Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Ministério exige exames de admissão para professores

O Ministério da Educação (ME) vai exigir prova de admissão aos candidatos a professores que queiram dar aulas nas escolas do Estado e aos do ensino particular e cooperativo, com contratos de associação. A medida vai abranger por ano cerca de 5300 finalistas dos cursos de formação de professores, dos 182 cursos superiores na área da Educação.
A proposta de revisão de habilitações e condições de acesso à docência nos Ensino Básico e Secundário, à luz das mudanças implementadas pelo Processo de Bolonha, foi apresentada pelos secretários de Estado da Educação, Valter Lemos, e da Ciência e Ensino Superior, Manuel Heitor, a mais 100 representantes de universidades e institutos politécnicos, na Universidade de Lisboa.
O Governo estipulou os requisitos mínimos para acesso à profissão: licenciatura, determinado número de créditos na disciplina/área de conhecimento e Curso de Formação Profissional para Ensino.

CONCLUÍDO ATÉ SETEMBRO
Para os que pretendam dar aulas nas escolas públicas, o ME vai criar provas de avaliação de conhecimentos e competências. Já em Outubro de 2004, a então ministra Maria do Carmo Seabra sugerira a realização de exames à entrada na profissão, mas a sugestão não teve seguimento.
Os testes serão da responsabilidade do ME e avaliarão o domínio das áreas curriculares nas quais os candidatos se formaram, tendo por referência os programas curriculares dos graus de ensino que vão leccionar. O processo deverá estar concluído até Setembro, de modo a entrar em vigor em 2007/08.

QUALIDADE PODERÁ DIMINUIR
O Ministério da Educação estabelecerá um número mínimo de créditos de formação para os grupos de recrutamento para a docência. O responsável pelo parecer sobre a Formação de Professores, no âmbito do Processo de Bolonha, mostrou-se “preocupado com certos aspectos da proposta do Governo, que podem prefigurar um abaixamento da qualidade da formação de professores”. Para João Pedro Ponte, do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, “fala-se em modelação da formação, que pode levar a uma dispersão e fragmentação da formação, com a diminuição do número de anos necessários para obter o curso”. António Nóvoa, vice-reitor da Universidade de Lisboa, defende a necessidade de criar “um reforço de um conjunto de formações na vertente científica”.

REACÇÕES
'Admitimos a existência da prova de selecção, mas temos de conhecer os seus contornos' - João Dias da Silva, FNE

'No final de um curso, que concluíram com aproveitamento, os candidatos a docentes serão submetidos a um novo exame: para avaliar o quê? Com que critérios? Com que objectivos? Com que júris?' - FENPROF

'Os exames são uma boa medida, quase inevitável. Mas a proposta global é pobre, são precisos requisitos e condições que permitam melhor qualidade na formação'. - António Nóvoa, Vice-Reitor da Universidade de Lisboa

'O Ministério tem de garantir que os docentes têm um mínimo de competência'. - Ponces de Carvalho, Director da ESE João de Deus

1 Responses to “Ministério exige exames de admissão para professores”

  1. # Anonymous Anónimo

    Curso de Formação Profissional para Ensino: COMO? ONDE? QUANTO?
    faço estas peguntas a várias instituições e ninguém me sabe responder com objectividade...  

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