Ensino regular mesmo para as necessidades especiais
0 Comments Published by . on sábado, maio 06, 2006 at 2:31 da tarde.
Defensora da educação inclusiva das crianças com deficiência, a pedagoga Ana Maria Bénard da Costa diz que o principal é deixar de olhar para o aluno com necessidades educativas especiais como um problema - seja ou não portador de uma deficiência - e perceber que o problema pode ser o próprio sistema. Para eliminar as barreiras que dificultam a inclusão nas escolas regulares, afirma que seria preciso fomentar a cooperação entre professores e criar dois graus de intervenção. Tal como o centro de saúde atende casos menos graves e o hospital trata quadros clínicos mais complexos.
Para casos de delinquência, distúrbios comportamentais ou emocionais, com dificuldades de integração, hiperactividade, dislexia e problemas mais comuns, a solução poderia passar pela criação da equipa-baseada-na-escola. Para os ajudar haveria um docente - o que tenha mais qualidades pedagógicas ou que seja o mais popular junto dos alunos, que teria de ser dispensado das horas lectivas para acompanhar e dar apoio aos colegas que se confrontassem com situações mais problemáticas.
Este professor generalista, de apoio, seria colocado na escola de acordo com o ratio, para um número fixo de alunos com necessidades educativas especiais e destacado para ajudar os outros docentes a resolver o que designa por "pequenos problemas de grande incidência, e que podem ser pontuais", refere, lembrando que, quando era estudante, também precisou de explicações de Latim e de Matemática.
Para os casos mais complexos - de autismo, paralesia cerebral, síndrome de Down, esquizofrenia e outros problemas mais graves - deveria existir um apoio de segunda linha à escola, prestado por um professor especialista.
"Porque a escola regular é o melhor lugar para as crianças serem educadas", diz esta pedagoga, aludindo a um estudo feito nos EUA sobre o futuro das crianças com deficiência mental que sempre frequentaram o ensino especial,e que mostrou que "não tinham emprego, nem se auto-sustentavam ".
Falta de condições
"Este modelo é díficil de implantar porque põe em causa os professores e o sistema e porque implica condições que, em Portugal, não abundam", realça, explicando que é este o tema da intervenção que fará hoje, a abrir o segundo dia da conferência nacional da educação especial.
"É mais fácil um professor aceitar um aluno com deficiência e o apoio de um colega do que mudar a maneira de ensinar, questionar os métodos e tentar novas estratégias", assinala. Advoga, por isso, que o professor deixe o manual, crie materiais e promova a cooperação entre alunos, para que se entreajudem.
"A matéria tem de ser ensinada de maneira flexível, porque o que para uns é muito simples, para outros é algo muito díficil de realizar", explica. E cita o caso da Noruega, onde existem livros de cada disciplina, do mesmo ano de escolaridade,com três graus diferentes de aprendizagem.
"A questão é saber responder às diferenças", diz, afirmando não ser a escassez de meios informáticos nas escolas nacionais que dificulta a inclusão, porque em África há casos exemplares."O fundamental existe professores, alunos, pais e as comunidades", insiste.
Quanto à formação, admite que "nunca ninguém está totalmente capacitado" e que seria importante que esta valência fosse dada na formação inicial,"mas há as formações complementares e, sobretudo, o trabalho dos professores uns com os outros". "O grande segredo é os professores passarem de uma cultura de isolamento para uma cultura colaborativa na escola e entre escolas", realça.
Para casos de delinquência, distúrbios comportamentais ou emocionais, com dificuldades de integração, hiperactividade, dislexia e problemas mais comuns, a solução poderia passar pela criação da equipa-baseada-na-escola. Para os ajudar haveria um docente - o que tenha mais qualidades pedagógicas ou que seja o mais popular junto dos alunos, que teria de ser dispensado das horas lectivas para acompanhar e dar apoio aos colegas que se confrontassem com situações mais problemáticas.
Este professor generalista, de apoio, seria colocado na escola de acordo com o ratio, para um número fixo de alunos com necessidades educativas especiais e destacado para ajudar os outros docentes a resolver o que designa por "pequenos problemas de grande incidência, e que podem ser pontuais", refere, lembrando que, quando era estudante, também precisou de explicações de Latim e de Matemática.
Para os casos mais complexos - de autismo, paralesia cerebral, síndrome de Down, esquizofrenia e outros problemas mais graves - deveria existir um apoio de segunda linha à escola, prestado por um professor especialista.
"Porque a escola regular é o melhor lugar para as crianças serem educadas", diz esta pedagoga, aludindo a um estudo feito nos EUA sobre o futuro das crianças com deficiência mental que sempre frequentaram o ensino especial,e que mostrou que "não tinham emprego, nem se auto-sustentavam ".
Falta de condições
"Este modelo é díficil de implantar porque põe em causa os professores e o sistema e porque implica condições que, em Portugal, não abundam", realça, explicando que é este o tema da intervenção que fará hoje, a abrir o segundo dia da conferência nacional da educação especial.
"É mais fácil um professor aceitar um aluno com deficiência e o apoio de um colega do que mudar a maneira de ensinar, questionar os métodos e tentar novas estratégias", assinala. Advoga, por isso, que o professor deixe o manual, crie materiais e promova a cooperação entre alunos, para que se entreajudem.
"A matéria tem de ser ensinada de maneira flexível, porque o que para uns é muito simples, para outros é algo muito díficil de realizar", explica. E cita o caso da Noruega, onde existem livros de cada disciplina, do mesmo ano de escolaridade,com três graus diferentes de aprendizagem.
"A questão é saber responder às diferenças", diz, afirmando não ser a escassez de meios informáticos nas escolas nacionais que dificulta a inclusão, porque em África há casos exemplares."O fundamental existe professores, alunos, pais e as comunidades", insiste.
Quanto à formação, admite que "nunca ninguém está totalmente capacitado" e que seria importante que esta valência fosse dada na formação inicial,"mas há as formações complementares e, sobretudo, o trabalho dos professores uns com os outros". "O grande segredo é os professores passarem de uma cultura de isolamento para uma cultura colaborativa na escola e entre escolas", realça.
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