Professoras Desesperadas

A mais antiga Escola Superior de Educação (ESE) do país, fundadora em 1983, do ensino politécnico em território nacional, funciona num edifício centenário, no centro da cidade, "sem condições de funcionalidade que lhe permitam encarar os desafios da modernidade". A denúncia é de João Pedro de Barros, presidente do Instituto Superior Politécnico de Viseu (ISPV), que aponta o dedo ao Ministério da Educação, que continua sem dar andamento ao processo de construção de um novo imóvel para instalar a ESE em terrenos da Quinta Agrária.
"Temos terreno, projecto, cerca de 1200 alunos e 10 milhões de euros de saldo, acumulado, dos quais não podemos retirar os cerca de cinco milhões necessários à construção do edifício", critica o dirigente.
De "mãos atadas" para utilizar dinheiros retidos no âmbito da Regra de Equilíbrio Orçamental (REO), o IPV tem apostado na requalificação do edifício actual. Há alguns anos, investiu 1,5 milhões de euros. Em Junho próximo, irá gastar mais 750 mil euros para renovar o telhado e impedir que a água da chuva continue a alagar os espaços da biblioteca ou da associação de estudantes.
A queixa do presidente do ISPV foi corroborada, ontem, por Teresa Oliveira, vice-presidente da ESE, durante a apresentação do programa comemorativo do 23.º aniversário da instituição que vai assinalar-se entre 15 e 19 deste mês.
"O actual edifício impõe limitações, múltiplas, que vamos tentando ultrapassar enquanto não se avança para a construção de novas instalações com carácter de urgência. Apesar das condições deficitárias, há alunos, caso dos invisuais, que consideram a ESE como "a melhor escola do mundo", acrescentou Teresa Oliveira.
As comemorações do 23.º aniversário constituem, segundo a organização, uma forma de prosseguir "a construção de uma escola diferente e humanizada", garantiu Alberto Cartagena, coordenador do evento e presidente do conselho pedagógico da ESE.