Milhares de professores pediram na rua demissão da ministra da Educação
0 Comments Published by . on quarta-feira, junho 14, 2006 at 9:59 da tarde.
Mais de sete mil professores de todo o país juntaram-se hoje frente ao Ministério da Educação para pedir a demissão da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, a quem acusam de desrespeitar a classe perante a opinião pública.
No alto do Parque Eduardo VII, a manifestação começou tímida com a presença incessante da chuva a ameaçar o sucesso do protesto, mas o mau tempo não demoveu milhares de professores, muitos dos quais vestidos de negro, de se juntarem ao desfile.
Lenta e silenciosa, a marcha dos docentes foi engrossando pelas ruas de Lisboa, formando uma fila compacta de mais de um quilómetro, que se prolongava até à Avenida Fontes Pereira de Melo quando os primeiros manifestantes chegaram à sede do ministério, na 5 de Outubro.
"Está na hora, está na hora da ministra ir embora", gritaram os professores frente ao Ministério da Educação, empunhando cartazes onde pediam "vergonha" à actual equipa ministerial e exigiam respeito pela profissão.
Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que convocou o protesto, mais de nove mil docentes participaram na manifestação contra a proposta de alteração ao estatuto da carreira docente (ECD), apresentada pela tutela no final de Maio. A PSP contrapôs com uma participação de cerca de sete mil pessoas, um número ainda assim superior ao registado na última manifestação de professores, que teve lugar em Novembro.
João Paulo Silva, professor em Santa Maria da Feira, veio hoje a Lisboa vestido de luto para protestar contra as novas regras que a tutela quer introduzir no ECD e para "mostrar à ministra" que não admite que os docentes sejam acusados de não se preocupar com o insucesso escolar.
"As declarações sucessivas da ministra e do primeiro-ministro têm sido no sentido de dizer que os professores são uns incompetentes. Sinto-me pessoalmente ofendido com essa frase", afirmou, resumindo um sentimento generalizado entre os participantes.
A participação dos pais na avaliação de desempenho dos professores, de que dependerá a sua progressão na carreira, é outro dos aspectos polémicos para João Paulo Silva, que assegura não conhecer a grande maioria dos encarregados de educação da turma que dirige, mesmo depois das reuniões convocadas ao longo do ano lectivo. "Convoco reuniões e não vão. Telefono e continuam a não ir à escola. Como podem avaliar-me?", questiona.
Números de adesão à greve contraditórios
A proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente e as recentes declarações da ministra da Educação levaram a Fenprof a decretar para hoje uma greve nacional. Segundo os sindicatos, 70 a 80 por cento dos docentes aderiram à paralisação, números que o Ministério da Educação considera um “logro”. “A paralisação regista uma média ponderada de adesão inferior a 30 por cento”, adiantou uma fonte da tutela, não identificada pela Lusa.
Esta tarde, ainda antes da manifestação, Maria de Lurdes Rodrigues acusou a Fenprof de ter convocado uma greve prejudicial para os alunos, que se preparam para os exames nacionais. “Há sindicatos capturados por partidos e que têm uma agenda que não é a educação”, afirmou, esclarecendo que estava a referir-se àquela federação de educação. Também o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou a manifestação “prematura” e estranhou o facto dela ter sido marcada entre dois feriados.
No alto do Parque Eduardo VII, a manifestação começou tímida com a presença incessante da chuva a ameaçar o sucesso do protesto, mas o mau tempo não demoveu milhares de professores, muitos dos quais vestidos de negro, de se juntarem ao desfile.
Lenta e silenciosa, a marcha dos docentes foi engrossando pelas ruas de Lisboa, formando uma fila compacta de mais de um quilómetro, que se prolongava até à Avenida Fontes Pereira de Melo quando os primeiros manifestantes chegaram à sede do ministério, na 5 de Outubro.
"Está na hora, está na hora da ministra ir embora", gritaram os professores frente ao Ministério da Educação, empunhando cartazes onde pediam "vergonha" à actual equipa ministerial e exigiam respeito pela profissão.
Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que convocou o protesto, mais de nove mil docentes participaram na manifestação contra a proposta de alteração ao estatuto da carreira docente (ECD), apresentada pela tutela no final de Maio. A PSP contrapôs com uma participação de cerca de sete mil pessoas, um número ainda assim superior ao registado na última manifestação de professores, que teve lugar em Novembro.
João Paulo Silva, professor em Santa Maria da Feira, veio hoje a Lisboa vestido de luto para protestar contra as novas regras que a tutela quer introduzir no ECD e para "mostrar à ministra" que não admite que os docentes sejam acusados de não se preocupar com o insucesso escolar.
"As declarações sucessivas da ministra e do primeiro-ministro têm sido no sentido de dizer que os professores são uns incompetentes. Sinto-me pessoalmente ofendido com essa frase", afirmou, resumindo um sentimento generalizado entre os participantes.
A participação dos pais na avaliação de desempenho dos professores, de que dependerá a sua progressão na carreira, é outro dos aspectos polémicos para João Paulo Silva, que assegura não conhecer a grande maioria dos encarregados de educação da turma que dirige, mesmo depois das reuniões convocadas ao longo do ano lectivo. "Convoco reuniões e não vão. Telefono e continuam a não ir à escola. Como podem avaliar-me?", questiona.
Números de adesão à greve contraditórios
A proposta de revisão do Estatuto da Carreira Docente e as recentes declarações da ministra da Educação levaram a Fenprof a decretar para hoje uma greve nacional. Segundo os sindicatos, 70 a 80 por cento dos docentes aderiram à paralisação, números que o Ministério da Educação considera um “logro”. “A paralisação regista uma média ponderada de adesão inferior a 30 por cento”, adiantou uma fonte da tutela, não identificada pela Lusa.
Esta tarde, ainda antes da manifestação, Maria de Lurdes Rodrigues acusou a Fenprof de ter convocado uma greve prejudicial para os alunos, que se preparam para os exames nacionais. “Há sindicatos capturados por partidos e que têm uma agenda que não é a educação”, afirmou, esclarecendo que estava a referir-se àquela federação de educação. Também o ministro dos Assuntos Parlamentares considerou a manifestação “prematura” e estranhou o facto dela ter sido marcada entre dois feriados.
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