Professoras Desesperadas

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.


Ensino do espanhol no Básico conquistou 90% dos alunos

O ensino do Espanhol nas escolas dos ensinos Básico e Secundário ganha mais e mais adeptos. Só este ano lectivo, o número de alunos inscritos no 3.º ciclo aumentou cerca de 90%. O conselheiro de Educação da Embaixada de Espanha já sensibilizou o Ministério da Educação para a questão e pretende ver assinado, na próxima Cimeira Ibérica, um protocolo para o incremento do ensino da língua espanhola. A grande barreira à expansão do castelhano tem estado em lóbis de professores das outras línguas estrangeiras, que têm conseguido impedir a oferta do Espanhol nas escolas.
"Quien quiere leer el texto?". À pergunta da jovem professora responde uma turma quase toda de dedo no ar. Teresa Vieira mostra-se satisfeita com os bons resultados obtidos pela única turma de Espanhol que arrancou, este ano lectivo, na Escola Básica 2/3 de A-Ver-o-Mar.
"De início, julgavam que era tudo muito fácil, mas logo viram que o Espanhol também requer estudo", realçou. Aulas com motivação forte, assente em textos sobre o povo e a cultura espanhola, servem para manter os alunos interessados.
O início do Espanhol na escola foi fruto de uma acção de sensibilização que a Associação Portuguesa de Professores de Espanhol Língua Estrangeira tem feito junto dos encarregados de educação.
"O boletim de matrículas menciona "Inglês, Francês e outras" na escolha da segunda língua. Mas o que são outras? Até podia ser coreano!", ironiza Francisco España, conselheiro de Educação da Embaixada de Espanha em Portugal. Por isso, quer negociar com o Ministério da Educação um protocolo que estabeleça a promoção do ensino da língua logo a partir do Ensino Básico.
Sónia Santos, orientadora de estágios na Escola S/3 Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, revelou que apesar de muitos pais se mostrarem interessados em que os filhos aprendam Espanhol, muitas escolas optam por omitir essa oferta. São os lóbis dos professores de Inglês e Francês que agem em conjunto com receio da perda de horários.
Maria Graça Antunes, professora na Secundária de Valadares, salientou a importância do Espanhol na motivação e bons resultados dos alunos. "Estou farta de ver alunos com o 12.º ano feito, mas presos pela língua estrangeira. Se a escola lhes oferecesse o Espanhol, muito facilmente concluíam o curso", frisou.
António Leite, director regional adjunto do Norte, concordou que a omissão do Espanhol nos boletins de matrícula do 7.º ano é "desadequada". Realçou que, estando as escolas interessadas em oferecer aquela língua estrangeira como curricular, estão livres de contratar os professores necessários.
O relógio dava 11 horas. Ainda faltava um bocado para o almoço e a professora "provocava" os alunos com um texto sobre a "cultura del tapeo", ou seja, a paixão de "nuestros hermanos" por comer tapas. "Huumm, agora ia um trozo de tortilla, ai não que não ia", atirou um aluno.
Teresa Vieira é a primeira professora de Espanhol na Escola 2/3 de A-Ver-o-Mar. "Faço muitas actividades culturais com eles. Quero que eles percebam que a cultura do país vizinho é diferente da nossa, pois assim percebem que também a língua é diferente e tem características próprias", realçou.
Os 26 alunos do 7.º I mostram-se interessados na aprendizagem e nas estratégias utilizadas pela professora. E quando ela pergunta quem quer ler o texto, os braços levantam-se logo.
"No início, julgavam que era tudo muito fácil, mas logo perceberam que é necessário estudar", salientou. Contudo, a grande maioria dos alunos tem demonstrado sucesso na disciplina.
"Eu acho o Espanhol engraçado e bem mais fácil do que o Francês", comentou o Michael, um dos alunos mais participativos. Um colega, o André, também foi da mesma opinião. "Falar é que, às vezes, é mais complicado", disse. Teresa Vieira explicou que alguns sons são próprios da língua - como o das consoantes "j" e "z"- , mas que com o treino a dificuldade vence-se.

"É mais fácil do que o inglês"
"Sabeis lo que es el lavadero?". Os alunos tentam encontrar a resposta à pergunta da professora olhando para um desenho de uma vivenda.
A aula do 7.º A da Escola S/3 Joaquim Gomes Ferreira Alves, em Valadares, é sobre as divisões da casa. No quadro, está uma proposta de exercício para que os alunos identifiquem os tipos de casas, características e compartimentos. E, quando é para responder e ir ao quadro, são muitos os dedos que se levantam.
Tânia Veloso é uma das quatro professoras de Espanhol da escola, considerada como a pioneira no ensino daquela língua na região Norte.
"Os alunos estão muito motivados para aprender Espanhol, porque, para eles, é uma língua que já conhecem há muito", salientou. Por isso mesmo é que, desde a primeira aula, raramente utiliza o Português para falar com os jovens. Para além de texto apelativos, recorre também a outros auxiliares pedagógicos, com o intuito de "agarrar" os alunos. "É uma língua muito mais interessante e mais fácil do que o Inglês", comentou o Tiago Silva. Jogador da equipa de infantis do clube de futebol local, o jovem acredita que a língua pode ser-lhe útil, um dia mais tarde, caso vá jogar para Espanha. A colega Vitória Ribeiro também é de opinião que o Espanhol é muito fácil. "Só não gosto é de fazer os trabalhos de casa", ironizou.

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