REALIDADES-33: Manual de instruções para a parentalidade
0 Comments Published by . on segunda-feira, junho 19, 2006 at 12:42 da manhã.
Muitos pais lastimam que os seus bebés não venham equipados com manual de instruções. Este livro pretende ser esse manual que eles não trazem?
Não é bem um manual de instruções... A ideia deste livro é tirar um bocado aqueles momentos de angústia que perturbam. Que não deixam os pais assistir ao filme da parentalidade em paz e sossego, porque incomodam. E esse filme é tão bom, tão extraordinário, tão único que não deve ter ruído. Foi isso que tentei fazer.
O livro é muito prático e parece não descurar qualquer tipo de detalhe, da higiene à alimentação, do sono ao desenvolvimento psico-motor. Tal como um manual de instruções...
Essa foi uma das grandes preocupações: que tipo de livro seria este? Porque eu sempre tive horror à ideia de escrever para os pais utilizando o jargão médico. Acho desadequado e desinteressante. Por isso, o livro tem uma linguagem coloquial e é muito do dia-a-dia. É um livro que reflecte o quotidiano dos pais e dos bebés. E a minha intenção foi, sobretudo, que os pais percebessem que bicho é este que lhes chegou a casa. Que bicho é?
Como funciona?
Como funciona? Como reage? O que quer dizer uma birra de repente? Porque às vezes estamos tão ocupados e preocupados com o facto que esquecemos a essência. Vamos apagando os fogos sem perceber porque é que eles reacendem.
E os pais, que bichos são? Costuma dizer, e di-lo logo na Introdução do livro, que nunca houve tão bons pais como hoje. É assim?
É sempre difícil estar a comparar gerações, a dizer que uma é melhor do que a outra. Mas creio que nós hoje somos muito bons pais. Damos imenso tempo aos filhos, damos proximidade (às vezes até demais, que eles invadem-nos o espaço íntimo e tomam conta da nossa vida), desejamos e esforçamo-nos para que tenham tudo o que precisam. Sim, acho que somos bons pais.
E o que é um bom pai, uma boa mãe?
É alguém que sente os filhos como algo de importantíssimo na sua vida. Atenção, eu não disse único. É bom que uma criança perceba que ela e os pais são unidades autónomas. Mas um bom pai ou uma boa mãe são pessoas que estão atentas às necessidades das crianças, que as educam, com rigor, com firmeza, sem medo das suas convicções, dos seus valores.
A importância de dizer "não" na altura certa.
Exactamente. E isso às vezes não acontece. Os pais estão tão pressionados para serem bons pais que depois têm medo de seguir os seus instintos. Para mim, ser bom pai ou boa mãe passa muito por ser coerente. Se eu achar que os Morangos com Açúcar não é um programa adequado a uma miúda de nove anos, tenho de agir em conformidade. Mesmo que ela faça uma guerra. Mesmo que diga que os amigos vêem. Se eu lhe explicar os meus motivos - que têm de fazer sentido - o assunto fica arrumado. E não há mais discussão.
Ser pediatra é muito mais do que ser médico, não é?
Penso que sim. E mesmo um médico devia ser mais do que ser só médico. É preciso dar mais importância às pessoas do que às doenças. Um pediatra tem, além do mais, de saber entender a linguagem própria das crianças. Que é a linguagem dos sentimentos. E, se houver tempo para a contemplação, os pais são as pessoas melhor colocadas para o entender.
Mas esse não é justamente o problema dos pais de hoje? Falta de tempo para contemplar?
Talvez. Mas talvez, antes disso, haja um mau uso do tempo. O que é preciso é abraçar um filho quando ele precisa. Largar tudo e abraçá-lo quando se chega a casa. Largar os sacos com os congelados no meio do chão e mostrar ao filho o quanto se sentiu a falta dele. Fazê-lo sentir-se amado. Isso já é mais de meio caminho andado.
Este livro é sobre o primeiro ano de vida. Já tem outro na calha, que seja o seguimento?
Para o ano tenciono fazer sair o livro que vai do primeiro ano aos cinco. E no ano seguinte, o que vai dos seis aos nove. E, por último, dos dez aos 14 anos.
Como tem tempo para ser pediatra reputado, professor universitário, pai de cinco filhos e ainda escrever uma obra destas?
Gosto de fazer muitas coisas e faço uma boa gestão do tempo. E acho que conta muito o facto de ser uma pessoa genuinamente feliz e realizada. Acho que ajuda muito.
uando começar a dar banho a um recém-nascido? Qual a melhor posição para colocar um bebé a mamar?O que são as fontanelas? Será que o bebé ouve bem? Deve usar chupeta? Devemos vestir os gémeos de igual? E se eles se queimarem? E se engolirem um brinquedo?
O pediatra Mário Cordeiro lança amanhã O Grande Livro do Bebé - O Primeiro Ano de Vida. Um livro que procura dar respostas às angústias que todos os pais têm, mesmo os mais descontraídos, ao longo da grande aventura que é a parentalidade.
Não é bem um manual de instruções... A ideia deste livro é tirar um bocado aqueles momentos de angústia que perturbam. Que não deixam os pais assistir ao filme da parentalidade em paz e sossego, porque incomodam. E esse filme é tão bom, tão extraordinário, tão único que não deve ter ruído. Foi isso que tentei fazer.
O livro é muito prático e parece não descurar qualquer tipo de detalhe, da higiene à alimentação, do sono ao desenvolvimento psico-motor. Tal como um manual de instruções...
Essa foi uma das grandes preocupações: que tipo de livro seria este? Porque eu sempre tive horror à ideia de escrever para os pais utilizando o jargão médico. Acho desadequado e desinteressante. Por isso, o livro tem uma linguagem coloquial e é muito do dia-a-dia. É um livro que reflecte o quotidiano dos pais e dos bebés. E a minha intenção foi, sobretudo, que os pais percebessem que bicho é este que lhes chegou a casa. Que bicho é?
Como funciona?
Como funciona? Como reage? O que quer dizer uma birra de repente? Porque às vezes estamos tão ocupados e preocupados com o facto que esquecemos a essência. Vamos apagando os fogos sem perceber porque é que eles reacendem.
E os pais, que bichos são? Costuma dizer, e di-lo logo na Introdução do livro, que nunca houve tão bons pais como hoje. É assim?
É sempre difícil estar a comparar gerações, a dizer que uma é melhor do que a outra. Mas creio que nós hoje somos muito bons pais. Damos imenso tempo aos filhos, damos proximidade (às vezes até demais, que eles invadem-nos o espaço íntimo e tomam conta da nossa vida), desejamos e esforçamo-nos para que tenham tudo o que precisam. Sim, acho que somos bons pais.
E o que é um bom pai, uma boa mãe?
É alguém que sente os filhos como algo de importantíssimo na sua vida. Atenção, eu não disse único. É bom que uma criança perceba que ela e os pais são unidades autónomas. Mas um bom pai ou uma boa mãe são pessoas que estão atentas às necessidades das crianças, que as educam, com rigor, com firmeza, sem medo das suas convicções, dos seus valores.
A importância de dizer "não" na altura certa.
Exactamente. E isso às vezes não acontece. Os pais estão tão pressionados para serem bons pais que depois têm medo de seguir os seus instintos. Para mim, ser bom pai ou boa mãe passa muito por ser coerente. Se eu achar que os Morangos com Açúcar não é um programa adequado a uma miúda de nove anos, tenho de agir em conformidade. Mesmo que ela faça uma guerra. Mesmo que diga que os amigos vêem. Se eu lhe explicar os meus motivos - que têm de fazer sentido - o assunto fica arrumado. E não há mais discussão.
Ser pediatra é muito mais do que ser médico, não é?
Penso que sim. E mesmo um médico devia ser mais do que ser só médico. É preciso dar mais importância às pessoas do que às doenças. Um pediatra tem, além do mais, de saber entender a linguagem própria das crianças. Que é a linguagem dos sentimentos. E, se houver tempo para a contemplação, os pais são as pessoas melhor colocadas para o entender.
Mas esse não é justamente o problema dos pais de hoje? Falta de tempo para contemplar?
Talvez. Mas talvez, antes disso, haja um mau uso do tempo. O que é preciso é abraçar um filho quando ele precisa. Largar tudo e abraçá-lo quando se chega a casa. Largar os sacos com os congelados no meio do chão e mostrar ao filho o quanto se sentiu a falta dele. Fazê-lo sentir-se amado. Isso já é mais de meio caminho andado.
Este livro é sobre o primeiro ano de vida. Já tem outro na calha, que seja o seguimento?
Para o ano tenciono fazer sair o livro que vai do primeiro ano aos cinco. E no ano seguinte, o que vai dos seis aos nove. E, por último, dos dez aos 14 anos.
Como tem tempo para ser pediatra reputado, professor universitário, pai de cinco filhos e ainda escrever uma obra destas?
Gosto de fazer muitas coisas e faço uma boa gestão do tempo. E acho que conta muito o facto de ser uma pessoa genuinamente feliz e realizada. Acho que ajuda muito.
uando começar a dar banho a um recém-nascido? Qual a melhor posição para colocar um bebé a mamar?O que são as fontanelas? Será que o bebé ouve bem? Deve usar chupeta? Devemos vestir os gémeos de igual? E se eles se queimarem? E se engolirem um brinquedo?
O pediatra Mário Cordeiro lança amanhã O Grande Livro do Bebé - O Primeiro Ano de Vida. Um livro que procura dar respostas às angústias que todos os pais têm, mesmo os mais descontraídos, ao longo da grande aventura que é a parentalidade.
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