Professoras Desesperadas

"Lá na minha terra ainda há algumas coisas verdes mas é pouco. Está tudo muito queimado". A terra de Daniela Dias é Vila de Rei, um dos concelhos mais marcados nos últimos anos pelos incêndios florestais. Com 10 anos, Daniela foi uma das mais de três mil crianças que ontem em Fafe encerrou mais um ano de actividades do programa "Eu sou vigilante da floresta", instituído pelo Lions Clube. "Estas actividades são boas porque aprendemos a tratar bem da floresta e a não provocar incêndios e como aprendemos em conjunto com outros meninos é mais divertido", explicou Daniela Dias enquanto degustava o piquenique.
O Pavilhão Multiusos recebeu jovens provenientes dos mais diversos concelhos de Norte a Sul de Portugal mas todos imbuídos do mesmo espírito. "A defesa das florestas é muito importante para o nosso futuro. Com esta iniciativa aprendemos muitas formas de proteger a floresta e mal avistemos algum fogo devemos chamar logo os bombeiros", lembrou o Artur Sobral de 9 anos, aluno de uma escola Básica de Queluz, Sintra.
As crianças são os principais destinatários desta iniciativa, que o movimento Lions leva a cabo há já alguns anos. "Isto é uma actividade com muitos anos e a principal finalidade é sensibilizar todas as crianças do nosso país para a necessidade que têm desde pequenos de serem os verdadeiros protectores das nossas florestas", afiançou Luís Xavier, presidente do Conselho Nacional dos Governadores dos Lions de Portugal.
A festa de ontem foi o culminar de mais um ano onde "as professoras vão sensibilizando os alunos para estas questões centradas em tópicos e materiais cedidos pelos Lions".
A adesão nacional a esta iniciativa tem mantido satisfeitos os seus responsáveis apesar "do fraco impacto mediático", mas o mais importante é, "a alegria interior que nós sentimos ao vermos tantas crianças reunidas em prol da defesa da floresta", destacou Maria Emília Gomes, presidente do Clube Lions de Fafe.