Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Pais fazem arraial para arranjar recreio da escola

Cansada de esperar por um parque infantil que nunca mais passa de promessa, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Escola do 1º ciclo nº 33 e Jardim de Infância nº2, ao Campo Grande, em Lisboa, decidiu pôr mãos à obra e tentar angariar fundos para que este projecto se torne realidade. A primeira iniciativa está agendada para sábado, a partir das 17 horas, no campo de jogos da escola, onde haverá um sarau de ginástica do Clube Atlético de Alvalade e um arraial popular com direito a sardinhas assadas, febras e caldo verde.
Ana Cristina Lourenço, vice-presidente da associação de pais, explicou que esta ideia é uma tentativa de ultrapassar o facto de a Câmara Municipal de Lisboa (CML) dizer que "não há verba" para avançar com a obra. A construção do parque está prometida desde 2003 e foi alvo de um protocolo assinado entre a autarquia e a empresa Mota e Engil SA, no âmbito do projecto "Mãos à obra", que previa a realização de trabalhos em escolas através de mecenato. Esta promessa está, aliás, bem patente numa tela, com o logotipo da empresa, pendurada numa das paredes exteriores da escola, com o lema "O nosso recreio vai ser o mais bonito".
"Se não há verba, então nós vamos tentar fazer alguma coisa, junto das empresas e dos comerciantes locais para tentar angariar fundos", diz Ana Cristina, compreendendo as dificuldades da autarquia. Quando souberam desta intenção, os pequenos comerciantes da zona disponibilizaram-se para ajudar, oferecendo descontos e produtos que serão utilizados para as rifas. As sardinhas serão oferecidas pela Makro.
"Só esta ajuda vai permitir que a festa seja feita a custo zero, de modo a que todo o dinheiro que consigamos, reverta para o parque", disse a responsável, explicando que serão cobrados dois euros à entrada e garantindo que os preços serão razoáveis.
Mãe de duas crianças de 5 e 7 anos que frequentam o jardim de infância e a escola, Ana Cristina não tem razões de queixa do estabelecimento ou dos professores. "A escola é óptima", diz.
Contudo, a falta de um recinto onde as 220 crianças que frequentam o estabelecimento possam brincar é uma lacuna que gostava de ajudar a colmatar.

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