Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Governo recua no fecho da D. João de Castro


A Escola Secundária D. João de Castro, no Alto de Santo Amaro, condenada ao encerramento no decurso do ano passado - e cuja sentença de morte tanta tinta fiz correr nos jornais - vai reabrir portas no próximo ano lectivo, após obras de requalificação, vocacionada para o ensino secundário e profissional, confirmou o JN junto de fonte do Ministério da Educação.
Segundo o decreto-lei anteontem publicado em Diário da República, o planeamento, gestão e execução da intervenção ficará a cargo da Parque Escolar EPE, uma entidade pública empresarial que irá ter também a seu cargo a modernização de outros estabelecimentos, entre os quais os liceus Pedro Nunes, Machado de Castro e Passos Manuel.
O recuo da tutela em fechar a D. João de Castro - decisão fundamentada na altura com baixo número de turmas a funcionar - apanhou de surpresa, pela positiva, todos quantos se envolveram na luta pela manutenção das instalações. Em causa está uma escola com mais de meio século, dotada de uma vista soberba para o Tejo, amplos pátios arborizados, polvilhados de pássaros, esquilos, papagaios e pavões.
Corpo docente, alunos e pais nunca aceitaram os argumentos invocados pelo Ministério, suspeitando sempre que, na origem da decisão, estariam interesses imobiliários. Políticos, autarcas e partidos da Oposição na Assembleia da República juntaram-se, durante meses, à contestação. Granjearam até o apoio de alguns antigos alunos ilustres, entre os quais Manuela Ferreira Leite, Durão Barroso, Rosado Fernandes, Odete Santos e João Cravinho.
Certo é que, após inúmeras manifestações dentro e fora de portas, uma providência cautelar interposta por pais de alunos e pelas juntas de freguesia de Alcântara e Ajuda, e ainda uma petição com mais de sete mil assinaturas, discutida no Parlamento, aconteceu o inesperado volte-face, que vem colocar um ponto final ao que a comunidade escolar já apelidava de "assassinato cultural".

"Vale a pena lutar"
Para trás ficou também a perspectiva de fusão da D. João de Castro com a Fonseca Benevides (numa primeira fase) e depois com a Rainha D. Amélia, escolas que também andavam inquietas com a mudança, ou por falta de espaço, ou devido à falta de afinidade com os projectos educativos e curriculares da D. João.
Carlos Fogaça, o primeiro subscritor da referida petição, é uma das vozes surpresas e felizes com o desfecho. Em declarações à agência Lusa, lamentou, no entanto, que o Governo não tenha dado essa indicação quando o documento foi discutido no Parlamento, em Janeiro.
Contactado pelo JN, José Godinho, presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, mostrou-se radiante com a notícia. "Significa que vale a pena lutar. Se não tivesse havido luta, estariam agora ali a construir um condomínio", sublinhou, em tom irónico.
Miguel Pinto, professor de matemática da D. João e ex-presidente do Conselho Executivo, referiu que o Ministério pretende agora fazer o que recusou no passado. O docente conta que, há alguns anos, apresentou a proposta à tutela, de criar ensino profissional através de um protocolo com a Casa Pia, mas sem êxito.

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