Professoras Desesperadas

O Ministério da Educação não conseguiu cumprir a promessa de divulgar, antes do arranque do ano lectivo, a lista definitiva de escolas do 1.º ciclo que fecham portas. Numa altura em que as aulas decorrem em todo o País, um inquérito da Associação Nacional de Municípios (ANMP) revela que há pelo menos cinco autarquias que continuam a sentir dificuldades nesta matéria.
O ministério tinha anunciado para "os dias 15 ou 16" o balanço dos estabelecimentos que vão encerrar, de uma lista de 1460 sinalizados por falta de alunos ou maus resultados escolares. Porém, o dossiê continua por encerrar. Não só pela resistência de algumas populações à transferência das suas crianças para outras localidades, como pelas dificuldades que algumas autarquias sentem para resolver aspectos como obras em escolas de acolhimento, transportes e alimentação.
Contactado pelo DN, António José Ganhão, responsável para a Educação da ANMP, explicou que, entre 167 autarquias que já responderam a um inquérito da associação sobre este tema, "apenas cinco" admitiram a existência de algum problema técnico no processo. Porém, este responsável - que é presidente da Câmara de Benavente-, criticou alguns municípios pela aparente falta de coordenação com as populações, que tem levado às manifestações de descontentamento: "Isto leva a crer que alguns pais não terão sido ouvidos na tomada de decisões. E isso é um direito que lhes assiste", considerou. "A câmara devia respeitar a opinião da sua população".
Em entrevista ao DN, publicada no passado dia 13, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, garantiu que todos os pais sabem "em que escola o filho está inscrito e se vai ou não funcionar" este ano lectivo, atribuindo a turbulência nesta matéria a manifestações de natural "angústia e incerteza" sobre a transferência das crianças para uma nova escola. Porém, admitiu desconhecer se existem atrasos nas obras que algumas autarquias iniciaram nas escolas de acolhimento.