Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Cursos com poucos alunos podem não chegar a abrir

Concorreram ao Ensino Superior e entraram nos cursos escolhidos. Mas muitos alunos poderão não vir a frequentar a licenciatura onde foram colocados. É que os reitores admitem que muitos cursos do ensino superior, apesar da colocação de alunos, não irão funcionar este ano. Nos casos em que não for atingido o patamar definido pelo ministério para o financiamento público - ou seja, 20 alunos -, os estudantes poderão ser encaminhados para outros cursos ou outras instituições.
Esta solução - que aguarda para já a segunda fase das colocações - foi ontem debatida pelos responsáveis das universidades. Lopes da Silva, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portugueses (CRUP), adianta que esta situação já se verificou em anos anteriores, mas que este ano será mais expressiva.
É que mais de 350 cursos não tiveram, nesta primeira fase, 20 vagas preenchidas. Em 215 licenciaturas, o número de alunos não chegou sequer à dezena. Do total de cursos, houve mesmo dez que não captaram o interesse de nenhum candidato ao ensino superior. O despacho do Ministério do Ensino Superior (MCTES) exclui assim do financiamento público - pondo de parte as excepções dos cursos de Artes, de relevância social ou capacidade científica excepcional - a maior parte destas ofertas do ensino superior.
Lopes da Silva considera que, em alguns casos, não haverá grandes problemas em manter as licenciaturas, mesmo sem os 20 alunos. "Há cursos que para funcionaram não exigem um acréscimo muito grande de financiamento, porque têm disciplinas comuns com outras licenciaturas financiadas", explica, considerando que a única dificuldades está nas cadeiras de especialidade.
Algumas universidades , como Algarve e Évora, foram particularmente afectadas por esta situação. Os institutos politécnicos - apesar do aumento face a 2005/06 - estão também entre as instituições que mais sentem a falta de alunos. É o caso, por exemplo, dos politécnicos de Beja e Bragança, com um número significativo de cursos que não viram, nesta primeira fase de colocações, 20 vagas serem preenchidas.
Mas Luciano Almeida, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), considera que os números das colocações não vão pôr em causa o financiamento previsto. "Diria que, apesar de tudo, não serão valores significativos", afirmou, salientando mesmo o facto de "os politécnicos terem atraído mais 6% de candidatos ao Ensino Superior que no ano passado", enquanto que as universidades enfrentaram uma redução de 0,5%. Uma situação que explica com "a preocupação pela empregabilidade das formações" e com o facto de os politécnicos estarem associados a "melhor inserção no mercado de trabalho". Assim, afirma Luciano Almeida, "não se antevê grande efeito no orçamento, até porque as previsões já apontavam para um número reduzido".

Orçamento para 2007
Mas isso não quer dizer que não haja apreensão face ao ano de 2007, em que as instituições vão ter "bastante menos dinheiro", fruto da "diminuição do orçamento do ensino superior". Apesar das dificuldades que antevêem, a proposta do MCTES para o orçamento de 2007 mereceu a concordância de princípios do CCISP. Já o CRUP, que recebeu também uma proposta de trabalho, vê com "preocupação algumas reduções muito grandes" que irá discutir com o ministério. "O País precisa de contenção orçamental, mas é preciso encontrar soluções para que os objectivos sejam realizados".

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