Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


PS cerra fileiras à volta da ministra da Educação

Mais depressa cai o secretário de Estado Valter Lemos do que a ministra da Educação", diz ao DN uma fonte socialista, tida como muito próxima do primeiro-ministro José Sócrates. "Apesar de o secretário de Estado ser amigo pessoal do primeiro-ministro e de Castelo Branco", conclui esta fonte.
Mesmo depois de o ofício do provedor de Justiça ter considerado ilegal o despacho de repetição dos exames de Física e Química emitido pelo Ministério da Educação - e assinado por Valter Lemos -, a tese geral em vários sectores socialistas, incluindo o grupo parlamentar, é a de que a crise não foi bem gerida, mas a polémica vai assentar e a ministra está segura no Executivo.
Ao DN, Osvaldo Castro, presidente da comissão de Assuntos Constitucionais, diz que "o problema podia ter sido mais bem explicado, admito até que pudesse haver outra solução". E afirma: "Será provavelmente um problema de equipa ou de ministério, porque da ministra tenho a melhor opinião."
Pedro Nuno Santos, deputado e líder da Juventude Socialista, também classifica o episódio dos exames "como uma situação que não foi a mais agradável para ninguém. Nem para os alunos nem para o Governo ou o PS". Mesmo assim, o líder dos jovens socialistas considera que a JS faz "uma avaliação muito positiva da actuação da ministra até aqui".
João Cravinho, antigo ministro dos governos de António Guterres, reconhece não ter "a ideia de que estejam a ser feitas reformas na Educação daquelas que mudam o mundo. Mas é um ministério que tem cumprido o que se lhe pediu". Este deputado lembra até o que disse a uma rádio que lhe pediu para eleger o "homem do ano" de 2005: "Disse--lhes [à Rádio Renascença] que não era um homem, que era a Maria de Lurdes Rodrigues. Ainda penso o mesmo."
A mesma opinião tem José Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, que considera a ministra da Educação como "bastante boa no seu lugar. Tem uma imagem muito positiva" - isto apesar de Maria de Lurdes Rodrigues ocupar agora o último posto no barómetro DN/TSF/Marktest, tendo caído 20 pontos em 30 dias desde que estalou a crise dos exames do ensino secundário, com um saldo de 23 pontos negativos, em contraste com a posição de Mariano Gago (ver gráfico acima). Vítor Ramalho, deputado da chamada "ala soarista" do PS, comenta assim a impopularidade da ministra: "Isso não quer dizer nada."
Segundo fontes socialistas, Maria de Lurdes Rodrigues "não foi uma escolha pessoal" de José Sócrates, mas de Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O que não invalida que tenha sido "escolhida a dedo". Estas fontes avançam que o perfil pretendido pelo primeiro-ministro era o de alguém que "fizesse uma legislatura" e não interessava a Sócrates a falta ou não de currículo político. Um perfil que, afirma agora o deputado Osvaldo Castro, "é certamente do conhecimento do Presidente da República e do seu assessor na matéria [David Justino]. Sabem do bom-nome de que goza no meio universitário, do ponto de vista técnico e não propriamente político."

Conselheiro do PR elogia
David Justino, ex-minis- tro social-democrata da Educação e actual conselheiro de Cavaco Silva, elogiou a actuação da ministra no caso dos exames num artigo recentemente publicado numa revista: "No plano político, fez-se o que se deveria fazer: tratar como excepção o que parece ter sido excepcional e tentar atenuar os prejuízos que essa excepção provocou."

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