Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Caos em serviço central da Educação

A Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular funciona na Av. 24 de Julho. É um dos mais importantes serviços centrais do Ministério da Educação (ME), emprega 300 funcionários públicos e “está um caos.” Pelo menos é o que denunciam técnicos da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), que referem problemas de gestão de trabalho e que se mostram “desiludidos com a “actual situação de indefinição nos serviços.”
A tutela garante que desconhece a existência de problemas e a directora-geral alega que se tratam de questões “de gestão interna.”
Responsável, entre outras competências, por conceber, desenvolver, coordenar e avaliar as componentes pedagógica e didáctica, entre as quais os programas das disciplinas e planos curriculares e organização pedagógica das escolas, a DGIDC perdeu em Maio de 2005 quatro subdirectores e apenas viu ser nomeada uma. “Estamos em autogestão, não há chefias intermédias, cada vez entram mais tarefeiros a recibos verdes, estão sempre a transferir as pessoas”, conta uma técnica.
Há entre as antigas chefias quem tenha admitido ao CM que abandonou o cargo por vontade própria. “Não gosto de chefiar, aceitei a nomeação pelo período que me pediram e depois demiti-me”, explica uma ex-directora.

“DECISÕES POLÍTICAS”
A directora-geral da DGIDC, Cristina Paulo, considera “estranho denúncias relacionadas com questões de gestão interna” recusando-se a responder “a qualquer questão a esse respeito”. Quanto à não substituição dos subdirectores exonerados em 2005, Cristina Paulo referiu que são situações “que dependem de decisões políticas.”
Outra das queixas prende-se com a contratação de empresas externas para trabalhos e estudos, nomeadamente na área da Sociologia. Um ex-subdirector-geral referiu que “há técnicos especializados em Sociologia, Matemática, Português, que podem realizar os trabalhos”, considerando que se a DGIDC tem recorrido a empresas externas “revela alguma ignorância do tipo de técnicos de que dispõe.”
O CM questionou o ME sobre as denúncias feitas pelos técnicos e as questões referidas nas caixas que acompanham este texto. O gabinete respondeu que “a reorganização dos serviços está a ser trabalhada no quadro da reforma geral da Administração Pública” e que a racionalização nos serviços “deve ser encarada sem qualquer dramatismo”. A haver problemas significa que “alguns continuam a demonstrar uma incompreensão lamentável da necessidade fundamental de um serviço que assegure de forma eficaz a gestão integrada no currículo”.
O CM quis também saber qual o custo dos estudos realizados recentemente por entidades externas à DGIDC. O ME não esclareceu.

COMPETENTES E ESQUECIDOS NO GABINETE
Alguns técnicos da DGIDC estão revoltados com a requisição de serviços externos para a realização de trabalho de análise sociológica e estatística. Nos últimos meses têm sido adjudicados trabalhos a centros e institutos, nomeadamente na área da Sociologia.
O estudo de caracterização da situação dos alunos de Português Língua Não Materna, por exemplo, foi feito pelo Instituto de Estudos Sociais e Económicos. “Os funcionários da DGIDC é que trabalham no terreno, na recolha de dados, mas depois são outros que fazem a análise, quando há aqui pessoas com capacidade técnica e científica para o fazer. Poupava-se dinheiro”, realça uma técnica. Para o estudo de avaliação do projecto MUS-E (relativo à expressão artística), que deverá estar concluído até Maio, foram endereçados convites a cinco entidades.
A directora-geral considera que a adjudicação a entidades externas apenas foi feita “em casos em que claramente não existiam competências internas para a realização dos trabalhos em causa”. Cristina Paulo não se quis alongar nas respostas, considerando que se tratam de “questões de gestão interna”.

CD E LIVROS RETIDOS NO ARMAZÉM
Centenas de livros de Literatura Portuguesa, destinados ao ensino do Português no estrangeiro, estão esquecidos nos depósitos da 24 de Julho. Segundo fonte da DGIDC “não são enviados pois são do tempo do Departamento de Ensino Básico (DEB), e como têm o logotipo do DEB, não podem ser distribuídos”.
A directora-geral da DGIDC garante que o organismo “tem cumprido a missão, não há solicitações de escolas que não tenham sido atendidas”. De acordo com a responsável, “tem sido realizado um esforço enorme na distribuição de livros guardados em armazéns”.
Há ainda o caso de cerca de quatro mil CD-ROM para o 1.º Ciclo, que só agora começaram a ser divulgados pela DGIDC. O material multimédia, esquecido durante meses, inclui CD que ainda não chegaram às escolas porque a DGIDC resolveu alterar um pormenor nas capas: ‘Bibou et ses amis’ e ‘English is fun’ são alguns dos exemplares.

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