Universidade para adultos com procura limitada
0 Comments Published by . on sexta-feira, maio 12, 2006 at 8:02 da manhã.
Em teoria, cerca de 4200 adultos maiores de 23 anos, sem as habilitações tradicionalmente exigidas, podem entrar este ano no ensino superior. Mas a realidade deve traduzir-se em números bem mais modestos.
As novas regras adoptadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que vêm substituir os antigos exames ad hoc, criam um mínimo de 5% de vagas por instituição para estes casos e "flexibilizam" os mecanismos de avaliação dos candidatos (ver caixa). No entanto, apesar de aplaudirem a iniciativa, os responsáveis do sector não escondem algum cepticismo em relação ao seu impacto. Sobretudo no próximo ano lectivo, em que o sistema começa a ser passado à prática.
Para já, não há indicadores conclusivos, até porque muitas instituições ainda nem sequer abriram as matrículas para os testes de admissão destes alunos. Mas os primeiros sinais apontam para algum desinteresse dos potenciais candidatos.
Um exemplo - que poderá não passar disso mesmo - é a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Este ano, a instituição abriu quatro vagas para estes alunos no disputadíssimo curso de Medicina, para além de outras oito em Medicina Dentária. As candidaturas acabam hoje, mas a procura, segundo revelou ao DN uma fonte da instituição, "não tem sido muita".
Também longe de estar preenchidas, a alguns dias do fecho das candidaturas, estão as mais de 200 vagas disponibilizadas pela Universidade de Lisboa. E a instituição tem ofertas para quase todos os cursos, desde Letras (72) a Direito (30), passando por Medicina Dentária (8), Ciências (60) e Belas-Artes (10).
"As novas regras criam essa expectativa de uma maior procura", admitiu ao DN Lopes da Silva, Reitor da Universidade Técnica de Lisboa e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). "Mas confesso que tenho sérias dúvidas que existam candidatos, com as condições necessárias, para preencher todos os lugares. É preciso ver que, nos últimos anos, as admissões especiais de adultos têm sido quase nulas", explicou.
Nos politécnicos este tipo de candidatura tem mais tradição. Ainda assim, segundo contou ao DN Luciano de Almeida, presidente do Conselho Coordenador destas instituições, o número de alunos admitidos no último ano através de exames ad hoc "não ultrapassou a centena".
Com as novas regras, admitiu, "é expectável que o número de ingressos seja superior". No entanto, a cautela é a palavra de ordem: "Este é um sistema novo, em relação ao qual não é possível fazer previsões", explicou. "Para as próprias instituições é completamente novo fazer este tipo de avaliação."
A fase de avaliação e selecção dos candidatos, que incluirá testes e entrevistas pessoais, deve decorrer em Junho e Julho, de forma a não entrar no tradicional período de férias de Agosto. No entanto, os responsáveis do sector admitem que os prazos podem vir a ser alargados. Até porque ainda não é conhecido o número definitivo de vagas a atribuir.
As novas regras adoptadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que vêm substituir os antigos exames ad hoc, criam um mínimo de 5% de vagas por instituição para estes casos e "flexibilizam" os mecanismos de avaliação dos candidatos (ver caixa). No entanto, apesar de aplaudirem a iniciativa, os responsáveis do sector não escondem algum cepticismo em relação ao seu impacto. Sobretudo no próximo ano lectivo, em que o sistema começa a ser passado à prática.
Para já, não há indicadores conclusivos, até porque muitas instituições ainda nem sequer abriram as matrículas para os testes de admissão destes alunos. Mas os primeiros sinais apontam para algum desinteresse dos potenciais candidatos.
Um exemplo - que poderá não passar disso mesmo - é a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Este ano, a instituição abriu quatro vagas para estes alunos no disputadíssimo curso de Medicina, para além de outras oito em Medicina Dentária. As candidaturas acabam hoje, mas a procura, segundo revelou ao DN uma fonte da instituição, "não tem sido muita".
Também longe de estar preenchidas, a alguns dias do fecho das candidaturas, estão as mais de 200 vagas disponibilizadas pela Universidade de Lisboa. E a instituição tem ofertas para quase todos os cursos, desde Letras (72) a Direito (30), passando por Medicina Dentária (8), Ciências (60) e Belas-Artes (10).
"As novas regras criam essa expectativa de uma maior procura", admitiu ao DN Lopes da Silva, Reitor da Universidade Técnica de Lisboa e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP). "Mas confesso que tenho sérias dúvidas que existam candidatos, com as condições necessárias, para preencher todos os lugares. É preciso ver que, nos últimos anos, as admissões especiais de adultos têm sido quase nulas", explicou.
Nos politécnicos este tipo de candidatura tem mais tradição. Ainda assim, segundo contou ao DN Luciano de Almeida, presidente do Conselho Coordenador destas instituições, o número de alunos admitidos no último ano através de exames ad hoc "não ultrapassou a centena".
Com as novas regras, admitiu, "é expectável que o número de ingressos seja superior". No entanto, a cautela é a palavra de ordem: "Este é um sistema novo, em relação ao qual não é possível fazer previsões", explicou. "Para as próprias instituições é completamente novo fazer este tipo de avaliação."
A fase de avaliação e selecção dos candidatos, que incluirá testes e entrevistas pessoais, deve decorrer em Junho e Julho, de forma a não entrar no tradicional período de férias de Agosto. No entanto, os responsáveis do sector admitem que os prazos podem vir a ser alargados. Até porque ainda não é conhecido o número definitivo de vagas a atribuir.
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