Professoras Desesperadas

Estava a ser uma tarde igual a tantas outras, até que Paulo abruptamente sentiu falta de ar e disse aos amigos que se não se sentia bem. Segundos depois, caiu inanimado no chão. O jovem, de 16 anos, morreu anteontem, durante uma aula, na escola Secundária do Castelo da Maia.
A causa da morte só será apurada depois de serem conhecidos os resultados da autópsia, mas devido aos problemas cardíacos que o jovem tinha é provável que tenha sido o coração.
Paulo Ramos, aluno do 9.º ano, estava na aula de Área de Projecto, quando a professora lhe pediu para, juntamente com dois colegas, fazer uma pesquisa na biblioteca. No regresso à sala de aula, Paulo sentiu-se mal, e veio ao recreio para apanhar ar. Quando os colegas o encontraram, já estava prostrado no chão. Nem os esforços do INEM, que chegou poucos minutos depois, foram suficientes para o trazer de volta à vida.
“Estava já muito roxo, mas os colegas tentaram logo reanimá-lo”, contou a presidente do conselho executivo, Paula Romão. Segundo esta responsável, o momento serviu para alunos e professores “reflectirem sobre a morte”.
Os alunos da turma da vítima estão a ser acompanhados por psicólogos. Ontem, a comunidade escolar fez um minuto de silêncio, na presença de familiares da vítima, e colocou uma coroa de flores no local onde o jovem faleceu.
A família está em estado de choque pela inesperada morte, e o pai regressou de imediato da Alemanha, onde trabalha como operário fabril.
“Ele nasceu com um problema no coração, e com poucos meses fez uma operação. Desde então tem tido uma vida normal, nada fazia prever uma desgraça destas”, disse ao CM, a tia Maria Graça Silva, que relembra o sobrinho como um “miúdo sensacional”. Um primo diz que Bruno sonhava aprender a tocar um instrumento e “fazer da música forma de vida”. O funeral realiza-se hoje às 16h00 na Igreja da Barca, na Maia.