FENEI apela à demissão dos Conselhos Executivos
0 Comments Published by . on quarta-feira, junho 07, 2006 at 1:58 da manhã.A Federação Nacional do Ensino e Investigação (Fenei) apelou hoje a todos os professores dos conselhos executivos para colocarem os lugares à disposição, em sinal de protesto contra os "ataques de incompetência" da ministra da Educação.
"Não há memória histórica no país de sistemáticos ataques de incompetência, desautorização, manipulação, falta de arbítrio e imparcialidade como os manifestados pela titular da pasta do Ministério da Educação (ME)", refere a Fenei, em comunicado hoje divulgado.
Para a federação, a tutela tenta mobilizar a sociedade civil contra os professores, denegrindo a classe docente e "colocando-a em situação de confrontação total com pais e alunos".
Como exemplo, a Fenei aponta as recentes declarações da ministra num seminário realizado na Maia na semana passada, onde Maria de Lurdes Rodrigues responsabilizou os professores e as escolas pelos elevados índices de insucesso escolar e acusou os conselhos executivos de criarem turmas de bons e maus alunos.
"Retirou a pouca autoridade ainda conferida aos professores, que diariamente são alvo de ataques à sua integridade física e moral, fragilizando-os de tal modo que, a curto prazo, iremos assistir a uma transformação da escola numa anarquia generalizada", vaticinou a federação sindical.
Por isso, a Fenei "apela a todos os conselhos executivos do país que se sintam ofendidos profissionalmente pelos actos, palavras e proposições da equipa ministerial para que coloquem os seus lugares à disposição da tutela", à semelhança do que fez o órgão de gestão de uma escola básica de Coimbra, que se demitiu em bloco na semana passada.
No mesmo comunicado, a federação adianta ainda que Maria de Lurdes Rodrigues não tem já condições políticas para continuar a exercer o cargo, considerando que "só por apego ao poder despótico, [a ministra] se deve manter em funções".
Na semana passada, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) pediu a demissão da actual equipa ministerial e anunciou a realização de uma greve e manifestação nacional a 14 de Junho.
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