumida pelo avô, o irmão mais velho, um estudante do Ensino Secundário ou Superior, ou associações de outro âmbito.

Concursos e prémios
Fora da esfera escolar, Isabel Pires Lima sublinhou o objectivo de promover a leitura nas prisões, nos centros de dia, em museus, nos palácios e hospitais, com o contributo dos tais mediadores de leitura, como voluntários.
Em breve, será anunciada a campanha que envolverá tanto escritores como jornalistas, como realçou Santos Silva, e que prevê a promoção de concursos e de prémios nacionais de leitura por órgãos de Comunicação Social, mecenas e patrocionadores.
Quanto à tarefa dos 109 membros da Comissão de Honra - entre os quais Belmiro de Azevedo, Eduardo Lourenço, Eduardo Prado Coelho, Pinto Balsemão, Jorge Sampaio, Pacheco Pereira, José Saramago, Ricardo Espírito Santo, Teresa Gouveia, Luís Figo, D. José Policarpo, Miguel Veiga ou Maria João Seixas - "eles sabem que algo lhes vai ser pedido, mas não sabem o quê", referiu a ministra da Educação.
Noutra vertente, explicou a titular da Cultura, serão realizados, a partir de Julho, estudos para averiguar os hábitos de leitura dos portugueses e para avaliar o impacto dos programas.

Leituras solidárias no Fundão
Henrique Dias
Vereador da Câmara do Fundão
Em 2001, na qualidade de professor do ensino recorrente no Fundão, Henrique Dias teve uma ideia levar algum conforto e apaziguamento, sob a forma de livros, até aos doentes em fase terminal internados na unidade local de oncologia. Assente no voluntariado, o projecto consistia na leitura diária "não só de poemas de autores célebres mas também de quadras populares fornecidas pelos próprios doentes", recorda o promotor. Pelos contornos inéditos de que se revestia, "Sorrisos à leitura" - assim se intitulava o projecto - não tardou a congregar mais apoios, com o "Jornal do Fundão" e as escolas secundárias da região a solidarizarem-se de pronto.
O acréscimo de responsabilidades profissionais - como vereador do Ambiente e Educação da Câmara Municipal do Fundão - acabou por ditar o seu afastamento, mas, volvidos mais de dois anos, Henrique Dias continua sentimentalmente ligado a uma iniciativa que classifica como "muito intensa a todos os títulos", a que não foi alheio o facto de "quase todos os dias vermos morrer gente de todas as idades".

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